Ícone do site Agro20
Agricultura

Guano é estrume de animais que pode ser utilizado como adubo natural

Guano é um material orgânico produzido através das fezes de diferentes animais, como as aves, coelhos e morcegos. Ele é rico em nutrientes principalmente nitrogênio, fósforo e potássio, responsáveis pelo desenvolvimento e saúde das plantas.

guano pode suprir as necessidades de solos mais pobres, além de trazer benefícios para a plantação. Confira, a seguir, todas as vantagens e a importância desse material.

  1. O que é guano?
  2. Qual é a composição do guano?
  3. Tipos de guano
  4. Guano de morcegos
  5. Benefícios do guano para as plantas
  6. Como usar guano?
  7. Onde o guano é encontrado?
  8. A importância do guano de morcego para as cavernas
  9. Guano de aves


O que é guano?

Guano é o material fertilizante constituído das fezes de animais, como morcego, aves e coelhos. O material tem origem, então, quando as fezes se acumulam e, assim, podem ser utilizadas como fonte orgânica. Uma das características do guano é seu alto teor de nitrogênio, o que traz benefícios para as plantas.

Se o solo apresenta deficiência em nutrientes, portanto, o uso deste material pode trazer benefícios para a plantação.

Qual é a composição do guano?

material orgânico tem capacidade de fertilizar o solo, então, é rico em diversos nutrientes entre outros componentes. Alguns deles são:

Tipos de guano

São diversos os tipos de guano que podem ser encontrados na natureza. Em algumas ilhas do Oceano Pacífico, por exemplo, é encontrado e coletado o guano de aves. Isso porque estes ambientes são o habitat natural de aves marinhas.

Assim, como a população dos animais é bastante vasta, o estrume acaba se acumulando nas ilhas, principalmente na região do Peru. Por ser considerado um fertilizante natural, inclusive, existe grande demanda do produto no mercado.

Como visto, o excremento produzido pelos animais é rico em fosfato e nitrogênio. Algumas aves capazes de produzir o material que será utilizado no comércio são os pelicanos, pinguins, corvos-marinhos e alcatrazes, por exemplo.

Guano de morcegos

Existem várias formas de se utilizar os excrementos de morcego, a principal delas é enriquecer o solo, melhorando assim a sua textura. Outras vantagens de se utilizar o produto, são:

guano de morcego possui algumas características especiais, devido à alimentação dos animais. O material possui alta concentração de nutrientes, principalmente nitrogênio, fósforo e potássio. A quantidade de nutrientes, contudo, vai depender da origem do produto.

Ainda assim, geralmente ele é composto da seguinte forma: 10% de nitrogênio (N), 3% de fósforo (P) e 1% de potássio (K).

Estrume dos coelhos

Já sabemos que os excrementos possuem quantidades consideráveis de nutrientes para as plantas. O nitrogênio, por exemplo, é responsável pelo crescimento e desenvolvimento da plantação. O fósforo, por sua vez, ajuda no crescimento das raízes e flores. Por fim, o potássio contribui para a saúde do vegetal, de maneira geral.

Uma das opções disponíveis no mercado é o guano de coelhos, produzido à base de esterco. O produto deve ser usado na hora do preparo da mistura do substrato. Assim, geralmente são utilizadas três colheres de guano para cada cinco litros de substrato.

Vale reforçar que o guano de coelhos, além de conter os nutrientes base (NPK), também é composto por Zinco, Cobre, Ferro, Manganês, Magnésio e Cálcio.

Adubo natural fundamental

O guano é um material orgânico rico em nutrientes essenciais para fertilização das plantas, além de importante para o ecossistema dos peixes que vivem em recifes de corais e, alguns, para a maioria das espécies que vivem em cavernas.

Esse adubo natural é obtido através das fezes de animais. Decerto, as mais comuns são: morcegos, coelhos e aves, como os alcatrazes, pelicanos, corvos marinhos e os pinguins.

Por ser produto de origem natural e inesgotável, o comércio de guano também é uma importante atividade comercial para alguns países. Então, nos próximos tópicos, poderemos conferir qual a importância desse material para as plantações, para os ecossistemas e para economia, bem como dicas de como usá-lo.

Benefícios do guano para as plantas

De fato, usar o guano nas plantas é essencial para garantir a sua boa saúde. Esse adubo natural pode ser usado em todos os tipos e tamanhos de plantações, sendo uma excelente opção para os produtores orgânicos. Isso acontece porque o guano ajuda na regeneração do solo, aumentando a quantidade de nutrientes do terreno.

Essa nutrição do solo acontece pois as fezes dos animais ajudam a acelerar a decomposição da matéria orgânica. Além disso, o guano tem propriedades que ajudam a evitar o aparecimento de doenças e pragas, como os fungos e nematódeos. Por outro lado, as bactérias e fungos presentes nesse material tornam as plantas mais resistentes e a deixam mais nutridas.

Nesse sentido, cada um dos componentes do guano tem um papel específico para a saúde das plantas: o nitrogênio (N) é responsável pelo seu crescimento acelerado, o fósforo (P) pelo crescimento das raízes e flores, e o potássio (K) contribui para saúde geral da planta.

