O estado do Rio Grande do Norte é responsável por cerca de 95% da produção de sal refinado no Brasil. Existem dois modelos de produção de sal refinado: extração de rochas ou vaporização de água do mar. Sem dúvida, o modelo mais recorrido é o de extração mineral, contudo, como o Brasil é um país abundante em recursos hídricos, opta em concentrar grande parte de sua produção no método de vaporização.
Certamente o sal refinado é o tipo mais consumido e popular entre os brasileiros e também na cozinha da maior parte das nações. O processo de refinamento o torna uma opção mais eficiente para o tempero de alimentos. No entanto, a alta concentração de sódio e aditivos químicos transformam-no em um tempero nocivo à saúde se consumido em excesso.
O que é sal refinado?
Sal refinado é um cloreto de sódio formado pela junção iônica entre sódio e cloro. É extraído por meio da vaporização da água do mar ou via extração de rochas.
Esses métodos de extração são a origem comum de todos os tipos de sal, o que diferencia uns dos outros é o tratamento que recebem após a extração, se são misturados com outros elementos, se recebem aditivos químicos ou não, etc.
No caso do sal refinado, ele passa a ser definido como tal após o processo de refinamento, que consiste em fragmentar os grãos em pequenas porções para, dessa forma, se harmonizarem mais facilmente no preparo de alimentos.
Nesse processo, muito das propriedades naturais do minério são perdidas e, para repor essas perdas, assim como se garantir a umidade desejada, são adicionados aditivos químicos, mas que se revelam nocivos ao serem consumidos em grande quantidade.
Um dos grandes problemas do consumo acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de sal refinado é o sódio.
Com o processamento para se chegar ao produto final para ser comercializado, o minério fica com uma concentração elevada de sódio, elemento químico responsável por causar hipertensão e outros problemas cardiovasculares se consumido em excesso.
Como é feito o sal refinado?
Para os interessados em saber como é feito o sal, vamos explicar um pouco das etapas de produção do método mais utilizado no Brasil, a extração do minério por meio da vaporização da água do mar.
A água do mar conta com vários sais dissolvidos e o principal deles recebe o nome de NaCl, que tem 3,5% em massa.
Esse número significa que, para cada 1 litro de água, existem 35 gramas de sal NaCl.
Para extrair essas gramas de sal por meio do método de vaporização, as salinas desempenham papel fundamental.
Elas represam a água do mar em tanques localizados estrategicamente em regiões litorâneas, conhecidas por terem alta temperatura e ventos, condições que favorecem a vaporização do volume d’água retido.
O sal comum se cristaliza nessa fase antes dos outros tipos de sais, sendo, por isso, facilmente separado.
Contudo, existem duas formas de separação do sal comum: mecânica e artesanal.
Separação mecânica e artesanal
A mecânica, como o nome já deixa implícito, utiliza equipamento que separa e abastece os caminhões caçamba. Esse equipamento se chama colheitadeira.
A separação artesanal necessita de mão de obra de trabalhadores que se encarregam de fazer a separação manualmente, mas se utilizado de uma “chibanca”, enxada.
O sal separado é colocado em carrinhos de mão que são conduzidos até pequenos montes de sal chamados de rumas. Das rumas, o sal é transportado para os caminhões.
Esse sal que chega no caminhão contém preservado elementos presentes nos oceanos e, como ainda não passou por processo de refinamento, pode ser comercializado como sal grosso.
O sal refinado, no entanto, é bastante purificado e suplementado por aditivos químicos, principalmente iodo, obrigatório para evitar que os consumidores sejam vítimas de bócio, tireoide, entre outras enfermidades.
Esse tempero de cozinha ainda passa pelo refinamento para reduzir a espessura e tamanho de seus grãos para, dessa forma, se tornar mais palatável e prático no preparo de alimentos como molhos, carnes, massas, etc.
Sal refinado faz mal?
Apontamos a questão da alta concentração de sódio e os aditivos químicos presentes nesse sal processado que são potencialmente nocivos à saúde. Esses aspectos tornam o tempero processado algo a se evitar? Em outras palavras, sal refinado faz mal a saúde?
Tudo depende da quantidade. Se consumido moderadamente, pode fazer parte da alimentação diária sem problema, a não ser em casos específicos, como problemas cardiovasculares e outros que se potencializem com as substâncias presentes nesse tipo de sal (cabe orientação médica).
E existe até uma porção diária recomendada para OMS para garantir consumo saudável:
- Para adultos: dois (02) gramas de sódio por dia (o que equivale a cinco [5] gramas de sal);
- Para crianças: a porção recomendada para adultos deve ser ajustada para baixo.
Porém, a média da população brasileira passa longe desse consumo, infelizmente para cima, e não para baixo, pois o consumo médio de sal por dia é de 8,2 gramas.
Quando consumido em excesso, o sal refinado pode se tornar a causa para problemas como aumento da pressão arterial, risco de doença cardiovascular (DCV), síndrome coronariana aguda (SCA), acidente vascular encefálico (AVE), entre outros transtornos.
Ou seja, o que pode fazer mal é o padrão de consumo do tempero, e não propriamente o tempero em si.
Tipos de sal
Apesar do sal refinado certamente ser o mais popular e consumido mundialmente, existem vários tipos de sal com qualidades próprias muito apreciadas.
Veja os principais a seguir.
Sal grosso
Talvez seja o mais popular depois do refinado, por ser infalível em churrascos. Por não passar por processo de refinamento, apresenta grãos maiores que têm como grande qualidade preservar por mais tempo os alimentos, além de conter mais propriedades naturais.
Sal marinho
Raspado manualmente das superfícies de lagos de evaporação, não é tão processado quanto o sal refinado, por isso, considerado mais benéfico à saúde. Dependendo da região em que for extraído, pode ter coloração diferente.
Sal do Himalaia
Extraído de rochas localizadas em ilhas do Himalaia. É muito em rico em minerais, que são os responsáveis por sua coloração rosada.
Sal líquido
É obtido ao se diluir em água mineral um sal com alto grau de pureza, ou seja, livre de aditivos químicos, diferente do sal refinado.
Produção brasileira de sal refinado
No Brasil, sem dúvida, o Estado do Rio Grande do Norte se destaca na produção de sal refinado. É responsável por 95% da produção total. Outros estados que têm produção forte são Rio de Janeiro, Ceará, Sergipe, Maranhão, Bahia. O país produz mais de 7 mil toneladas ao ano.