Pecuária

Peixe piracanjuba é fonte lucrativa para a aquicultura

Peixe piracanjuba é fonte lucrativa para a aquicultura

O peixe piracanjuba é conhecido pela coloração rosada e a carne saborosa

A espécie piracanjuba é nativa dos rios argentinos, entretanto, foi facilmente introduzida no Brasil por conta do seu caráter adaptativo. O animal é de água doce e se desenvolve com facilidade em águas com a temperatura mais elevada – comuns na América Latina. Além disso, ele está muito presente no ramo do aquarismo pelas vantagens que sua criação proporciona para o criador como, por exemplo, alto desempenho no crescimento, gerando renda.

O peixe piracanjuba é muito procurado na pesca esportiva e industrial, por isso, suas população sofreu uma significativa redução. A espécie está sofrendo com o risco de extinção e uma das maneiras encontradas para sua manutenção é a prática do aquarismo. A criação da espécie em cativeiro é uma atividade lucrativa; além da possibilidade de induzir uma reprodução mais recorrente, também é a forma mais rápida e prática de gerar alevinos.

O peixe piracanjuba é nativo de água doce

Características do peixe piracanjuba

O peixe piracanjuba é um espécie nativa da bacia do Rio De La Plata, na Argentina, e pode chegar a medir até 80 cm e pesar 10 kg. Este animal é de caráter migratório, ou seja, entre determinadas estações do ano ele muda o local que habita em busca de alimentos. Ele pode ser encontrado em alguns estados brasileiros como, por exemplo, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e no Goiás. Além disso, ele é um peixe de água doce e se desenvolve melhor em temperaturas quentes e de até 28ºC.

Na base alimentar deste animal podemos encontrar restos de materiais orgânicos, sementes, plantas marinhas e peixes de pequeno porte. A maturidade sexual do piracanjuba é atingida em fases diferentes, de acordo com o habitat em que está localizado.

No rio Uruguai, por exemplo, ele já pode se reproduzir a partir do segundo ano de vida; enquanto no rio Paraná, apenas a partir do terceiro ano. O seu período de desova acontece entre os meses de dezembro e janeiro.

No ramo da culinária nacional, a carne do piracanjuba é bastante conhecida pela sua coloração rosada. Ele é muito apreciado e explorado em pratos preparados de diferentes formas, como frito, assado e empanado, por exemplo. A carne do animal é nobre e muito fibrosa, e o estado brasileiro que mais a consome é o Mato Grosso do Sul.

Os equipamentos necessários para a pescaria de piracanjuba podem ser de precisão leve à média. Sendo assim, ele não é difícil de ser fisgado. Mas, dependendo do animal, ele exige um esforço maior para que seja retirado da água.

As iscas mais recomendadas são peixes pequenos inteiros ou em pedaços, frutos, massa em forma de bolinhas e milho; as iscas artificiais não costumam ser muito utilizadas, pois não atraem o animal com facilidade.

O piracanjuba corre risco de extinção

Em razão da alta procura do animal no ramo da pesca, a espécie está desaparecendo dos rios. Além disso, os fatores climáticos e ecológicos também estão interferindo no desenvolvimento do animal.

Por exemplo, uma mudança de temperatura nas águas, tanto para fria como para muito quente, faz com o que o ambiente não seja favorável para a espécie.

Outra ação que influência no risco de extinção do animal é a construção de barragens de forma intensiva; a maior consequência é o afastamento das populações que ali habitam pela fragmentação da biodiversidade local.

Além disso, a destruição em matas ciliares também é um dos fatores preocupantes e que fez com que a espécie fosse considerada em situação crítica de extinção.

O cardume de piracanjuba está ameaçado de extinção

Como forma de minimizar este quadro, a criação em cativeiro do animal é uma forma de promover a manutenção da espécie. Outro ponto importante é procurar analisar e saber mais sobre as populações locais antes da construção de barragens em represas; pois esse tipo de construção pode afastar a espécie ou dificultar a disponibilidade de alimentos para eles.

Como funciona a criação do piracanjuba

A criação do piracanjuba pode ser feita tanto em cativeiros quanto em aquários. Caso a escolha seja pela segunda opção, é importante ressaltar que o animal necessita de um grande espaço para seu desenvolvimento.

Uma boa maneira de iniciar a população do peixe pode ser a partir de alevinos com até 2 cm. Além disso, a temperatura ideal para um bom desempenho da criação está em torno de 25ºC até 28ºC.

Em seu habitat natural, o animal não encontra problemas para se alimentar, ele consome insetos, algas e pequenos peixes. Já em cativeiro, desenvolver uma programação alimentar do animal por peso ajuda na engorda e enriquece a criação.

A reprodução pode acontecer de maneira natural ou por indução hormonal. A fêmea está pronta para a fecundação após três anos, assim que atinge 20 cm, e o macho pode dar início aos processo reprodutivo a partir dos dois anos de vida.

Um dos maiores cuidados que o criador deve ter é no momento após a desova, quando os alevinos nascem. Os peixes adultos não são de caráter materno ou paterno e podem acabar se alimentando de seus filhotes. Por isso, fazer a separação dos alevinos e dos adultos é muito importante até que atinjam a fase juvenil.

Rendimento econômico do piracanjuba

Em questões econômicas, a criação desta espécie gera lucro para o produtor e, muito mais do que isso, a prática ajuda na manutenção do peixe piracanjuba.

O piracanjuba está muito presente no aquarismo

O caráter de rápido crescimento populacional e sua vasta capacidade de se adaptar em um sistema artificial, como da aquicultura, chama a atenção para os criadores. O investimento neste tipo de criação pode ser alto, pois a espécie exige determinados cuidados de temperatura para se desenvolver.

Além disso, o piracanjuba é um peixe de fácil manejo. Sua base alimentar também é simples, podendo consumir insetos e demais peixes. Outra vantagem é o lucro com sua carne, que é apreciada dentro e fora do país e com alto valor.

O piracanjuba também destaca uma supervalorização na criação, em razão do atual risco de extinção. Uma das desvantagens no aquarismo, no entanto, é a ação predatória dos pais em relação aos filhotes; e é preciso que se faça  uma separação entre os animais até que atinjam a maturidade.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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