Mosquito pode apresentar riscos ao homem e ao animal. Alguns produtores desconhecem, mas picadas de mosquito também atingem os animais. Afinal, elas podem resultar em aumento do estresse e dor, o que reduz e compromete a aptidão do gado, o ganho de peso e o bem-estar desses animais.
De fato, nem toda espécie de mosquito é um vetor de doenças e nem todos os indivíduos dentro de uma espécie serão infectados após a exposição. Por isso, é importante destacar e identificar as diferenças entre os gêneros e espécies de mosquitos.
O que é mosquito?
Mosquito é um grupo de cerca de 3.500 espécies de pequenos insetos da ordem Diptera. Dentro de Diptera, eles constituem a família Culicidae (do latim “culex”, que significa “mosquito”). A palavra “mosquito” (formada por “mosca” e o diminutivo -ito) é de origem espanhola, onde significa “mosca pequena”.
Em suma, o ciclo de vida do mosquito consiste em ovo, larva, pupa e estágios adultos. Os ovos são postos na superfície da água. Ali, eles eclodem em larvas móveis que se alimentam de algas aquáticas e material orgânico.
Além disso, as fêmeas adultas da maioria das espécies têm peças bucais em forma de tubo (chamadas de probóscide) que podem perfurar a pele de um hospedeiro e se alimentar de sangue, que contém proteínas e ferro necessários para produzir ovos.
Assim, milhares de espécies de mosquitos se alimentam do sangue de vários hospedeiros vertebrados como, por exemplo, mamíferos, aves, répteis, anfíbios e alguns peixes. Além disso, algumas espécies podem parasitar alguns invertebrados, principalmente outros artrópodes.
A saliva do mosquito é transferida para o hospedeiro durante a picada e pode causar comichão. Além disso, muitas espécies podem ingerir patógenos enquanto mordem e transmiti-los para futuros hospedeiros.
Dessa forma, os mosquitos são vetores importantes de doenças como, por exemplo:
- Malária;
- Febre amarela;
- Chikungunya;
- Febre do Nilo Ocidental;
- Dengue;
- Filariose;
- Zika;
- Entre outros arbovírus.
Ao transmitir doenças, os mosquitos causam a morte de mais pessoas do que qualquer outro animal. Isto é, estima-se que mais de setecentas mil mortes a cada ano sejam acarretadas por mosquitos. De fato, eles são responsáveis pela morte de mais da metade das pessoas que já viveram.
Mosquitos
Em suma, o aumento da globalização e a modificação antropogênica da paisagem resultaram em emergência generalizada e reemergência de patógenos de mosquitos em antigos e novos habitats.
Além disso, a adaptação viral e as mudanças climáticas globais colocarão mais populações animais e humanos em risco desses patógenos transmitidos por mosquitos. Por exemplo, a tripanossomose bovina é responsável pela morte de até 80% dos bovinos infectados no período de apenas dois dias.
Essa doença que assusta produtores é transmitida pela picada de mosquitos hematófagos (como o mosquito mutuca), isto é, mosquitos cuja alimentação consiste em sangue – além de poder contaminar outros animais através de seringas.
Uma vez dentro do hospedeiro, o parasita atua na corrente sanguínea. Desse modo, causa sintomas como imunossupressão, tremores, ataxia, hipotermia, anemia, danos de caráter neurológico, entre outros.
Além disso, a doença pode ser manifestada de modo subclínico nos rebanhos de corte e leite, diminuindo significativamente a produção e desempenho dos animais. Atualmente, o remédio disponível no Brasil para tratamento de miíase é o dimenazene, sendo recomendada uma dosagem de sete miligramas por quilo.
Tipos de mosquito
Em suma, mais de 3.500 tipos de mosquito já foram descritos na literatura científica. Algumas das principais espécies que causam preocupação na população são:
Mosquito barbeiro
O chamado “mosquito barbeiro“, na verdade, não é um mosquito. Na verdade, o barbeiro é uma espécie de inseto da família Reduviidae que ocorre no Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Brasil. Os barbeiros são insetos especialmente comuns nas regiões rurais de diversas áreas do Brasil, onde são bastante conhecidos por transmitir a doença de Chagas.
A doença de Chagas é uma doença inflamatória e infecciosa causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, encontrada nas fezes do inseto barbeiro. A doença de Chagas é comum na América do Sul, mas também se espalhou pela América Central e México.
Estima-se que cerca de seis a sete milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente na América Latina, estejam infectadas com Trypanosoma cruzi.
De fato, a doença de Chagas já foi inteiramente confinada à Região das Américas – principalmente América Latina. Contudo, nas últimas décadas, se espalhou para outros continentes. Em geral, a infecção pelo parasita Trypanosoma cruzi é curável se o tratamento for iniciado logo após a infecção.
Na fase crônica, o tratamento antiparasitário também pode prevenir ou conter a progressão da doença. Entretanto, até 30% das pessoas infectadas cronicamente desenvolvem alterações cardíacas. Enquanto isso, até 10% desenvolvem alterações digestivas, neurológicas ou mistas que podem requerer tratamento específico.
O controle vetorial é o método mais útil para prevenir a doença de Chagas na América Latina. A triagem de sangue, por exemplo, é vital para prevenir a infecção por transfusão e transplante de órgãos. A triagem de recém-nascidos de mães infectadas sem tratamento antiparasitário prévio, juntamente a seus irmãos, também é essencial.
Mosquito borrachudo
O simuliidae, conhecido popularmente como “mosquito borrachudo“, são mosquitos pequenos, de cor negra, nativos de países de clima tropical. Os mosquitos dessa espécie medem cerca de um a cinco milímetros e vivem nos arredores de florestas e rios.
Atualmente, existem aproximadamente 1.750 espécies de mosquito borrachudo distribuídas ao redor do mundo. Cerca de 300 espécies são oriundas de países neotropicais. Entre essas espécies, algumas são conhecidas por apresentar hábitos de ordem antropofílica, sendo, desse modo, de importância médica.
Os mosquitos borrachudos sugam sobretudo a região do tornozelo humano, criando feridas relativamente grandes durante a pastagem. Assim, tornam a infecção da área mais fácil.
Mosquito da dengue
Sem dúvida, a espécie que mais preocupa a população é a do mosquito da dengue. Afinal, a dengue é uma doença causada por uma família de vírus transmitidos por mosquitos Aedes.
Os sintomas da dengue incluem dores articulares e musculares graves, linfonodos inchados, dor de cabeça, febre, exaustão e erupção cutânea. De fato, a presença de febre, erupção cutânea e dor de cabeça (a “tríade da dengue”) é característica principal da doença.
O vírus da dengue é predominante nos trópicos e subtrópicos, como no Brasil. A fase aguda da doença, com febre e dor muscular, dura cerca de uma a duas semanas. A prevenção da dengue requer controle ou erradicação do mosquito portador do vírus causador da doença.