Agricultura

Revolução Verde veio para aprimorar as técnicas básicas da agricultura

Revolução Verde veio para aprimorar as técnicas básicas da agricultura

A Revolução Verde e a história de suas transformações

A Revolução Verde foi desenvolvida com o intuito de melhorar as técnicas agrícolas e isso aconteceu. Com seu início, a produtividade e os lucros passaram a aumentar, ajudando diretamente pequenos, médios e grandes produtores de alimentos.

Os métodos da Revolução Verde foram benéficos, primeiramente, para os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. A produção aumentou, as possibilidades de exportação cresceram e, então, foi iniciado um processo de melhoramento agrícola em todo o mundo.

Revolução verde: campo

O que foi a Revolução Verde?

Revolução Verde é o termo usado para nomear um conjunto de inovações tecnológicas que resultaram em transformações nas práticas agrícolas e aumentaram significativamente a produção de alimentos no mundo. Sua primeira aplicação se deu no México e, logo em seguida, foi espalhada para vários outros países – com o mesmo intuito e com os mesmos resultados.

Origem da Revolução Verde

A Revolução Verde começou no México, na década de 50. Seu idealizador e precursor foi Norman Borlaug, um engenheiro agrônomo. Pensando em melhorar as atividades de agricultura, Borlaug desenvolveu algumas técnicas de origem química que seriam capazes de fornecer às plantações de trigo e de milho maior resistência. Além disso, elas também seriam capazes de otimizar os métodos já empregados na produção agrícola.

O engenheiro viu que seus métodos começaram a ser realmente eficazes quando, em pouquíssimo tempo, o México deixou de ser importador para ser exportador de trigo. Então, alguns outros países subdesenvolvidos – como a Índia, o Paquistão e Filipinas, por exemplo – também adotaram as novas técnicas e métodos. Isso fez com que elas se popularizassem pelo mundo afora.

E então, duas décadas depois, no ano de 1970, Borlaug foi premiado com o Nobel da Paz em função de seu trabalho e desenvolvimento, que levaram à consequências humanitárias.

O início da Revolução Verde

Na verdade, a Revolução Verde começou com uma modificação genética de sementes. Para explicar melhor, Borlaug foi para o México com o desafio de combater a “ferrugem do colmo”, um tipo de fungo que danificava as plantações de trigo e resultava na morte das plantas e redução da produção. O engenheiro conseguiu combater o fungo.

Isso aconteceu pois o agrônomo fez o cruzamento genético de dois tipos de trigo, um que era mais resistente ao fungo e outro que era mais adaptado às condições climáticas do país. Durante três anos, Borlaug conseguiu selecionar os cruzamentos que deram certo, usando-os como modelo sem a presença do fungo, o que causou aumento na produtividade.

Além de ser resistente à doenças, o trigo resultado do cruzamento também era efetivo para fertilizantes. Assim, o resultado foram plantas muito altas e mais fartas; que, no entanto, não aguentavam o peso dos seus próprios grãos e quebravam.

Entretanto, no ano de 1953, o engenheiro fez um novo cruzamento que resultou no chamado “trigo meio anão”. Esse novo tipo de trigo tinha como características caules mais fortes e menores, que conseguiam aguentar o peso de seus grãos ao mesmo tempo que ainda eram resistentes à doenças e mantinham a produtividade em alta escala. Atualmente, esse tipo de trigo é conhecido como semente milagrosa.

Assim, a produção de trigo no México cresceu rapidamente e em grandes quantidades, iniciando então a chamada Revolução Verde, que viria para transformar as atividades agrícolas.

Resultados da Revolução Verde

Revolução verde: plantação de trigo

O objetivo da Revolução Verde era aprimorar as técnicas agrícolas. Pois bem, ela conseguiu.

As técnicas inicialmente aplicadas sobre as plantações de trigo e milho passaram a ser aplicadas em outros produtos com o mesmo intuito: o crescimento produtivo.

O desenvolvimento e o aprimoramento das técnicas de irrigação do solo melhoraram o desempenho e os resultados agrícolas, que anteriormente dependiam exclusivamente da água da chuva. A irrigação também teve vantagem em aprimorar o uso de fungicidas, pesticidas e fertilizantes.

Essas melhorias foram boas, principalmente para os países mais pobres como a Índia, que começou a exportar o arroz. Já o Paquistão também teve crescimento significativo na produção de grãos.

A estrutura agrária foi alterada. Pequenos produtores passam a adaptar-se às novas técnicas de produção e passaram atingir a produtividade suficiente para entrar em competição com grandes empresas do mesmo ramo. Além disso, deixaram de ficar endividados e não precisavam mais de empréstimos bancários para mecanizar suas atividades.

Bases da Revolução Verde

Os principais fundamentos base da Revolução Verde foram:

  • Introdução de novas tecnologias de colheita, irrigação e plantio;
  • Intenso uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes;
  • Mecanização da produção;
  • Modificação genética de sementes;
  • Produção em massa de produtos como meio de melhorar a produção.

Pontos positivos da Revolução Verde

As principais vantagens da Revolução Verde foram:

  • Alimentos mais baratos;
  • Atividades eficientes no campo;
  • Aumento do potencial econômico dos países;
  • Melhoramento da estrutura agrária;
  • Maior produtividade da produção;
  • Maior diversidade dos produtos;
  • Redução das taxas de fome.

Pontos negativos da Revolução Verde

Ao mesmo tempo em que a Revolução Verde foi vantajosa em muitos sentidos, há muitos pontos negativos nela, como, por exemplo:

  • Utilização de água em alta quantidade, para que os métodos fossem realizados;
  • Dependência intensa de tecnologias vindas de países desenvolvidos;
  • Intensa degradação ambiental, por causa do desmatamento;
  • Crescimento da concentração de renda;
  • Pouca sustentabilidade;
  • Diminuição da diversidade genética, pois a prioridade é cultivar produtos semelhantes para melhorar a produção com o intuito de maiores lucros;
  • Esgotamento do solo.

Objetivo da Revolução Verde

O engenheiro agrônomo Norman Borlaug realizava seu trabalho em parceira com a fundação Rockefeller, que tinha o intuito de acabar com a fome no mundo.

Acredita-se que as técnicas do trabalho de Borlaug salvaram um bilhão de pessoas da situação de fome e miséria. Entretanto, alguns estudos evidenciaram que a Revolução Verde está diretamente associada ao aumento da taxa de natalidade no mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos. Assim, com o passar dos anos, o aumento demográfico tornou-se maior que o aumento da produção de alimentos.

Revolução Verde no Brasil

Revolução verde: plantação de milho

Foi na década de 60 que o Brasil passou a adotar as técnicas da Revolução Verde. Este período recebeu o nome de “Milagre Econômico” e aconteceu durante o regime militar. Durante esse período, o país passou a exportar grandes quantidades de alimentos, como a soja e o milho, por exemplo, além de tornar-se um grande produtor. Isso fez com que a agricultura brasileira tivesse enormes mudanças.

Assim, como o país estava com as atividades agrícolas voltadas para comercialização externa durante a Revolução Verde, algumas agências de pesquisa foram instituídas. É o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a famosa Embrapa, criada no ano de 1973.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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