Meio Ambiente

Cobras venenosas utilizam o veneno para matar e digerir suas presas

Cobras venenosas utilizam o veneno para matar e digerir suas presas

As cobras venenosas são responsáveis por milhares de acidentes todos os anos no Brasil, inclusive, ocasionando mortes em virtude de sua picada peçonhenta. No território brasileiro são catalogadas mais de 390 espécies de serpentes. Entre elas, encontramos as cobras venenosas como, por exemplo, a jararaca, responsável pelo maior índice de acidentes em todo o país.

As cobras venenosas causam a morte de mais de 100 pessoas todos os anos no Brasil em virtude de sua peçonha. Mas, o número de acidentes por picada de cobra ultrapassa mais de 25 mil casos.

Cobras venenosas

O que são cobras venenosas?

Cobras venenosas são espécies da subordem das serpentes. Elas são capazes de produzir veneno e, muitas vezes, são confundidas com as cobras peçonhentas.

Qual a diferença entre cobras venenosas e cobras peçonhentas?

Embora muitos acreditem que tanto a picada de cobras venenosas quanto de peçonhentas possam levar à morte, a história não é bem assim.

Em princípio, de conformidade com pesquisadores, todas as serpentes possuem uma glândula principal responsável pela produção de veneno. Entretanto, nem todas possuem um órgão encarregado de injetar as substâncias tóxicas, ou seja, as presas inoculadoras.

Dessa maneira, aquelas que possuem tais presas e que, por consequência, conseguem liberar as substâncias tóxicas, são classificadas como cobras peçonhentas, uma vez que “peçonha” significa “secreção venenosa”.

Tipos de cobras venenosas encontradas no Brasil

As cobras venenosas, através do veneno liberado em sua picada, podem causar graves ferimentos e, também, levar à morte caso não haja socorro imediato e adequado.

Conheça, em seguida, as cobras mais perigosas encontradas em todo o território brasileiro, suas características, habitat, lesões causadas por sua picada e muito mais.

Cobra coral

A cobra coral, também conhecida como coral verdadeira, pertence à família Elapidae, gênero Micrurus e pode medir entre 20 a 150 cm.

A espécie chama muito a atenção por sua coloração. Seu corpo é coberto por aneis em vermelho, branco, preto e amarelo, distribuídos em sequências variadas.

É ovípara e possui hábitos fossoriais, ou seja, vive sob a terra, e pode ser encontrada em todo o território nacional. A espécie é responsável por 1% dos acidentes e o veneno liberado em sua picada causa dor local, dificuldade de mastigação e deglutição, além de problemas respiratórios que podem levar à morte.

Jararaca

A jararaca é a cobra peçonhenta responsável pelo maior índice de acidentes no país, ou seja, mais de 80% dos casos. A espécie pertence à família Viperidae, gênero Bothrops, é vivípara, habita regiões de mata úmida como, por exemplo, beira de rios, mas também se ambienta bem em áreas urbanas e cerrados.

Sua picada causa dor local, sangramento, edema no membro afetado, hemorragia grave, além de insuficiência renal que pode levar à morte se o atendimento não for imediato e adequado.

A jararaca pode ser encontrada em todo o Brasil, diferentemente da jararaca-ilhoa, espécie endêmica da Ilha da Queimada Grande, litoral sul de São Paulo, de hábitos arborícolas e diurnos. Seu veneno, aliás, é destinado apenas a matar as aves de que se alimenta.

Cobra cascavel

Encontrada em todas as regiões do Brasil, a cascavel, espécie do gênero Crotalus, pertencente à família Viperidae, habita campos, áreas abertas, regiões semiáridas e áridas, além de cerrados. É a segunda espécie mais responsável por acidentes no país com mais de 10% dos casos.

A cascavel se diferencia das demais serpentes por possuir um chocalho localizado no fim da cauda, constituído por vários guizos que emitem sons de alerta aos inimigos. É vivípara, alimenta-se de roedores e lagartos e pode medir até 2 metros.

