Em forma de cone ou colunas, a estalactite pode levar milhares de anos para se desenvolver. Um belo fenômeno da natureza, a estalactite tem origem no gotejamento de água que entra nas cavernas. Ao escorrer pelo teto, a água carrega minerais e vai moldando as formações.
A estalactite é importante pois através dela é possível estudar as variações climáticas da região. Como podem ser bastante antigas, as estruturas carregam consigo a história geográfica de onde estão inseridas. Por isso sua proteção e preservação são essenciais.
- O que é estalactite?
- Qual a diferença entre estalactite e estalagmite?
- Como se formam as colunas nas cavernas?
- Como ocorre o encontro da estalactite com a estalagmite?
- Relação das formações rochosas e a chuva
- O que é espeleotema?
- Estalactites e estalagmites
- Estalactites no Brasil
- Como se formam as estalactites?
- Os perigos da estalactite
- A estalactite e o tempo
- A beleza das estalactites
- O turismo e as estalactites
O que é estalactite?
Estalactite é uma formação rochosa que tem origem no topo de uma caverna, ou gruta. Geralmente em formas de tubos, ou cones, as estalactites têm origem no teto e vão crescendo muito lentamente até o chão. Uma formação destas, portanto, pode chegar a centenas de milhares de anos.
As formações podem ser encontradas em cavernas compostas de pedra calcária, já que estas são mais maleáveis e fáceis de serem trabalhadas. A infiltração de água nas cavernas e o gotejamento, portanto, vão conduzindo carbonato de cálcio pela estalactite. Com o tempo, então, a estrutura vai crescendo e aumentando de tamanho. Em alguns casos pode até mesmo alcançar o chão.
Qual a diferença entre estalactite e estalagmite?
Ao contrário do que acontece com a primeira formação, a estalagmite também é um tipo de rocha. Entretanto, ela cresce do chã em direção ao teto da gruta. Da mesma forma como surge a estalactite, a estalagmite se forma com a infiltração de chuva ou água de rios pelas fendas da caverna.
Como se formam as colunas nas cavernas?
A união de estalactites e estalagmites pode levar milhares de anos para acontecer. Porém, quando ocorre, forma colunas dentro da caverna. Ao longo do tempo, então, as paisagens e formatos das grutas e cavernas vão sofrendo alterações, pois as rochas estão sempre em mutação.
Como ocorre o encontro da estalactite com a estalagmite?
- A água que goteja do teto, carregada de minerais, vai formando estruturas parecidas com canudos.
- Com o tempo a base do canudo vai tomando forma e ele se alarga, como um cone.
- Bem abaixo desta estrutura, a água continua pingando no chão. Como carrega cálcio em sua composição, ao invés de virar uma poça, uma nova formação rochosa começa a se solidificar. Esta formação é a estalagmite.
- Com o gotejamento, as duas estruturas vã se aproximando: uma com origem no teto e a outra no chão. Em algum tempo, talvez milhares de anos, elas se encontram e formam a coluna.
Relação das formações rochosas e a chuva
O crescimento das estalactites varia conforme a umidade da caverna, a frequência de chuvas e disponibilidade de água. Seguindo essa premissa, então, é possível calcular os índices de chuva de determinada região de acordo com suas formações rochosas.
Isso porque as estruturas ficam protegidas em grutas e, sendo assim, estão mais preservadas do que se estivessem na natureza. O crescimento de uma estalactite é lento, pode levar um ano para aumentar apenas alguns milímetros. Por isso, com base em seu tamanho e formação, é possível estudar fenômenos climáticos que aconteceram milhares de anos atrás.
O que é espeleotema?
Espeleotema é o nome dado à qualquer formação mineral secundária que se origine em uma caverna. Ou seja, tanto a estalactite como a estalagmite são espeleotemas. Porém, a união desses dois tipos de variação origina uma terceira: a coluna.
Uma coluna demora um tempo que, geralmente, é superior a milhares de anos, visto que o crescimento de uma estalactite é equivalente a alguns milímetros, ficando entre 0,01 mm e 3 mm. Por conta disso, esses espeleotemas são raramente vistos.
