Pecuária

Sindi ganha a preferência dos produtores nordestinos pela rusticidade

Sindi ganha a preferência dos produtores nordestinos pela rusticidade

Gado sindo é referência no mercado pecuário pela facilidade de manejo

O sindi é um de zebuíno originário do Paquistão. Por ter vindo de uma região de clima semi-árido, a raça se adapta facilmente a regiões secas e quentes.

O sindi é a nova aposta dos pecuaristas nordestinos. Os criadores dassa região do Brasil decidiram investir na raça justamente porque o semi-árido do Nordeste apresenta áreas com características semelhantes às do país de origem deste zebu, como calor, clima seco e escassez de água e de alimentos.

Gado sindi

Características do Sindi

O gado sindi é um animal, em geral, de porte pequeno. Por outro lado,  a baixa estatura é uma vantagem, já que eles se tornam adequados à regiões de poucos recursos alimentares, nas quais seria mais difícil a manutenção de animais de grande porte.

Têm pescoço curto e forte nos machos, mas delicado nas fêmeas. São animais belos, com uma pelagem vermelha bem característica. A cabeça dos animais é pequena, mas proporcional.  Os chifres são grossos na base e crescem para os lados. O boi sindi é compacto e tem os quartos traseiros arredondados e caídos.

Gado rústico e com dupla aptidão

O sindi é um gado forte, ideal para a criação em condições mais adversas. As fêmeas da raça costumam comer menos do que uma vaca leiteira tradicional, mas ainda assim conseguem produzir uma quantidade bastante significativa de leite.

Uma vaca da raça sindi chega a produzir de 10 a 15 kg de leite por dia, um volume considerado alto, diante das condições do ambiente em que são criadas. Portanto, a produtividade, a adaptabilidade e a rusticidade da raça são pontos valorizados pelos criadores.

Diferentemente de outras raças, a vaca sindi consegue amamentar o bezerro e ainda produzir leite para a comercialização. Além disso, a raça apresenta boa resistência à doenças infecto-contagiosas.

Durante a vida ativa, a fêmea pode dar à luz de 17 a 20 crias. Uma vantagem significativa em comparação a outras raças, que chegam, em média, a 12 filhotes por vaca.

Outra vantagem para os produtores é a dupla aptidão do gado sindi. Além de produzirem boa quantidade de leite, são usados também na pecuária de corte. Sua carne é macia e saborosa. Apesar da rusticidade, o sindi exige cuidados de manejo semelhantes aos empregados na criação de outras raças, como cuidados sanitários. Para um bom desempenho, esse gado precisa de uma alimentação rica em proteínas e com suplementos como trigo, milho, soja e sal.

O gado sindi no Brasil

Os animais da raça sindi  foram introduzidos no Brasil em 1952 e a história da chegada dos bois por aqui é bastante curiosa. Na época, o então diretor do Instituto Agronômico do Norte, Felisberto de Camargo, queria de qualquer modo introduzir a raça por aqui. Para isso, procurou o Ministério da Agricultura e o Itamarati com o objetivo de conseguir autorização para importar os animais.

Sindi

Quando obteve a autorização, Felisberto foi pessoalmente para o Paquistão buscar a genética bovina que pretendia disseminar no Brasil. E acabou trazendo com ele, em um avião cargueiro inglês fretado, 31 animais, sendo 28 fêmeas e três reprodutores.

O sindi, hoje perfeitamente adaptado ao nosso clima, passou a integrar o variado plantel nacional graças à persistência de Feliberto Camargo e a sua excêntrica empreitada.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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