Além disso, essas componentes influenciam diretamente na qualidade das frutas, folhas, grãos, verduras e sementes. Contudo, cada tipo de guano tem concentrações diferentes de NPK, variando de acordo com a espécie do animal, sua alimentação e local de origem.

Ao mesmo tempo, a aplicação de guano no solo melhora textura e drenagem do mesmo, podendo ser aplicado antes de iniciar a plantação ou durante o crescimento ativo. Além disso, por ter ação rápida e pouco odor, permite seu uso mesmo em locais fechados.

Seja como for, as fezes dos animais são fundamentais para saúde das plantas. Porém, para usufruir ao máximo esses benefícios, é preciso usar o guano da maneira certa, respeitando as quantidades e frequência de aplicação.

Como usar o guano?

O guano pode ser usado em todo tipo de planta, porém cada espécie exigirá uma quantidade e tempo de aplicação diferente. Por exemplo, no caso das árvores, plantas com flor, arbustos e outras plantas de jardim, o ideal é que a adubação seja feita no começo da primavera, repetindo o processo a cada 45 dias. Por outro lado, se a plantação for um horto, pode-se adubar uma vez por mês.

Semelhantemente, a quantidade de guano também varia de acordo com o tamanho da plantação. De forma geral, é usada 1 colher de sopa do material para um vaso com capacidade de 8 litros.

No caso de plantações maiores, pode ser calculada a proporção de 100g de excremento por metro quadrado. De fato, por ser necessário menor quantidade desse adubo em comparação com outros, o seu uso como fertilizante é muito mais seguro.

Geralmente, o guano é vendido em pó (seco), embora também possa ser comercializado fresco. Então, a melhor forma de utilizá-lo como adubo é enterrando no solo ou diluindo em água para fazer regas.

A grande vantagem de usar esse adubo natural em regas é que assim é possível atingir e alimentar o sistema radicular profundo da planta, o que ajuda com que ela absorva mais água e nutrientes.

Para usar o guano dessa forma, basta dissolver 4 colheres de sopa do pó em 1 litro de água morna. Então, é preciso deixar a mistura descansar por 24 horas, mexendo de vez em quando, para depois regar as plantas. Dependendo da saúde das plantas e do solo, pode-se usar o guano quinzenalmente.


Onde o guano é encontrado?

Embora esse substrato seja um fertilizante muito eficiente e barato, infelizmente ele não pode ser encontrado em todas as regiões do planeta. Atualmente, o maior produtor de guano é o Peru. De fato, há algum tempo atrás, havia um camada de mais de 30 metros de espessura acumulada nas Ilhas Ballestas.

Além disso, o Guano é encontrado nas Ilhas Galápagos (no Equador) e em alguns lugares da América Latina, como nas Ilhas do Pacífico, em Fernando de Noronha e em outras ilhas do litoral baiano.

Por que ele é encontrado nessas regiões?

Em primeiro lugar, nessas ilhas, são encontradas as espécies de aves que mais produzem guano: o alcatraz, o corvo marinho e o pelicano. Além disso, as correntes do Oceano Pacífico levam alimento até essas regiões, aumentando o número de peixes que servem de alimentos para as aves. Assim, por ter bastante comida, as aves marinhas fazem seus ninhos nas ilhas e, consequentemente, depositam seu excremento nas rochas.

Por outro lado, o clima seco e o sol constante nas regiões com grande quantidade de guano fazem com que ele seque, tornando mais fácil de recolhê-lo. No Peru, por exemplo, o guano é recolhido uma vez por ano. Nessa ocasião, as fezes das aves são raspadas das rochas e depois trituradas.

Embora o governo peruano conduza as atividades de forma sustentável, respeitando o habitat natural das aves, ainda existe um risco para a espécie: a pesca excessiva.

Além disso, devido à ação do El Niño, a corrente de Humboldt está sendo cada dia mais afetada. Essa corrente detém uma grande quantidade de plânctons e é responsável por levar a água da Antártida até o Equador, atraindo peixes para essa região.

Em resultado da falta de alimento, as aves marinhas podem migrar para outros lugares ou morrer de fome.

A importância do guano de morcego para as cavernas

Além de ser importante para as plantações, o guano de morcego encontrado nas cavernas é essencial para a manutenção da vida nesses locais. De fato, por saírem constantemente para se alimentar, os morcegos são os principais responsáveis por levar matéria orgânica para o interior da caverna. Decerto, eles fazem isso por meio das suas fezes, de forma que o guano é a base da cadeia alimentar de grande parte das cavernas, em especial as secas.

Por outro lado, em cavernas onde detritos são levados para o seu interior por outras fontes, como as enxurradas, por exemplo, a importância do guano de morcego varia, mas tudo depende da quantidade de alimento disponível. Contudo, em cavernas secas, essa matéria orgânica é o único sustento das espécies que não saem para procurar alimento. Assim, todos os seres vivos ali presentes são dependentes (direta ou indiretamente) do guano de morcego.