Ainda assim, uma série de fatores determina a quantidade anual desse crescimento, sendo esses a quantidade de água pingada, a velocidade do gotejamento, a pureza do calcário e a temperatura do local. Quando localizadas nas frestas do teto das cavernas, podem crescer mais aceleradamente.
A maior estalactite que já foi registrada em território nacional se encontra na Gruta do Janelão, na cidade de Januária, em Minas Gerais. É chamada de “perna de bailarina” e conta com um tamanho superior a 28 metros de comprimento.
Em suma, a raridade dessas colunas é grande, principalmente em cavernas que possuam grande espaço entre o teto e o chão. Isso porque o tempo necessário para que haja o crescimento é extremamente longo, e isso explica a dificuldade da união entre estalactite e estalagmite.
Estalactites e estalagmites
Tanto as estalactites quanto as estalagmites são consideradas belezas naturais, visto a história e o vasto período necessário para a formação. Por conta disso, muitos apreciadores costumam se deslocar por muitos quilômetros em busca desses espeleotemas.
A história resumida nessas formações rochosas sintetiza milhares de anos, o que faz com que elas sejam consideradas verdadeiras obras de arte da natureza. Em outras palavras, a arte vai muito além da beleza demonstrada nesses espeleotemas.
Isso faz com que, anualmente, centenas de pessoas visitem diversas cidades, em território nacional, à procura dessas maravilhas. Só para exemplificar, pode ser citado o caso de Bonito, no Mato Grosso do Sul, que conta com diversas grutas.
Agências de turismo especializadas em conduzir os turistas para esses locais trabalham em diferentes pontos do Brasil. Desse modo, a cidade de Bonito conta com as famosas Gruta do Lago Azul, Gruta de São Miguel e Gruta de São Mateus.
Nesses locais, é possível admirar belíssimas formações de estalactites, bem como uma paisagem encantadora. Por isso, muitos turistas costumam visitar esses locais, afirmando que a beleza natural ali encontrada é algo jamais visto.
Além disso, as cidades que recebem essas visitas de turistas contam com uma boa renda oriunda do turismo, o que torna esses locais ainda mais bem cuidados e observados. O município de Eldorado, em São Paulo, também é um ponto que chama a atenção dos turistas.
Estalactites no Brasil
No Brasil, existem alguns pontos turísticos que são muito visitados pelos amantes da beleza das estalactites. Desse modo, serão citados a seguir os mais importantes e destacados em território nacional, a fim de demonstrar a beleza natural brasileira.
A Gruta do Lago Azul, em Bonito, é uma das mais belas do Brasil que, além de lindas formações rochosas, também conta com uma água azul céu, capaz de encantar qualquer um. Por conta disso, é uma das mais requisitadas pelos turistas.
A Caverna do Diabo, em Eldorado, é vasta em tamanho e beleza e conta com diversas escadas para o tráfego dos turistas. Além disso, diz-se que o visitante precisa ter um bom fôlego, já que a extensão das escadas é acentuada.
Da mesma forma, outro ponto de grande curiosidade nessa caverna é que, na formação das estalactites, é possível ver o rosto do diabo, segundo afirma a lenda local. Outra coisa que chama atenção é a coloração amarelo-alaranjada.
O Boqueirão da Pedra Furada é localizado no Parque Nacional da Serra da Capivara, que fica no Piauí. É uma caverna um pouco diferente, entretanto, conta com iluminação noturna, o que garante beleza para os seus visitantes.
A Gruta da Lapinha fica na Lagoa Santa, em Minas Gerais, e é uma das mais belas da região. Assim sendo, o local conta com diversas estalactites e com uma belíssima trilha para chegar ao local. Ainda assim, conta com 40 metros de profundidade.
A Gruta do Maquiné, também em Minas Gerais, fica na cidade de Cordisburgo. É uma das mais destacadas grutas de todo o país, visto a sua belíssima formação rochosa e os seus 650 metros de extensão, além de contar com sete galerias com acesso via passarelas.
