Pela ampla diversidade, a Solanaceae abrange desde belas flores até vários alimentos do nosso dia a dia. Uma das maiores famílias botânicas do globo, a Solanaceae apresenta ampla riqueza de variedades. Isso porque todas as suas espécies costumam viver no meio ambiente na forma de árvores, trepadeiras e até de ervas.
Aliás, a família das Solanaceae apresenta uma presença economicamente importante para o agronegócio. Entre suas variedades estão alimentos como pepino, berinjela, pimenta, batata e até tomate.
O que é Solanaceae?
Solanaceae é o nome de uma família de plantas que apresenta vários gêneros e mais de duas mil espécies. Em linhas gerais, suas folhas são até simples, mas podem variar na forma do corte, textura e até do formato. Como exemplos, temos uma infinidade de arbustos e plantas arbóreas.
Embora algumas espécies apresentem flores, nem todas possuem as mesmas características, pois elas tendem a ser andróginas, na maioria, e ter comprimento que pode ir de um a vinte centímetros. Já em relação aos frutos, costumam produzir cápsula ou bagas para acomodação.
Enfim, embora não ocorra na Antártida, ela tem presença marcante nas Américas do Norte e do Sul.
Para você entender melhor de qual tipo botânico estamos falando, nesta família das Solanaceae encontramos variedades de plantas tóxicas, flores ornamentais e legumes, como:
- Petúnia;
- Tomate;
- Batata;
- Tabaco;
- Pimentão.
A família das plantas Solanaceae
Uma das maiores famílias da botânica mundial, todas as espécies de plantas Solanaceae podem ser encontradas em meio à natureza na forma de diversas árvores, flores, trepadeiras e até de uma série de ervas.
Para ajudar nas classificações, ao analisar sua morfologia é possível notar que suas folhas são alternadas e não possuem estípulas.
Ainda assim, suas folhas podem ser divididas como lobadas ou inteiras, mesmo que elas sejam quase todas sempre simples.
Em relação à sua inflorescência, essa família costuma ser de racemos ou de cimeiras paniculadas.
Aliás, no geral, suas flores são bissexuais, embora alguns exemplares ainda possam ser unissexuais. Na maioria dos casos, essa família apresenta indivíduos que possuem ovário súpero e são actinomorfas.
Outro detalhe marcante nas espécies são os estames de mesmo tamanho e a forma poricida ou longitudinal da abertura da antera, local de onde são liberados os grãos de pólen.
Enfim, apesar de praticamente metade delas não apresentar nectário, esse disco está presente na base dos ovários. Até porque o gineceu delas possui dois carpelos unidos que podem conter uma quantidade variada de óvulos.
A ocorrência da família Solanaceae
A família Solanaceae tende a ter maior ocorrência em regiões neotropicais, já que pode compreender mais de duas mil espécies e vários gêneros por todo o planeta. No entanto, é na América do Sul que ela apresenta o maior número desses gêneros e espécies.
Como resultado, essa família é considerada um dos maiores exemplos de endemismo e diversidade taxonômica. Por outro lado, a grande maioria das espécies pertence a apenas cinco gêneros distintos, como:
- Solanum;
- Cestrum;
- Capsicum;
- Physalis;
- Lycianthes (Dunal).
Entre eles, o mais diversificado e maior na questão morfológica é o Solanum. Afinal, só ele é formado por mais de mil e quatrocentas espécies, comprovando que esse é um dos gêneros de plantas com flores de maior número em espécies da natureza.
Sendo assim, podemos ainda confirmar que seus demais representantes estão espalhados por todos os países que apresentem regiões com climas temperados e tropicais. Para isso, eles chegam a ocupar diferentes habitats e apresentam formas de crescimento variadas, como arbustos, ervas e árvores.
Apenas na região Nordeste brasileira, o gênero Solanum apresenta cerca de cem espécies. Com isso, saiba que entre elas apenas quinze são endêmicas e quase trinta ocorrem no bioma da Caatinga.
A Solanaceae Maria preta
Tipo de planta invasora e que ocorre com muita frequência, a Solanaceae chamada Maria preta tem infestado uma série de pomares, lavouras, jardins, terrenos baldios e até os cafezais. Isso porque ela é altamente prolífica, o que significa que sua produção de sementes pode chegar a duzentas mil por exemplar.
Para piorar, ao ser enterrada no solo, a espécie pode permanecer dormente por muitos anos. Sem falar que seus frutos são tóxicos.
Enfim, entre as várias culturas afetadas pela Maria preta estão:
- Cana-de-açúcar;
- Algodão;
- Girassol;
- Ameixa;
- Banana;
- Cacau;
- Abacaxi;
- Seringueira;
- Arroz;
- Café;
- Batata;
- Feijão;
- Coco;
- Fumo;
- Soja;
- Maçã;
- Pêssego;
- Trigo;
- Mamão;
- Milho;
- Amendoim;
- Pera.
Plantas da família Solanaceae causam intoxicação em bovinos
Fato comum em diversas criações rurais, diversas plantas tóxicas podem ser ingeridas de forma espontânea pelos animais domésticos. Além do mais, por ser em condições naturais, esse ato pode causar danos à saúde e levar animais e o gado doméstico à morte.
Como resultado para o agronegócio, a preocupação econômica dessas intoxicações por uma Solanaceae tóxica está ligada a fatores como:
- Custos com controle e demais ações de profilaxia;
- Morte de animais;
- Diminuição da produção.
De qualquer forma, o comportamento tóxico dessas plantas costuma variar muito, visto que são vários os fatores que influenciam nessa toxicidade, como parte da planta, solo, estágio vegetativo, período de ingestão e até o clima.
Como exemplo, confira abaixo algumas das principais plantas campeãs em intoxicar animais rurais:
- Erva-de-rato: planta tóxica de grande risco no Brasil, apresenta elevada toxicidade e efeito cumulativo;
- Cicuta: planta com dois metros de altura e caule oco, possui manchas púrpuras e ocorre nos estados do Sul e Sudeste;
- Cipó-preto: presente em todos os estados do Sudeste, sua intoxicação tem maior incidência em épocas de seca;
- Espichadeira: causa intoxicações em bovinos acima dos quinze meses e ocorre em terrenos de regiões alagadiças, como o Pantanal;
- Maria-mole: planta que floresce no mês de outubro e apresenta toxinas moderadas.
A toxicidade da Solanaceae chamada coerana
Esta famosa e combatível planta tóxica também pode ser conhecida como dama-da-noite. O que interessa é evitar que, como ela, demais plantas tóxicas sejam responsáveis por intoxicações e até a morte de criações animais do agronegócio.
Aliás, vale ressaltar que, nos casos de ingestão, a planta pode causar lesões no fígado. Além do mais, ela costuma ocorrer tanto nas regiões do Nordeste quanto em áreas do Sudeste e Centro-Oeste.
Sendo assim, ainda é bom saber que essa planta, já que não apresenta sabor agradável, tende a ser ingerida em grandes períodos de seca. Ou seja, se há escassez de alimentos, a fome do animal o deixa mais vulnerável.
Essa espécie de Solanaceae costuma ser uma planta altamente tóxica que se destaca em meio à vegetação pela tonalidade e abundante massa de folhas.