De forma geral, os organismos que dependem diretamente das fezes dos morcegos são os que se alimentam de restos de matéria orgânica, como os ácaros, traças, larvas de moscas, colêmbolos e psocópteros. Por sua vez, estes animais servem de alimento para percevejos, aranhas e escorpiões. Contudo, dependendo da alimentação dos morcegos, podem ser encontradas diferentes espécies de invertebrados.

Os depósitos de guano são heterogêneos em relação às suas qualidades nutritivas e microclimas. Na verdade, eles apresentam uma variabilidade considerável de microhabitats (determinada por pH, umidade, textura, conteúdo orgânico, etc.), que hospeda várias comunidades distintas e estágios sucessionais.

As características físicas e químicas do guano variam com o tempo. O guano fresco tende a ser
mais alcalino e úmido, mas se torna mais ácido e mais seco quando mais velho. No entanto, esse padrão não é encontrado em todos sistemas de cavernas.

De fato, cada depósito de matéria orgânica possui seu próprio ecossistema, onde as espécies interagem entre si. Além disso, dependendo da distância, alguns organismos podem migrar de um depósito para o outro.


Guano de aves

Semelhantemente, o guano de aves tem um alto valor para o ecossistema de recifes de corais. De acordo com um estudo conduzido pela Universidade Federal de Goiás, os nutrientes presentes nas fezes das aves são capazes de aumentar o tamanho de um recife e seu número de peixes em até 48%. Assim, além de contribuir para o meio ambiente, esse crescimento também é importante para o turismo e para pesca.

Em algumas regiões, as aves marinhas são essenciais para os pescadores, já que eles seguem essas aves para encontrar bons lugares para pescar. Por outro lado, no Peru, boa parte dos produtores usam guano nas suas fazendas, fazendo com que o seu recolhimento seja um negócio muito lucrativo.

Nesse ínterim, de acordo com os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, se calcularmos o valor que seria gasto com o fósforo e o nitrogênio depositados pelos animais nos recifes de corais durante um ano, pode-se ter uma estimativa de quanto vale o guano vale em reais.

No estudo, foi feito uma estimativa que 10% dos peixes desse ecossistema dependem dos nutrientes das fezes das aves. Assim, como a pesca comercial em recifes rende mais de R$ 32 bilhões por ano, o lucro anual com o guano de aves seria cerca de R$ 3 bilhões.

Além disso, de acordo com o artigo da revista Trends in Ecology & Evolution, a produção de guano movimenta mais de R$ 2,7 bilhões por ano.

Mercado de fertilizantes

Todavia, embora o guano seja um excelente adubo, os fertilizantes continuam sendo os mais utilizados pelos agricultores brasileiros. Assim, só no Brasil, esse mercado movimenta milhões de reais todos os anos.

Conforme a previsão da Consultoria INTL FCStone, em 2020 o país deve consumir cerca de 36,6 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um crescimento de 1% em relação ao ano de 2019. Entretanto, essa estimativa ficou um pouco abaixo do esperado em fevereiro de 2020, quando a perspectiva era de 36,9 milhões de toneladas consumidas.

De fato, a pandemia de COVID-19 afetou todos os ramos de negócio, inclusive o “crescimento econômico de importantes consumidores do complexo NPK e de insumos”, conforme apontou a FCStone. Porém, mesmo assim, a expectativa para aplicação de fertilizantes para o segundo semestre de 2020 ainda é favorável.

Segundo a consultoria, essa afirmação pode ser feita baseada na comercialização em dólar de alguns produtos, como os grãos, que está compensando a queda do preço da soja e do milho. Por outro lado, para setores com custo de produção mais alto, como da cana-de-açúcar e do algodão, o investimento em fertilizantes pode ser prejudicado.

Por fim, a empresa também lembrou que a disponibilidade de crédito privado e público, a remuneração dos produtores, a relação de troca entre grãos e fertilizantes, bem como os reflexos da pandemia do novo coronavírus, ainda podem influenciar a perspectiva para o mercado de fertilizantes no Brasil para o segundo semestre de 2020.

Considerações finais

Em resumo, o guano é uma matéria orgânica importante para diversas áreas. Como vimos, ele é um adubo natural muito eficiente para manter a saúde das plantas, além de ser barato e extraído de uma fonte renovável. Assim, seu recolhimento e utilização podem ser feitos sem prejudicar o meio ambiente.

Por outro lado, o guano de morcego é a base para vida em grande parte das cavernas, especialmente as secas. Então, seja direta ou indiretamente, todos os organismos das cavernas se beneficiam das fezes dos morcegos. Isso acontece pois os animais invertebrados que vivem e se alimentam do guano servem de alimento outros animais.

Semelhantemente, o guano das aves também é fundamental para a preservação de recifes de corais e dos peixes que vivem neles. Nesse sentido, essa matéria orgânica também tem um papel importante na pesca, no turismo e na economia, movimentando bilhões de reais por ano.

E, por fim, nós vimos que os fertilizantes ainda são mais usados pelos produtores brasileiros do que os adubos naturais, como o guano. Assim, o mercado de fertilizantes continua crescendo, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.

Sair da versão mobile