Como se formam as estalactites?
Para melhor compreender o que é estalactite, é necessário entender como se dá a formação dessas rochas. Ou seja, é válido ter a compreensão que esses espeleotemas são compostos de calcário e que a formação se dá através do gotejamento.
Por isso, saber que o carbonato de cálcio presente nas pedras é insolúvel em água e, ao ser escorrido, entra em contato com o ambiente ácido, oriundo da erosão, acaba gerando o ácido carbônico.
Esse ácido carbônico (H2CO3) acaba convertido em bicarbonato de cálcio, ao final de todo o processo, que é solúvel na água. Dessa forma, quando esse bicarbonato de cálcio entra em contato com a atmosfera da caverna, acaba liberando uma parte do CO2, que gera uma anel de calcita.
Esse anel de calcita que acaba sendo gerado inúmeras e repetidas vezes ocasiona a formação do canudo inicial, mencionado anteriormente. Dessa maneira, se dá a longa e contínua formação das estalactites, que pode levar milhares de anos.
É possível encontrar formações semelhantes, em menor escala, em construções que contem com concreto de composição carbonática. Assim sendo, tais concretos precisam ter a ação e infiltração intermitente de água, o que acaba enfraquecendo o concreto.
Essa ação demonstra a formação de bicarbonato de cálcio e tira a resistência e firmeza do concreto, a longo prazo. Por isso, construções com infiltração constante acabam causando perigo. Ademais, em um longo espaço de tempo, podem desmoronar e causar acidentes gravíssimos.
A reação no concreto
Conforme mencionado acima, a ação intermitente da água pode extrair lentamente o carbonato. Essa substância é um dos componentes do cimento Portland, que garante a resistência da estrutura, bem como a proteção dos metais inclusos nas vigas.
Desse modo, a lixiviação vai extraindo, aos poucos, o carbonato. Com o passar de um longo período de anos, dependendo da exposição e infiltração de água, isso vai deteriorando toda a estrutura de concreto, o que prejudica também a estética.
Como um processo contínuo, o concreto vai perdendo resistência mecânica, bem como ficando mais permeável, absorvendo cada vez mais a água. Por conta disso, o colapso da estrutura é questão de tempo – isso, claro, se nenhuma medida for tomada ao longo dos anos.
O que muita gente não sabe é que esse processo natural gerador das estalactites é o mesmo processo que causa rompimentos de estruturas e até desabamento de prédios e edifícios. Em outras palavras, a água é um fator que, a longo prazo, pode arruinar o concreto.
Dessa forma, uma série de acidentes podem ser evitados se as estruturas de concreto forem bem elaboradas, bem como impermealizadas com outros recursos. Para isso, é necessário que as obras sejam vistoriadas e analisadas periodicamente, já que a ação é lenta.
Os perigos da estalactite
Evidentemente, os perigos em se ter infiltrações em estruturas de concreto são grandes, conforme foi possível observar acima. Entretanto, tais perigos só são reais se houver infiltrações ou alguma passagem constante de água.
Em casos de chuva, a erosão já é, por si, um perigo para o longo prazo. Desse modo, as construções e estruturas sempre devem contar com isolamento impermeável e pinturas, principalmente aquelas que possuem contato direto com a chuva.
O mesmo vale para as estruturas prediais, principalmente aquelas que ficam em contato com tubulações de água e esgoto. Portanto, é necessário que vistorias sejam feitas periodicamente, uma vez que uma infiltração contínua pode oferecer sérios riscos.
Em suma, a forma mais efetiva de se eliminar esses riscos é a construção elaborada com qualidade, bem como as vistorias preventivas. Dessa forma, todos os riscos que podem colocar a vida de muitos em xeque são evitados, garantindo a boa vida útil de uma construção.
A estalactite e o tempo
Conforme mencionado anteriormente, o tempo necessário para a formação de uma estalactite é vastíssimo, visto que o crescimento anual pode corresponder a alguns milímetros. Dessa maneira, uma estalactite de alguns metros pode demandar de centenas a milhares de anos.
