Constituída especialmente por mata ao longo de sua extensão, a Mata Atlântica ainda engloba um conjunto importante de ecossistemas florestais, apesar de estar praticamente destruída
A Mata Atlântica é realmente tão ampla quanto se pensa. Ocupa uma área de aproximadamente 1.110.182 km² ao longo da costa litorânea, esta que vai do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Sua biodiversidade é semelhante àquela encontrada na Amazônia, porém, infelizmente, extremamente ameaçada.
A Mata Atlântica é, sem dúvida, a segunda floresta mais ameaçada de extinção em todo o mundo. Estima-se que, atualmente, 90% de sua totalidade esteja praticamente destruída. Além disso, 75% do que ainda lhe resta está sob risco de total extinção.
O que é Mata Atlântica?
Mata Atlântica é um dos seis biomas brasileiros que engloba um variado conjunto de ecossistemas florestais, com características climáticas, bem como biológicas, endêmicas. Porém, atualmente, quase sua totalidade foi destruída.
Sua destruição começou logo após a descoberta do Brasil, quando grande parte de sua floresta foi explorada desordenadamente, principalmente o pau-brasil.
Além disso, o comércio não legalizado de couro, bem como pele de animais, por exemplo, onças, cobras, lontras e jacarés, resultou no desaparecimento quase que completo de tais espécies.
Características da Mata Atlântica
Considerada a segunda maior floresta em termos de extensão no Brasil, a Mata Atlântica marca presença em 17 estados: Pernambuco, Alagoas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Ecossistemas: bioma da Mata Atlântica
A definição dos ecossistemas do bioma da Mata Atlântica pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, ou CONAMA, foi efetuada em 1992 da seguinte maneira:
- Floresta Ombrófila Aberta;
- Floresta Ombrófila Densa;
- Floresta Ombrófila Mista;
- Floresta Estacional Decidual;
- Floresta Estacional Semidecidual;
- Mangues.
Sob o ponto de vista de proteção, eles englobam-se à mata primária, assim como as áreas degradadas que estão recuperação. Ademais, a mata secundária se encontra protegida em seu estado inicial, médio e também avançado de recuperação.
Flora da Mata Atlântica
De acordo com o CONAMA, na flora da Mata Atlântica podem ser encontradas aproximadamente 20.000 espécies de vegetais. Ou seja, mais de 35% das espécies que existem no Brasil.
Entre a diversidade de árvores madeireiras são encontradas, por exemplo:
- Pau-brasil, ipê e palmeiras;
- Quaresmeira, jacarandá e peroba;
- Imbaúba, Jequitibá-rosa e jambeiro;
- Cedro, figueira, tapiriria, ananás e andira.
Além disso, são encontradas não madeireiras como, por exemplo, cajuzeiro, erva-mate e palmito-juçara.
Entre as flores, os destaquem ficam com as bromélias, orquídeas e begônias.
Fauna na Mata Atlântica
A fauna na Mata Atlântica é endêmica e formada por anfíbios, mamíferos, assim como uma imensa diversidade de aves.
Até hoje são conhecidas 1020 espécies de pássaros, 340 de anfíbios, 197 de répteis e 350 de peixes no bioma, além de insetos e invertebrados de outras espécies.
Ainda mais: das 1711 espécies de animais vertebrados, 700 são endêmicas, divididas entre 55 espécies de mamíferos, 60 de répteis, 188 de aves, 90 de anfíbios, além de 133 de peixes.
Os animais da Mata Atlântica mais conhecidos são:
- Mico-leão-dourado, macaco, onça-pintada e a capivara;
- Bicho-preguiça, jaguatirica, cachorro-do-mato e porco-do-mato;
- Tamanduá-, lagartos e tatu-peludo;
- Tucano, arara, papagaio e periquito;
- Beija-flor, garça e tiê-sangue;
- Jararaca e cobra-coral;
- Jacaré-de-papo-amarelo, sapo-cururu, rã-de-vidro e perereca-verde;
- Peixes como dourado, traíra e pacu.
Entretanto, recentemente foram feitas descobertas de algumas novas espécies. Entre elas estão os pássaros bicudinho-do-mato e tapaculo-ferrerinho, além da rã-cachoeira e a rã-de-alcatrazes.
Entre os peixes, foram catalogadas as espécies Listruca boticario e a Moenkhausia bonita. Além disso, foi catalogado um novo primata; seu nome é mico-leão-de-cara-preta.
Clima da Mata Atlântica
O clima da Mata Atlântica é predominantemente tropical e úmido, já que sofre influência das massas de ar úmidas provenientes do Oceano Atlântico.
Além disso, a Mata também apresenta clima tropical de altitude na região Sudeste, assim como subtropical úmido na Sul e tropical litorâneo úmido na Nordeste.
Apresenta, também, microclimas, em virtude das altas copas de árvores que compõem sua vegetação. Estas, por sua vez, geram umidade e sombra.
A região é uma das áreas que mais estão sujeitas a precipitações no Brasil. Em função das elevações das serras e planaltos, as chuvas são orográficas. Ademais, as temperaturas médias, bem como a umidade relativa do ar, são elevadas durante todo o ano.
Unidades de conservação
Na atualidade, existe menos de dez porcento da mata nativa. Ainda assim, dos quase 233 mil fragmentos florestais existentes, apenas cerca de 18 mil são maiores que 100 ha, ou seja, 1 km².
Uma vez que 61% da população do Brasil vive na área de domínio da Mata Atlântica, é necessário que existam unidades para conservação e recuperação florestal.
A Mata, por sua vez, é que mantém mananciais e nascentes que abastecem a população, bem como regula o clima e abriga, inclusive, povos indígenas.
Dentre eles, podemos destacar:
- Pataxó, Wassu, Tupiniquim e Gerén;
- Krenak, Guarani, Kaiowa e Nandeva;
- Kadiweu, Terena e Potiguara;
- Guarani M’Bya, Kaingang e Tangang.
Atualmente existem 712 unidades para conservação, incluído federal, municipal, estatual e particular, distribuídas por 16 estados, exceto Goiás, no domínio da Mata.
Entre elas, podemos destacar:
- Parque das Dunas, no RN;
- Parque Nacional da Chapada Diamantina, na BA;
- Parque Estadual da Pedra Azul, no ES;
- Jericoacoara, no CE;
- Parque da Tijuca, no RJ;
- Serra da Cantareira, em SP;
- Serra da Mantiqueira, em SP, RJ e MG;
- Ilha do Mel, no PR;
- Parque Nacional da Serra do Itajaí, em SC;
- Estação Ecológica Juréia-Itatins, em SP.
Fundação SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica, criada em 20 de setembro de 1986, é a primeira organização não governamental destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlântica no país.
O ideal de conservação ambiental da entidade, fundada por cientistas, empresários, jornalistas, bem como defensores do meio-ambiente, associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento sobre o bioma.
O principal objetivo da Fundação, portanto, é conscientizar, assim como inspirar a sociedade, na defesa da Mata Atlântica, além de transformar valores e atitudes em prol da floresta.
Além disso, pretende-se mostrar que a responsabilidade de preservação é de toda a sociedade, com ações praticadas no dia a dia.
A história do SOS Mata Atlântica foi construída através da mobilização permanente e aposta no conhecimento, na tecnologia, na educação, nas políticas públicas, assim como na articulação em rede, para o crescimento do movimento socioambiental brasileiro.