Raiva é uma zoonose que pode ser fatal para animais e seres humanos
A raiva é uma doença transmitida por um vírus de mesmo nome. Também conhecida pelo nome de hidrofobia, a doença tem o medo doentio do contato com água ou qualquer tipo de líquido entre os seus principais e mais conhecidos sintomas.
Bastante conhecida como uma doença presente e transmitida por cachorros, a raiva é uma doença capaz de afetar tanto os animais como os seres humanos; sendo, portanto, classificada como uma zoonose. Por atingir significativamente o sistema nervoso central, é uma complicação que, em muitos casos, pode levar a pessoa ou animal infectado à morte.
O que é raiva?
A raiva é uma doença infecciosa transmitida dos animais para os homens e para outros animais. Embora muitos associem a doença com os cachorros, existem muito outros animais que podem ser responsáveis pela transmissão do vírus, incluindo, por exemplo, gatos, coelhos, morcegos, cavalos, vacas e até macacos.
Ao se exposto à possibilidade de contaminação pela doença, o mais indicado é buscar o auxílio de um profissional da saúde em um hospital imediatamente. Isso porque a maioria dos casos de contágio são letais e, somente com um atendimento rápido e específico há chances de tratamento.
Sintomas da raiva
A doença pode ser assintomática em muitos casos, já que o período de incubação do vírus pode variar muito; de dias até anos. O aparecimento dos sintomas da doença vai depender, principalmente, do nível de contato que a pessoa infectada teve com o transmissor.
Enquanto nos animais ele costuma se manifestar em um período médio de cerca de uma semana, nos humanos a média é de aproximadamente 45 dias. De maneira geral, os sintomas incluem:
- irritabilidade
- falta de apetite
- mal-estar generalizado
- dores de cabeça
- temperatura corporal febril
- enjoos e náuseas
- dores de garganta
- vômitos
Em animais como o cão, por exemplo, os sintomas já costuma se apresentar com algumas diferenças, tais como:
- grande agressividade
- medo
- depressão
- comportamento de ansiedade
- salivação
- dificuldade de coordenação
- paralisia (quando em estágio avançado)
Transmissão da raiva
A infecção se dá por meio do contato com a saliva de seres infectados, principalmente em ocasiões em que há uma mordedura, arranhão ou até uma simples lambedura em local que permita o contato direto com a pele ou a mucosa.
Tratamento para raiva
Os tratamentos para a raiva podem ser realizados por meio de medidas preventivas – realizadas antes da exposição ao vírus – ou após o contato. No Brasil, a saúde pública disponibiliza vacinas, soros e imunoglobulina antirrábica para evitar o contágio da doença por seres humanos.
Mas vale citar que, mesmo a vacina contra raiva sendo uma medida importante para evitar a doença, é preciso saber que isso não garante a cura após uma exposição ao vírus.
Vale ressaltar, ainda, que alguns profissionais estão mais suscetíveis ao vírus; como é o caso de médicos veterinários. Para este grupo, o ideal é que sejam tomadas medidas preventivas antes do contato com um animal possivelmente infectado.
Nos casos em que vacinas ou outras medidas preventivas não foram adotadas no período anterior à exposição, o ideal é que alguns passos sejam seguidos para tentar evitar os riscos de que a infecção se instale:
- lavar o ferimento com água corrente e sabão
- fazer a limpeza da região com antisséptico
- procurar um hospital e um profissional da saúde imediatamente
Somente um profissional qualificado poderá botar em prática o tratamento mais adequado para diminuir as chances de infecção. Isso porque ele terá qualificação suficiente para levar em consideração o tipo de exposição e a melhor maneira de tratá-la.
Prevenção da raiva
Algumas medidas podem ser tomadas a fim de evitar o contágio da doença, entre elas, a manutenção da vacinação de cães e gatos em dia. Evitar o contato com animais silvestres que possam carregar o vírus – como morcegos e macacos, por exemplo – também é indicado; assim como evitar tocar em cachorros ou felinos que possam estar em situação de risco.
Raiva bovina
A raiva em animais bovinos tem os morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) como principais responsáveis pela sua transmissão. E no Brasil há muitos casos de animais mortos em decorrência desse tipo de patologia; o que resulta em um grande prejuízo para o produtor pecuário, especialmente nos casos em que a doença se espalha pelo rebanho.
A doença pode provocar lesões no sistema nervoso central do animal e incentivar a ocorrência de episódios convulsivos e hidrofobia, além de paralisia respiratória.
Os sintomas da raiva bovina incluem mudanças de hábitos no animal, tais como perda de apetite e agitação, fezes escuras e secas, maior salivação, agressividade e desequilibro no andar. Para prevenir a manifestação da doença o ideal é manter o rebanho vacinado e ter controle da população dos mamíferos voadores.
Raiva em cavalos
Por se tratar de uma zoonose e poder atingir tanto animais como seres humanos, a raiva é uma doença que requer ainda mais atenção e cuidado que outras. Embora a doença tenha sido considerada erradicada no Brasil durante um bom tempo, ao longo dos últimos anos foram registrados alguns casos da infecção do país.
Por isso, todo cuidado é pouco quando se trata deste vírus; já que o fato de ser fatal na maioria dos casos de contágio faz com que seja ainda mais perigoso.
Assim como seres humanos, bois, cachorros, gatos, morcegos e macacos, os equinos também fazem parte do grupo de animais que podem ser acometidos por este mal; e a raiva equina é capaz de atingir tanto os cavalos machos quanto as fêmeas, independente da idade.
Da mesma forma que em outros animais, a doença afeta desde o cérebro do animal até o seu tronco e a sua médula espinhal. O conjunto de sintomas da raiva em cavalos também é bem parecido com os que se manifestam em outros animais.
Geralmente, os equinos ficam mais agressivos e começam a andar em círculos, repetidamente e sem motivo aparente. Além disso, o cavalo pode apresentar cegueira e grande sonolência, acompanhada de comportamento apático e falta de apetite, entre outros sintomas.
Para garantir a prevenção da raiva o ideal é que os cavalos sejam vacinados anualmente. Também é indicado que se faça o controle de voadores próximos às áreas em que vivem os equinos, levando em conta que o contágio deles também tem os morcegos entre seus principais responsáveis.