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Agronegócio

Pesca é uma das atividades mais importantes para a economia brasileira

As atividades de pesca representam um dos mais importantes setores produtivos do agronegócio brasileiro, destacando-se na pauta de exportações na geração de empregos

O Brasil apresenta grande viabilidade para as atividades de pesca. Essa condição se vincula à profusão de recursos hídricos, diversidade de espécies e climas favoráveis. Todos esses elementos fazem com que o nosso mercado da pesca seja tido como um dos mais promissores em comparação aos demais centros de produção mundial.

A demanda crescente por produtos advindos da pesca, articulada às facilidades de produção oriundas das excelentes condições ambientais, faz com que o nosso Brasil detenha relevantes vantagens competitivas nesse mercado.

O que é pesca?

Pesca é uma atividade extrativa de organismos que vivem em ambientes aquáticos. Ela vem sendo praticada durante séculos.

Inicialmente, a pesca detinha um caráter de mera subsistência, isto é, a humanidade a empregava com o único objetivo de complementar sua alimentação, inexistindo objetivos de escambo ou de venda.

Com o passar do tempo e o surgimento de vilas, comunidades e sociedades mais complexas, passamos, então, a produzir alimentos destinados à comercialização e à geração de lucros. Nesse sentido, a pesca pode ser dividida em artesanal e industrial.

Pesca artesanal

Além de ser muito importante para agropecuária, a pesca amadora (ou pesca artesanal) é uma forma de extrair alimentos que podem ou não empregar embarcações.

Quando elas são usadas (geralmente, em dimensões inferiores aos 8 metros), não há o emprego de sistemas de bordo voltados à conservação de pescados, uma vez que a autonomia de tais embarcações tende a ser reduzida.

As áreas de atuação pesqueira ficam limitadas às regiões costeiras (como praias, baías, enseadas, estuários, lagoas, lagos e rios). A extração de recursos pesqueiros, portanto, é localmente limitada e os recursos desse tipo de pesca extrativa raramente são processados.

Pesca industrial

A pesca profissional utiliza, por sua vez, de embarcações superiores aos 8 metros. São de grande e médio porte e com alta autonomia no mar. Desse modo, elas podem ficar, até mesmo, durante meses em busca de recursos pesqueiros.

Ademais, possuem, a bordo, sistemas de conversão de pescados e podem usar diferentes áreas para a extração. Ao desembarcar o pescado, ele tende a ser distribuído por distintas áreas de comercialização, incluindo a exportação.

Recursos pesqueiros

Recurso pesqueiro é qualquer organismo que vive em ambiente aquático, que é geralmente explorado para o consumo humano. Como são recursos renováveis, geram a produção de uma biomassa que, também, é exportável.

Para ser considerado um recurso pesqueiro, o organismo depende de 3 variáveis:

Tal recurso deve ser abundante o suficiente para ser explorado e, assim, gerar lucros. Ter valor, a fim de que, ao ser capturado, possa gerar riqueza. E, por fim, ter a disponibilidade necessária para que possa ser adequadamente extraído de seu ambiente sem maiores dificuldades.

A captura de recursos pesqueiros

Há diversas formas de capturar recursos pesqueiros no mercado da pesca. Em termos práticos, cada embarcação se especializa em um recurso específico e, dessa forma, se utiliza de artefatos e equipamentos apropriados para a captura.

Entre as técnicas usadas destacam-se as armadilhas fixas, como as redes de espera. Elas podem ser usadas próximas ao fundo, em meia água ou na superfície, de acordo com o tipo de comportamento dos recursos pesqueiros. Uma armadilha fixa, por exemplo, é mais indicada para a captura de espécies migratórias de cardumes.

Redes de arrasto representam outra técnica, sendo puxadas pelas embarcações ou, até mesmo, tracionadas pela ação do homem. Essas redes visam o fundo, na busca por crustáceos e peixes com hábitos bentônicos, isto é, que vivem associados em maiores profundidades.

Vale destacar que este método é amplamente condenável, sendo proibido em vários locais por impactar gravemente ecossistemas marinhos inteiros.

No litoral brasileiro, a sardinha é um dos mais importantes recursos. Para pescar esse peixe, são utilizadas redes de cerco. A operação consiste no cercamento de cardumes previamente localizados. Com o fechamento dos fundos da rede, o cardume é mantido preso, ficando com um curioso formato arredondado.

Iscas e anzóis são outros instrumentos para a captura de recursos pesqueiros, podendo ser considerada as pescarias de espinhel até a chamada “pescaria de mão simples”.

As pescarias de espinhel baseiam-se no long line – um cabo com iscas e anzóis que chegam a 50 km de distância, visando capturar tubarões e atuns, dentre outros peixes considerados de “meia água”.

Influência do El Niño na pesca

O fenômeno responsável pelo aquecimento do Oceano Pacífico, conhecido popularmente como El Niño, gera a redução das atividades pesqueiras devido à diminuição dos nutrientes essenciais para atrair os peixes e outros animais marinhos.

No que se refere à pesca do Brasil, diversas transformações puderam ser verificadas na dinâmica das chuvas, dispersando ou concentrando sua formação.

Nesse contexto, é preciso considerar a faixa oceânica chamada de “termoclina”, localizada entre cinquenta e duzentos metros de profundidade, ocasionando quedas bruscas de temperatura.

Abaixo dessa linha existe uma concentração superior de nutrientes essenciais para atrair os cardumes. Nas áreas equatoriais e tropicais, a termoclina é ainda mais evidente. Isso dificulta a ressurgência. Assim, as águas mais frias e com altos índices de nutrientes transpassam a termoclina e atingem áreas mais próximas das superfícies oceânicas.

Em regiões com altas pressões subtropicais, a força dos ventos consegue deslocar as águas superficiais e aquecidas. Tal fator contribui para que águas mais profundas carreguem nutrientes às áreas de superfície. Dito de outra forma, os ventos fortes colaboram para ocorrer o fenômeno da ressurgência.

Ao reduzir a velocidade, a intensidade dos ventos e o aquecimento das águas, o El Niño dificulta a ressurgência. Isso obriga diversas espécies marinhas a migrarem para regiões frias ou mergulharem em áreas de maior profundidade.

O resultado é um declínio substancial das atividades pesqueiras e o deslocamento de espécies de aves, mamíferos, entre outras.

Impactos no Brasil

Ocorrem, no Brasil, diversas situações, devido às grandes dimensões de nosso território. Nos anos de maior incidência do El Niño, há uma grande elevação na concentração de chuvas sobre a região Sul. Há, concomitantemente, uma elevação da seca no Nordeste e na Amazônia oriental.

Para ficar apenas nesses dois exemplos, a pesca é prejudicada pelo enfraquecimento de ventos alísios e subtropicais. Esses ventos, em condições normais, auxiliam na distribuição da umidade e favorecem a pesca.

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