Agricultura

Estame é responsável por garantir a reprodução entre as plantas

Estame é responsável por garantir a reprodução entre as plantas

Fator responsável pela produção das sementes e flores, o estame garante as condições apropriadas para a reprodução dos vegetais.

Sendo assim, o estame garante a fecundação dos grãos de pólen e a polinização das flores. No artigo de hoje, você irá conhecer tudo a respeito do estame. Portanto, continue conosco e tenha uma boa leitura!

  1. O que é estame?
  2. Estame e pistilo
  3. Qual a função do estame?
  4. Como ocorre a polinização das plantas?
  5. O trabalho das abelhas no estame
  6. Estame: órgão masculino
  7. O filete do estame
  8. Pistilo: órgão feminino
  9. Produção de flores no Brasil
  10. Como melhorar a reprodução das flores?
  11. Pragas e estames

 Estame

O que é estame?

Estame é o nome dado ao órgão masculino das plantas responsáveis pela produção das flores. Um acoplado de estames forma o androceu, conjunto de reprodução masculino responsável pela produção dos pequenos grãos de pólen.

Cada um dos estames são folhas modificadas que tem a função de garantir as necessidades reprodutivas dos vegetais. Sendo assim, o estame da flor é formado por alguns componentes, chamados de antera, conectivo e filete.

  • Antera: parte que encarrega-se da produção de grãos de pólen ainda no estado juvenil. É caracterizada pela fertilidade e por duas metades (tecas) com cavidades cobertas por uma camada de nutrientes, chamadas de sacos polínicos – lugar em que células-mãe dos grãos repousam. Sua camada interna chama-se endotécio e sua camada externa, epiderme.
  • Filete: é o nome dado ao componente de estruturação das duas metades (tecas), responsável por fixá-las na antera.
  • Conectivo: é o nome dado a estruturação que faz ligação do filete à antera.

Na parte interior de cada pólen há a formação de dois gametas masculinos, chamados de núcleos espermáticos. Assim, quando a flor atinge a fase madura, há o abrimento das anteras para que os grãos de pólen sejam liberados.

A quantidade de estame irá variar de acordo com cada espécie e família de planta. Por exemplo, as Eudicotiledôneas possuem entre quatro e cinco estames, como é o caso do hibisco. Já as Monocotiledôneas possuem seis estames.

A classificação dos estames em relação às pétalas é caracterizada como:

  • Diplostêmone: quando o número de estames é igual ao dobro do número de pétalas.
  • Isostêmone: quando o número de estames é igual ao número de pétalas.
  • Polistêmone: quando o número de estames é maior que o número de pétalas.
  • Oligostêmone: quando o número de estames é menor que o número de pétalas.

Estame e pistilo

Chama-se de flor estaminada as flores que possuem somente estames funcionais. No entanto, há a classificação de flores hermafroditas, quando possuem tanto a parte masculina quanto a parte feminina (carpelos). Ou seja, são flores com presença de estame e pistilo (carpelos). E as flores dioicas, quando as plantas possuem um espaço para cada um dos sexos.

Sendo assim, os pistilos fornecem os óvulos e os estames fornecem o pólen. Para que a planta dê frutos e sementes, ela deve possuir tanto flores femininas quanto flores masculinas.

Há duas divisões dos elementos florais: as flores completas e incompletas. Flores completas são aquelas que possuem corola, cálice, gineceu e androceu. Como é o caso das rosas.

Por outro lado, as flores incompletas são aquelas que não possuem todos os elementos. Como é o caso da begônia, que possui somente estame ou somente pistilo, nunca possui os dois.

 Estame

Qual a função do estame?

A fecundação das plantas ocorre quando os grãos de pólen das plantas masculinas instalam-se nos óvulos das plantas femininas. O ovário se desenvolverá e se transformará em fruto, já o óvulo é transformado em sementes. Após este processo, o flor vem a murchar.

Os insetos são responsáveis por ajudar as plantas no processo de fecundação. Eles levam os grãos de pólen do estame até o gineceu (órgão feminino) das plantas, este processo é chamado de polinização. Além disso, o vento e alguns pássaros também ajudam na polinização, como os beija-flores, por exemplo.

A ação das abelhas nas flores é vital para a reprodução da planta. O trabalho de polinização é feito no estame da flor. Isso acontece porque as abelhas “vibram” os estames para liberar o pólen. Esse comportamento é fundamental para a reprodução das flores.

Por certo, as abelhas são os agentes de polinização em estames mais conhecidos. A fama tem motivo. Esses insetos de cores amarelo e preto são essenciais para manter o ecossistema em pleno funcionamento. Para lembrar da importância delas, a Organização das Nações Unidos (ONU) criou a o Dia Mundial das Abelhas, celebrado em 20 de maio.

Como ocorre a polinização das plantas?

Assim como as abelhas, as borboletas, os morcegos e beija-flores são outros exemplos de agentes de polinização. Ou seja, podemos entender que esse título é dado aos seres vivos que, de alguma forma, influenciam a reprodução das plantas. Isso acontece de acordo com as ações desses agentes.