Por conta disso, essas formações rochosas naturais possuem um valor e admiração muito grande. Vale lembrar também de sua beleza física, o que contribui para que centenas de turistas visitem essas cavernas e grutas anualmente.
Levando em conta o famoso Abismo Anhumas, também localizado em Bonito, no Mato Grosso do Sul, a vastidão de anos que cada uma dessas estalactites possui é algo astronômico. Desse modo, a equipe responsável pelo local elaborou uma tabela de conversão.
Essa tabela trata do tamanho da pessoa, relacionado com a idade. Assim sendo, uma pessoa com 1,5 metro teria uma idade equivalente a 300 mil anos. Nesse sentido, uma pessoa de altura de 1,80 metro teria cerca de 360 mil anos, o que é ainda mais incrível de se perceber.
Essa é uma forma descontraída de se entender a magnitude do processo natural envolvido na elaboração de uma estalactite. Em outras palavras, a formação dessas belezas naturais remete a civilizações pré-históricas, o que é algo realmente fantástico.
Sempre que levamos em consideração esse tipo de análise, podemos imaginar a valiosidade, raridade, beleza e história contida em cada uma dessas formações rochosas. Por isso, elas são tão admiradas pelos turistas brasileiros e do mundo todo, em diferentes locais.
Esses espeleotemas são capazes de causar espanto em qualquer pessoa, seja pela idade, seja pela beleza ou pelo simples fato de a natureza ter construído aquilo naturalmente. Ou seja, trata-se de uma forma belíssima de obra de arte, capaz de deixar qualquer artista fascinado.
A beleza das estalactites
Tida como uma forma de arte natural, muitos admiradores costumam dizer que essas estruturas rochosas naturais são artes feitas pelas mãos de Deus. Assim sendo, as formas abstratas acabam desenhando, em conjunto, expressões das mais diversas interpretações.
Só para exemplificar, pode ser citado o caso da Caverna do Diabo, em Eldorado, que é uma das que possui a lenda mais interessante. Segundo afirmam, a conjunção causada pelas formações de espeleotemas desenham o semblante do próprio diabo.
Isso é um atrativo muito forte para os turistas que costumam visitar o local, visto a magnitude da beleza natural, envolta em um folclore que desperta a curiosidade de qualquer pessoa. Por conta disso, esse local é um dos mais conhecidos pelos amantes dessa obra natural.
Ainda assim, vale lembrar que existem diversos locais como esse em território nacional, conforme mencionado. Portanto, para conhecer mais opções, basta ver acima algumas das indicadas, além de fazer uma rápida busca pelos meios digitais.
Não só no Brasil, mas em todo o mundo, existem multidões fascinadas pela beleza das formações rochosas em cavernas e grutas. Além disso, há também turistas estrangeiros que vêm para o Brasil procurar conhecer as estalactites mais belas do país.
O turismo e as estalactites
Existem diversas agências de turismo no país que trabalham com as grutas e cavernas que possuem estalactites. Portanto, para visitar esses locais, por mais que se more longe, basta entrar em contato com esses profissionais a fim de conhecer pessoalmente essas belezas.
Há diferentes locais no Brasil que oferecem essas oportunidades, conforme foi possível observar ao longo do artigo. Dessa forma, estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais foram indicados anteriormente.
Ainda assim, em estados como Sergipe, Bahia, Piauí e Paraná é possível encontrar também algumas grutas e cavernas para conhecer as formações de estalactites. O Brasil é grande e ainda existem essas formações rochosas em outros estados brasileiros.
Portanto, para vivenciar essa experiência tão maravilhosa, basta contatar as agências de turismo que existem disponíveis no mercado. Afinal, o Brasil é um país muito vasto em extensão territorial, bem como em belezas naturais.
Por conta disso, vale a pena pesquisar e conhecer bem cada um desses locais, a fim de identificar qual a melhor viagem para se fazer. Vale lembrar que qualquer lugar que se possa visitar para conhecer uma estalactite será uma experiência de grande beleza e emoção!