A pectina é uma espécie de fibra alimentar encontrada em todas as frutas e utilizada no preparo de compotas e geleias
A pectina, encontrada na casca de frutos e alguns vegetais, além de trazer benefícios para o organismo, pode ser utilizada no preparo de alimentos. Além disso, é aproveitada na indústria farmacêutica e na cosmética na formulação de cremes e loções, entre outros produtos.
Na presença de açúcares, água e um meio ácido, a pectina forma um gel viscoso transformando-se em um excelente agente espessante e emulsificante. Esse gel é fundamental para dar cremosidade, brilho e leveza a geleias, molhos, cremes doces e produtos lácteos.
O que é pectina?
Pectina é um polissacarídeo encontrado nas frutas e em alguns vegetais. A palavra deriva do termo grego pectos, cujo significado é “solidificado” ou “gelatinizado”. A substância foi descoberta em sumos de frutas no ano de 1790, por Luis Nicolas Vauquelin, químico e farmacêutico de origem francesa.
Contudo, apenas no começo do século XX, foi reconhecido que a sua boa capacidade de solidificação poderia ser aproveitada na preparação de alimentos. A pectina é utilizada principalmente no preparo de compotas, geleias e sucos concentrados.
Além disso, também é utilizada no preparo de produtos lácteos gelificados, molhos e maionese e na confeitaria de uma maneira geral. Já seu uso farmacológico está voltado para o tratamento de diarreias, bem como auxiliar na perda de peso.
Na indústria do tabaco, é utilizada como cola natural na fabricação de charutos e charutinhos. No uso cosmético, a pectina atua como agente de textura natural em cremes, loções corporais, xampus, unguentos e óleos como estabilizante e espessante.
Onde encontrar pectina?
Primeiramente, iremos esclarecer onde encontrar pectina. Ela é encontrada em todas as espécies de plantas terrestres superiores, principalmente nos caules, nas folhas e nas flores. Aloja-se nas paredes celulares primárias e também nas lamelas médias. Ali, assume a função reguladora da umidade e firmeza.
Sua composição varia conforme o tipo e a idade da planta, bem como depende do tipo vegetal. Por exemplo, na polpa das frutas cítricas, seu teor varia entre 0,5 a 3,5%. Já em suas cascas, o teor é de aproximadamente 30%.
Assim, a pectina é encontrada em todas as frutas, em maior ou menor quantidade e em alguns vegetais. Concentra-se na casca, na polpa, ao redor das sementes e nos caroços, principalmente em frutas mais verdes do que maduras.
As frutas com pectina são:
- Ameixa;
- Amora;
- Banana verde;
- Carambola;
- Damasco;
- Figo verde;
- Goiaba;
- Groselha;
- Jabuticaba;
- Laranja;
- Limão;
- Maçã;
- Maracujá;
- Marmelo;
- Pera;
- Pêssego;
- Tangerina;
- Tomate;
- Uvas pretas.
Vale ressaltar que as frutas acima mencionadas são ricas em pectina. Por outro lado, frutas como morango, abacaxi, caju maduro, figo maduro, cereja, cajá maduro e framboesa são pobres na substância.
Entre os vegetais ricos em pectina encontram-se a ervilha, cenoura, beterraba, batata e girassol.
Para que serve?
Em segundo lugar, iremos esclarecer para que serve a pectina na indústria alimentícia, onde é bastante utilizada. A substância se forma pela ação de enzimas na decomposição da protopectina (hidrato de carbono) presente nas frutas.
Quando em contato com um meio ácido, água e açúcares, a substância possui a capacidade de formar géis. É exatamente esse gel formado que é utilizado como base para a fabricação de geleias, compotas e outros tipos de conservas.
Na prática, para a fabricação de geleias, por exemplo, o teor de pectina e a acidez encontrada na fruta é que determina a quantidade de açúcar que deverá ser utilizado em sua confecção. Se a fruta escolhida possuir pouco desses teores será necessário a adição tanto de pectina, quanto de ácido.
Como é extraída?
A extração da pectina é realizada a partir de matérias-primas com alto teor da substância e subprodutos da indústria de sumos. São exemplos o bagaço da laranja, da beterraba e dos citrinos.
Assim, o uso de matérias-primas diferentes, bem como variados métodos de extração, resultam em substâncias com propriedades distintas. Acompanhe, a seguir, a sequência de etapas de sua extração:
- Utilização de água quente para extrair todas as substâncias hidrossolúveis da matéria-prima;
- Separação das pectinas das substâncias restantes por precipitação com metanol, etanol ou isopropanol;
- Várias centrifugações, filtrações e lavagens;
- Tratamento para reduzir o grau de esterilização feito com ácido clorídrico;
- Novas lavagens, filtragens e secagem com a finalidade de tornar o pó mais branco;
- Adição de aditivos como o açúcar de cana, ácidos orgânicos ou sais de cálcio para tornar a substância adequada à sua utilização.
Como fazer pectina em casa?
É possível, bem como bastante simples, fazer pectina caseira. Acompanhe, a seguir, como proceder para extrair a substância de maçãs.
- Em primeiro lugar, higienize e pique 1 kg de maçãs. Mantenha a casca e as sementes;
- Depois, coloque-as em uma panela com 1 litro de água, leve ao fogo e deixe ferver por 30 min;
- Em seguida, retire do fogo e coloque sobre um pano fino e deixe filtrar naturalmente. Não esprema o pano em hipótese nenhuma;
- Por fim, volte o líquido obtido ao fogo e deixe levantar fervura. Guarde em vidros esterilizados e bem fechados.
Benefícios da pectina
A pectina é considerada uma fibra alimentar, também chamada de fibra dietética e predominantemente presente em alimentos de origem vegetal. Essa fibra não é digerida nem absorvida no intestino delgado. Entretanto, é benéfica para a microbiota intestinal.
Sua ação prebiótica auxilia na melhora do trânsito intestinal, bem como na saúde da flora intestinal. Listaremos, a seguir, mais alguns benefícios da pectina para o organismo:
- Auxilia na perda de peso: por ser uma fibra alimentar, proporciona uma maior sensação de saciedade, o que auxilia nas dietas de emagrecimento;
- Facilita a síntese de lipídios e proteínas e regula a absorção de carboidratos pelo organismo;
- Auxilia no tratamento de diarreias;
- Auxilia no controle dos níveis de colesterol por auxiliar na eliminação da gordura consumida através da alimentação;
- Diminui o risco de degeneração celular e, consequentemente, de desenvolver doenças como o câncer. Isto é, ela impede a absorção de substâncias tóxicas pelo organismo como metais pesados e outros microrganismos responsáveis pela degeneração celular;
- Auxilia na prevenção de diabetes por absorver a glicose consumida através da alimentação;
- Auxilia na prevenção de problemas digestivos.
Além disso, a pectina regula a pressão arterial por auxiliar na excreção dos ácidos biliares, intensificando a produção de ácidos esteroides. Ela pode ser encontrada em farmácias e lojas de suplementos alimentares, em forma líquida ou em pó.