O trabalho das abelhas no meio ambiente é reflexo do desenvolvimento sustentável do planeta. Além disso, elas têm um papel importante na produção de alimentos. Conforme a Embrapa, 75% das plantações de produtos alimentares dependem das abelhas.

Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. A grande maioria são abelhas solitárias, que não vivem em colmeias. As abelhas evoluíram ao mesmo tempo que as plantas com flores. Entre elas, há uma ligação crucial, pois uma depende da outra para sobreviver e prosperar.

O ciclo garante o equilíbrio dos ecossistemas. As abelhas polinizam as plantas quando entram em contato com os órgãos reprodutores das flores: estame e pistilo. O processo acontece no momento em que os insetos buscam o pólen, que é a sua refeição.

Só para ilustrar, “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade teria apenas mais quatro anos de existência”. A afirmação é de Einstein que destaca um efeito cascata se a hipótese realmente acontecer. “Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá a raça humana.”

Apesar de ter um tom trágico, a ideia do filósofo não está errada. Em resumo, esses insetos são importantes na fecundação das flores, realizada pelo estame e pistilo.

O trabalho das abelhas no estame

Não são todas as abelhas que visitam os estames. O trabalho é restrito às abelhas operárias. A função delas é procurar néctar e pólen, além de diversas tarefas dentro da colmeia. O papel da abelha rainha e do zangão é reproduzir a espécie. E isso ocorre a alguns metros de altura, bem longe das flores.

A atividade das abelhas acontece, em geral, entre o período da manhã e o começo da tarde. O processo de coleta de pólen dura cerca de cinco segundos e pode ser feito de 50 a 1.000 vezes ao dia. Antes de mais nada, ao se aproximar da flor, as abelhas giram em volta da planta para fazer o reconhecimento.

Ao pousarem, elas abraçam os estames e o pistilo com todas as pernas e fazem a vibração do corpo, que provoca a liberação do pólen. O mesmo procedimento pode ser feito em até dez flores totalmente abertas de uma mesma planta. Realmente, se trata de um processo muito bonito. Mais uma mágina da natureza acontecendo.

 Estame

Estame: órgão masculino

Como já vimos, o estame da flor é composto pela antera e filete. A antera é a parte fértil do estame, enquanto o filete e o tecido conectivo são as porções estéreis do estame.

O número de estame presentes em cada flor depende do tipo de espécie da planta. Em média, são entre cinco e seis por unidade. Eles estão postos no centro da flor.

A antera está envolvida na produção de grãos de pólen. Ela é formada por duas tecas divididas que estão unidas na base pelo tecido conectivo. O corte que separa as partes é bastante profundo e visível na parte externa.

As tecas são formadas por cavidades que são os sacos polínicos, que contêm os grãos de pólen. Quando os grãos de pólen estão maduros, eles são liberados para o meio externo. Dessa forma, os grãos serão recebidos pelo estigma, que pertence à parte sexual feminina da flor.

Uma antera jovem contém cinco camadas de fora para dentro:

  1. Epiderme: é uma cobertura fina e contínua que, às vezes, pode quebrar;
  2. Tecido mecânico: camada fibrosa sobre as bordas externas dos sacos polínicos e que pode continuar na parte conectiva;
  3. Camadas parietais de células parenquimatosas: são de duas a quatro faixa que somem facilmente porque são esmagadas ou degeneram de modo rápido;
  4. Esteira ou tapete: é o tecido nutricional do estame;
  5. Tecido formador de esporos: constitui cada saco polínico.

O filete do estame

A haste (ou filete) serve para sustentar a antera. Trata-se de uma longa estrutura do estame que tem uma função vital para a polinização. Na verdade, o tamanho do filete é a peça chave para a planta realizar as duas formas de polinização.

Primeiramente, a planta pode preferir efetuar a autopolinização. Neste processo, a haste se movimenta de tal maneira que permite a antera se curvar em direção ao estigma da mesma flor.

Em segundo lugar, a opção é fazer a polinização cruzada. Ou seja, feita de uma flor para outra em plantas diferentes. Dessa forma, o papel do filete é fazer a antera se dobrar para se conectar no estigma da outra flor.

É importante ressaltar que a troca de pólen ocorre de diversas maneiras. Como exemplo, podemos destacar o auxílio dos produtores ou alguns fatores ambientais: a ação do vento, da água, de insetos, morcegos e aves.

Para atrair os agentes polinizadores, as plantas oferecem pólen, néctar, óleos e até mesmo os odores. Essas “recompensas” são usadas na alimentação ou reprodução dos animais.

No entanto, é bom saber que nem todos os animais que procuram as flores atuam como polinizadores efetivos. Em alguns casos, esses visitantes apenas “roubam” os benefícios da planta sem exibir um comportamento adequado para realizar uma polinização eficiente.

 Estame

Pistilo: órgão feminino

Tão importante como o estame, o pistilo é o órgão feminino da flor, que é composto por três partes: estigma, estilete e ovário. Essa parte da flor também é chamada de gineceu.