Na maioria das vezes, sua picada não causa dor, mas apenas formigamento na região. Além disso, outros sintomas podem ser notados como, por exemplo, dor de cabeça, enjoo e náuseas, bem como sonolência e dores musculares.

Surucucu

Também conhecida como surucucu pico-de-jaca, a espécie pertence à mesma família da cascavel, gênero Lachesis e é a maior serpente das Américas, chegando a mais de 4 metros de comprimento.

Pode ser encontrada, principalmente, na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica, pois habita matas primárias. É ovípara, diferentemente de outras espécies de sua família. Atualmente, a espécie encontra-se ameaçada de extinção.

Sua picada causa dor na região, hematomas, além de sintomas como, por exemplo, sangramento, vômitos, diarreia e queda da pressão arterial.

Jiboia

Antes de mais nada, vamos esclarecer que a jiboia (Boa constrictor), espécie pertencente à família Boidae, que habita regiões semiáridas, além das florestas tropicais, não é venenosa, uma vez que não possui glândulas produtoras de substâncias tóxicas.

Entretanto, a espécie mata suas presas – na maioria das vezes, mamíferos ou lagartos e pequenos roedores, entre outros animais – por constrição, processo que impede que tanto o fluxo de sangue quanto o de oxigênio cheguem aos órgãos vitais de suas presas.

A jiboia possui hábitos noturnos, é arborícola e terrestre. Considerada uma das maiores serpentes das Américas, pode atingir até 9 metros de comprimento.

Jararacuçu

A jararacuçu, pertencente à família dos Viparidae, gênero Bothorops, é uma das maiores serpentes brasileiras, ficando atrás apenas da gigante sucuri que, aliás, não é uma cobra venenosa.

Seu nome é de origem tupi-guarani, onde jarara significa “o bote da cobra”, e ussu ou uçu significa “longo, grande”. Em conclusão, a serpente pode atingir distâncias imensas ao dar seu bote.

Além disso, é considerada uma espécie altamente perigosa, uma vez que possui presas retráteis com, aproximadamente, 2,5 cm de comprimento e que podem inocular uma imensa dose de veneno. Sua picada causa dor local, edema, necrose, além de hemorragia e insuficiência renal que pode levar à morte.

Sua alimentação é composta, na maioria das vezes, por répteis e mamíferos. É uma espécie vivípara, terrícola e de hábitos noturnos e diurnos. Quando adulta, pode atingir 2,20 metros de comprimento.

Habita as regiões de floresta úmida da Mata Atlântica, embora também possa ser encontrada em matas ciliares nas rochas à margem de córregos e riachos.

Como dissemos no início do artigo, são registrados anualmente mais de 25 mil acidentes ofídicos no Brasil. Dessa forma, é importante tanto saber como evita-los quanto quais são as primeiras providências após a picada.

Como evitar picadas de cobras venenosas?

  • Utilize botas de cano comprido e luvas grossas, principalmente em regiões de mata e beira de rios;
  • Não coloque as mãos em buracos na terra, bem como em tocas e ocas de árvores;
  • Evite o acúmulo de lixo, assim como de entulhos, para que não atraia roedores e, consequentemente, cobras, seu maior predador;
  • Procure evitar se aproximar de mata rasteira, assim como de margens de rios, ao amanhecer e ao cair a noite, uma vez que as cobras têm por hábito atacar suas presas nesses períodos.

Primeiras providências após picadas de cobras venenosas

  • Não utilize torniquetes no local da picada, pois eles não bloqueiam a ação do veneno, pelo contrário, podem causar necrose na região;
  • Também é ineficiente tentar drenar o veneno com cortes ou através de sucção;
  • Lave bem a região da picada com sabão e água;
  • Procure socorro imediatamente em um hospital, pois somente eles possuem o soro antiofídico específico;
  • Acione o Corpo de Bombeiros pelo 193, pois eles estão aptos a prestar os primeiros socorros.

Apesar de serem répteis que encantam e, ao mesmo tempo, assustam a humanidade por milhares de séculos, as cobras venenosas também contribuem para o equilíbrio do ecossistema e devem ser preservadas.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

    Leia também