Queimadas requerem bastante cuidado e autorização para evitar grandes prejuízos ao meio ambiente
As queimadas se referem ao processo de queima de uma determinada biomassa vegetal, sendo ela madeira, palha, ou qualquer outra vegetação. Ela é uma técnica muito utilizada na agricultura para limpeza de terrenos, no entanto, considerada primitiva nos dias de hoje; já que gera riscos para o meio ambiente.
Embora a técnica seja muito antiga, ela ainda muito praticada. Grande parte da razão disso pode ser justificado pelo fato de que as queimadas são mais econômicas e rápidas para o o produtor, quando comparadas a outras técnicas mais seguras.
O que são queimadas?
As queimadas se referem as técnicas – consideradas primitivas nos dias de hoje – utilizadas para a limpeza de terreno, permitindo que um novo plantio seja realizado no solo.
Desde o Brasil Colônia, a queimada faz parte da história da agricultura. Isso porque não requer muitos recursos e é bastante eficiente e rápida em retirar a cobertura vegetal de uma grande e determinada área.
Contudo, existem muitas controvérsias a respeito das queimadas na agricultura. Isso porque os ambientalistas, técnicos e demais defensores da natureza criticam bastante a ação por degradar o meio ambiente.
Ainda assim, alguns agricultores ainda continuam praticando queimadas por acreditarem que as cinzas decorrentes do processo seriam eficientes para adubar o solo.
Como acontece a queimada?
A queimada acontece por meio de uma reação denominado queima ou combustão. Uma reação química exotérmica, onde ocorre a transferência de energia do interior para o exterior de um determinado meio, provocando o aquecimento.
A técnica, portanto, consiste na combustão entre um combustível – geralmente uma substância – e um comburente como um gás, que tem como objetivo dispersar luz e calor.
Quais são os tipos de queimadas?
Existem basicamente dois tipos de queimadas, as naturais e as provocadas pela ação do homem. Sendo que elas podem ocorrer de maneira espontânea e acidental ou, também, serem controladas e destinadas a atividade agrícola.
No caso da agricultura, a técnica tem como objetivo preparar o solo para um novo plantio, por meio da limpeza da vegetação local. Além disso, também pode estar relacionada a limpeza de determinada área para receber um rebanho de animais.
A queimada controlada consiste em manejar o processo de combustão com o objetivo de prevenir a proliferação de novos focos de incêndio.
De maneira resumida, essa queima é induzida para impedir que novas queimadas aconteçam. No entanto, existem algumas regras a serem seguidas para que este controle seja garantido, e a primeira delas é autorização do órgão competente ambiental.
O produtor que almejar a prática deve, portanto, procurar o órgão competente e apresentar os seus documentos pessoais, tais como CPF, identidade, autorização de desmatamento e o título da propriedade. Além disso, ao conseguir o documento, o corpo de bombeiro, o órgão emissor da autorização e a secretaria de agricultura devem acompanhar todo o processo.
A fim de evitar danos maiores, os vizinhos da propriedade também devem ser comunicados quanto a queimada controlada. Além disso, é imprescindível verificar condições climáticas e do terreno, além de preparar quem irá realizar a técnica.
Ainda será preciso manejar alguns aceiros, ou seja, faixas que delimitam locais onde a vegetação foi eliminada. Por meio dos aceiros é que se torna possível prevenir que o fogo fuja para outras coberturas vegetais; além de que já foi assinalada para a técnica controlada.
Afinal, queimadas podem ser benéficas?
Quando controlada e supervisionada, a prática pode ser benéfica; como é o caso das queimadas controladas. Contudo, existem as queimadas naturais que, assim como o nome indica, estão relacionadas a fenômenos da natureza.
Em regiões de cerrado, principalmente, existem muitos focos de queimadas naturais. Elas podem ser provocadas por fatores diversos como, por exemplo, descargas elétricas, atrito entre rochas e até mesmo combustão espontânea.
Inclusive, acredita-se que a vegetação do cerrado é adaptada para sobreviver a tais condições. Isso, portanto, é uma boa justificativa para os troncos com casca grossas e retorcidos, características da vegetação.
Além disso, o cerrado consegue se recuperar com maior agilidade da queimada e começar a rebrotar novamente. Algumas espécies de sementes só germinam quando há fogo, porque precisam passar por um choque térmico para se desenvolverem bem.
Uma outra curiosidade é que espécies como carcarás e seriemas se alimentam de insetos e répteis que possam ter sido atingidos pela queima.
Consequências das queimadas
As consequências das queimadas são diversas. Confira abaixo, dez pontos negativos da prática para o homem, animais e natureza.
- Destruição da vegetal original;
- Redução da biodiversidade;
- Alterações no ecossistema local, como por exemplo, mudanças de temperatura;
- Emissão de gases que poluem a atmosfera, tais como, aqueles responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono;
- Maior risco de erosão em áreas atingidas pelas queimadas;
- Os animais residentes no local atingido pela queima precisam buscar por novos habitats e ficam expostos a ação de predadores;
- Ou ainda, podem passar a ser encontradas na cidade, ou em outros locais atípicos para sua espécie;
- O solo perde seu poder de absorção, sendo assim, as regiões ficam mais suscetíveis a inundações;
- O solo perde também sua composição orgânica e umidade, e se torna menos fértil para a produção;
- Há um aumento progressivo no caso de doenças respiratórias, decorrentes da fumaça e demais partículas.
Cenário atual do Brasil
As queimadas no Brasil atingem, na maioria das vezes, as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, devido as características dos locais. Isso porque apresentam temperaturas altas e umidade mais baixa, além de serem regiões áridas.
No país, existe um órgão responsável pelo controle das queimadas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Sendo que o Inpe faz o trabalho de monitoramento remoto por meio de satélites.
Pesquisas atuais do Inpe, inclusive, registraram em 2019 o maior número de focos registrados desde 2012. Foram aproximadamente 100 mil focos de queimadas diagnosticados.
Além dos locais citadas, há também focos de queimada na Amazônia. Segundo relatório divulgado pelo Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina, referente a dados de janeiro a agosto de 2019, foram mais de 125 mil hectares queimados.
A título de curiosidade sobre a prática de queimadas, o número citado em relação a área queimada em 2019 equivale a mais de 170 mil campos de futebol.