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Agricultura

Seringueira é conhecida como árvore da borracha e destaca usos variados

A seringueira é uma árvore nativa da floresta amazônica e suas sementes, chamadas de amêndoas, são ricas em óleos secativos e muito utilizados na indústria de tintas e vernizes

Somente na floresta amazônica, existem mais de 11 espécies de seringueira. Porém, todas pertencentes ao mesmo gênero. Embora sua incidência seja maior no Amazonas, nos últimos anos vem sendo cultivada no Sudeste do país.

O cultivo da seringueira no país tem como objeto principal a extração do látex. Isso porque, embora seja uma árvore frondosa, sua madeira é quebradiça e de baixa durabilidade. Mas, mesmo assim, é utilizada na caixotaria, na confecção de tábuas, bem como lenha.

O que é seringueira?

Seringueira é uma árvore nativa brasileira, com ciclo de vida longo, de nome científico Hevea brasiliensis e pertencente à família Euphorbiaceae. A árvore pode atingir entre 20 a 30 metros de altura, bem como um tronco entre 30 a 60 cm e diâmetro.

Suas folhas são compostas trifoliadas, ou seja, três em um só galho. A coloração é verde-escura e as laterais são acinzentadas. Possui pequenas flores de coloração creme.

Sua floração ocorre a partir de agosto, prolongando-se até novembro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de abril e maio.

A espécie é conhecida popularmente por vários nomes de acordo com a região em que é encontrada. Por exemplo, árvore da borracha, seringa, cauchu, seringa-preta, pau-moeda, pau-seringa, entre outras.

A árvore é encontrada na região amazônica em margens de rios e várzeas inundáveis da mata tropical úmidas com solos argilosos. São catalogadas mais de 11 espécies da planta.

Para que serve a seringueira?

A seringueira já era conhecida pelos índios muito antes do descobrimento do Brasil. Eles extraíam o líquido branco da árvore, o látex, misturavam com óleo de rícino e empregavam como vermífugo.

Atualmente, o látex é matéria-prima de mais de 30 mi itens. Estes vão desde tintas até medicamentos, preservativos, brinquedos, luvas cirúrgicas, entre outros. Entretanto, seu principal uso ainda é a fabricação de borracha.

O látex, com o qual é possível produzir borracha natural, foi um dos principais produtos da economia nacional. Entre os anos de 1870 a 1920, o Brasil era responsável por 25% de sua exportação. Na época, perdia apenas para o café.

Quando Charles Goodyear descobriu a vulcanização, ou seja, processo de fusão do látex com enxofre por meio do fogo, a borracha natural se destacou como matéria-prima. A partir desse momento, tornou-se fundamental para a fabricação de pneus, por exemplo.

Com isso, o Brasil tornou-se o maior exportador de látex do mundo. Dessa forma, a árvore passou a ser um importante recurso natural. Também passou a contribuir para a expansão da região e crescimento econômico.

Declínio do extrativismo de látex

Infelizmente para o país, o botânico inglês Henry Wickman contrabandeou as sementes de seringueiras, o que permitiu outros países explorarem a espécie. A partir daí, a árvore passou a ser cultivada na Ásia e Malásia.

Depois de alguns anos já existiam imensas florestas de seringueiras exploradas fora do Brasil. Com isso, as exportações tiveram uma queda gigantesca, o que levou muitos fazendeiros à falência.

Atualmente, o Brasil produziu apenas 1% da borracha extraída em todo o mundo. Além disso, a produção foi tão baixa que fez com que o país importasse a matéria-prima para suprir a demanda do mercado.

Mesmo assim, a extração de látex, bem como a exploração da seringueira, continua sendo importante fonte de renda para milhares de famílias, em especial as do norte do país.

Como plantar seringueira?

Atualmente, a seringueira deixou de ser uma árvore encontrada e cultivada apenas na região Amazônica. Seu cultivo expandiu-se por outros estados como, por exemplo, Paraná, São Paulo, Goiás, Tocantins, Bahia e Mato Grosso.

A expansão do cultivo para essas regiões, chamadas de “áreas de escape”, ocorreu justamente por serem áreas sem doenças foliares. Podemos citar, por exemplo, o “mal das folhas”, cuja causa é o fungo Microcyclus ulei, que exterminou várias seringueiras durante o Ciclo da Borracha.

A plantação de seringueira deve ser feita em solos cuja textura seja leve. Além disso, devem ser bem drenados e também profundos, ligeiramente ácidos, apresentando pH entre 4,5-5,5, e em altitudes de até 600m.

Sob condições adequadas, a produção das sementes inicia-se aos 4 anos. Já aos 6-7 anos, vem a produção de látex.

Propagação

Por apresentarem uma grande variabilidade produtiva, bem como vegetativa, as sementes da seringueira são usadas unicamente para formar porta-enxertos nos viveiros, nunca para plantios em campo.

Dessa maneira, a propagação dever ser feita por enxertia, através do uso de clones. Assim, o material de plantio consiste em tocos parafinados e enxertados (com indução das raízes), transplantados em sacos de plástico.

Assim que apresentarem 1 a 2 verticilos foliares maduros, as mudas devem ser levadas a campo.

Plantio da seringueira

O plantio das mudas deve ser feito em covas de 40 centímetros (tanto de largura quanto de comprimento e profundidade), em espaçamentos de 8,0 x 2,5 m. É necessária, também, a poda das ramificações das laterais das hastes dos enxertos. Além disso, é preciso fazer 2 adubações e 4 capinas por ano.

Vale ressaltar que poderá ser realizado o aproveitamento dos espaços intercalares das seringueiras. Esse espaçamento permite compor sistemas com culturas como, por exemplo, arroz, milho, feijão, pupunha, café, abacaxi e fruteiras.

Extração do látex

A seiva da árvore da borracha, também chamada de látex, é um líquido esbranquiçado e de aspecto viscoso. Sua composição é basicamente de hidrocarbonetos, além de pequenas quantidades de proteínas, lipídios e carboidratos.

Assim que a árvore atingir 45 cm de circunferência de tronco e altura de 1,5 m, já é possível realizar a primeira extração de látex. Esse processo, denominado de sangria, consiste em remover um pequeno pedaço de casca da árvore, em um corte inclinado a 30°. Isso permite o escoamento da seiva dentro de canecas que são fixadas no tronco da árvore.

A produção de látex, por árvore/dia, pode variar entre 40 a 60 g. Entretanto, pode atingir o máximo de 100 g/dia. Como a árvore possui um ciclo de vida longo, a extração pode se prolongar por 30 a 35 anos.

Uma vez que o país é carente de borracha, sendo um dos itens mais importados, é fundamental o cultivo da seringueira em propriedades rurais pequenas e médias.

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