O estigma, conhecido ainda como ponta receptiva, está presente em uma das pontas do estilete. A posição no nível superior do gineceu serve para receber grãos de pólen maduros do estame.

Essa parte do pistilo possui um tipo especial de estruturas que se chamam papilas do estigma. Esses arranjos com efeito de células receptivas servem para maturar os grãos de pólen.

Os grão de pólen que a antera libera são secos por causa do clima. Mas, isso não é um problema. A reidratação é feita graças à natureza pegajosa do estigma. Dessa forma, é possível que a germinação dos grão aconteça.

Como resultado, é gerado um tubo polínico que cresce em direção ao ovário por meio do estilete. O estigma também envolve o reconhecimento de grãos de pólen específicos para uma determinada espécie. O estigma tem o poder de rejeitar o pólen que não atende às necessidades.

O ovário é uma parte larga da base do pistilo e tem como função a produção de ovos. De acordo com a planta, a flor pode apresentar três tipos diferentes de ovário: superior, semi-inferior, ou ovário interior.

Assim que o tubo polínico penetra no ovário por algum poro, o gameta masculino é liberado. Ao atingir o ovo, o gameta se funde com o ovo e formam um zigoto. Em resumo, o processo descrito é conhecido como fertilização.

Produção de flores no Brasil

Certamente, entender os papéis de estame e pistilo pode parecer um pouco difícil. No entanto, conhecer sobre a reprodução das flores é fundamental para o cultivo dessas culturas. A produção de flores é um setor importante da economia agropecuária do Brasil.

A floricultura é um setor muito difundido, com muitas espécies que podem ser cultivadas, apesar de cada uma exigir seus cuidados, mas nada que seja impossível. O território nacional conta com 16,4 mil estabelecimentos que produzem flores para fins de comercialização. A pesquisa é do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mercado de produção de flores nacionais movimenta dezenas de bilhões de reais por ano. O estado de São Paulo é o principal produtor e exportador. Só para ilustrar, os paulistas faturam, em média, oito milhões de dólares por ano, só com exportação. Isso representa cerca de 60% do valor total exportado pelo país, de 13,5 milhões de dólares.

Uma das principais cidades que produzem flores é a cidade de Holambra, a 120 quilômetros da capital paulista. Por causa da fama, o município de apenas 15 mil habitantes criou a mais influente evento do setor, a Expoflora.

A maior exposição de flores da América Latina atrai 300 mil visitantes para a cidade todos os anos. O evento potencializou a economia do município e movimenta 8,5 bilhões de reais a cada edição.

Decerto, Holambra vive da produção de flores, que equivale a 90% do PIB. A área de produção agrícola é de 397,1 hectares, que estão divididos em campos de flores de corte, flores ornamentais, floricultura de vaso, crisântemo e rosa.

 Estame

Como melhorar a reprodução das flores?

Mesmo sem um agente polinizador presente, a natureza é capaz de agir sozinha para garantir a reprodução das flores. Todo processo de união entre estame e pistilo é feito de maneira espontânea e de instinto da planta. No entanto, nós podemos intervir para tornar o sistema mais fácil desde o manejo correto das sementes.

A partir da germinação, é essencial ter cuidado tanto com o solo quanto com a proteção contra as pragas na plantação. Cada planta exige um tipo de solo específico para se desenvolver. Em suma, os solos são misturas complexas de minerais, água, ar, matéria orgânica e outros organismos.

Ao todo, são quatro variedades de solo. Apesar das diferenças, todos exigem alguns cuidados simples como adubação, aragem do solo, irrigação e drenagem. Além disso, vale a pena observar a acidez com base nos níveis de pH.

Só para exemplificar, o manejo correto do solo pode evitar prejuízos econômicos. O trabalho adequado garante a conservação do terreno e desenvolvimento de culturas. Outras técnicas usadas para cuidar do solo envolvem fazer o controle de queimadas e detectar erosões ou degradações no terreno.

Pragas e estames

De maneira idêntica devem ser tomadas medidas para controlar as pragas. Estar alerta quanto às possíveis doenças também é uma forma de proteger as flores. As pragas na agricultura interferem na evolução e produção dos plantios, o que afeta toda a safra.

As flores estão entre as principais vítimas das pragas, o que afeta de forma direta a função do estame e do pistilo. As plantas ornamentais são, em geral, alvos de ácaros, moscas brancas e pulgões, além de larvas. Em consequência, os danos causados por essas pragas afetam de forma negativa a qualidade e comercialização do produto.

A principal forma de combater pragas é através do uso de inseticidas e acaricidas, para eliminar ácaros. No caso de de infestações em grande escala, o controle químico é a melhor opção quando aplicado de forma correta. Dessa maneira, é possível evitar danos nas culturas e prosseguir com o cultivo das flores.

Algumas pragas atuam de forma direta no estame porque estão à procura do pólen. Como já sabemos, a falta de grãos suficiente prejudica o processo de polinização natural ou aquela realizada por outros agentes. Por esse motivo, se você cultiva flores, fique sempre atento aos aspectos do estame (e de todas as outras partes da flor) para evitar que elas sofram por conta de pragas diversas.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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