Terceira raça de cavalo mais numerosa no mundo todo, os cavalos appaloosa são inconfundíveis aonde quer que estejam. Possuem um bom valor de mercado devido a sua pelagem exótica. São conhecidos também pela grande força e ótima resistência. Mas, além de tudo, são cavalos dóceis.
Depois de passar por um período de quase extinção, a raça de cavalo appaloosa deixou de existir apenas nos Estados Unidos e foi parar em diversos país, como Canadá, Austrália, Alemanha, Espanhal e Israel. No Brasil, a raça chegou por volta da década de 70 no estado de São Paulo. Em 1977, a Associação Brasileira dos Criadores de Appaloosa surgiu. E, atualmente, o país possui cerca de 25 mil cavalos da raça, sendo o segundo maior pantel do mundo.
- O que é appaloosa?
- A história da raça appaloosa
- Comportamento do appaloosa
- Particularidades do cavalo appaloosa
- Visão do appaloosa
- Audição do appaloosa
- Olfato, paladar e tato do appaloosa
- Cascos da raça appaloosa
- Desenvolvimento do appaloosa
- Ciclo de vida do appaloosa
- Características do appaloosa adulto
- Mercado do cavalo appaloosa
- Appaloosa na equinocultura
- Demanda pela raça appaloosa
- Inseminação do appaloosa
O que é appaloosa?
Appaloosa é uma das raças de cavalo mais conhecidas no mundo, principalmente devido a sua pelagem exótica. De modo geral, sobre sua cor básica pintas salpicadas se sobressaem, principalmente na região do lombo, sendo claras ou escuras.
Diferente de outros cavalos, suas pintas brancas são oriundas da despigmentação de sua pele. Desta forma, é impossível não reconhecer a raça. Mas apesar da característica básica do pelo, o appaloosa possui cinco tipos de pelagens oficiais diferentes, sendo elas:
- blanket (cobertor);
- marble (mármore);
- leopard (leopardo);
- snowflake (floco de neve);
- frost (geada).
Além da pelagem, o cavalo appaloosa é também ágil, veloz e extremamente resistente. Por isso, é comumente utilizado para percorrer grandes distâncias e atravessar locais íngremes. Além disso, sua agilidade faz com que realize e possua um ótimo desempenho em atividades como laço, rédea, tambor e apartação, por exemplo.
O porte da raça é médio. O appaloosa macho pesa por volta de 600kg, enquanto a fêmea varia perto dos 500kg. A variação também acontece na altura, em que o macho mede cerca de 1,52m e a fêmea 1,50m.
A história da raça appaloosa
Desenhos rupestres indicam que os cavalos dessa raça já existiam há cerca de 20 mil anos antes de Cristo. Além disso, evidências na China revelam pinturas de appaloosas sendo utilizados como montaria dos imperadores, com datas de 2,5 mil anos antes de Cristo.
Por volta do século XVIII, a raça chegou até os Estados Unidos por meio dos espanhóis. No país norte-americano, esses cavalos passaram por um rigoroso processo de seleção feito pela tribo indígena Nez Perce, conhecidos por serem grandes criadores de cavalos. Essa tribo ficava localizada no Estado do Oregon, mais precisamente na região do Rio Palouse – daí o surgimento do nome appalooosa.
O rigor na triagem feita por eles deu origem a uma raça de cavalos aptos a realizar qualquer trabalho e também inconfundíveis devido à pelagem (que também era critério de seleção). Mas, em 1877, a ocupação do governo da união às reservas onde estavam a tribo e seus cavalos levou ao quase total extermínio da raça.
Então, a partir da década de 20, seguindo os interesses econômicos dos norte-americanos, a raça voltou a existir em grande número. Assim, em 1938 foi fundado o Club do Cavalo Appaloosa, que passou a fazer a mistura dessa raça com as raças Puro Sangue Inglês e Quarto de Milha. Assim, o appaloosa tornou-se ainda mais ágil, veloz e dócil que é atualmente.
Comportamento do appaloosa
Decerto, a etologia é a ciência responsável por estudar os comportamentos e hábitos das espécies, além dos aspectos referentes à sua acomodação biológica nas condições dos ambientes naturais para a sua sobrevivência.
Enquanto, para compreender a raça appaloosa, é imprescindível conhecer suas características principais (sensitivas e psicológicas), é necessário, também, buscar novos meios para se adaptar às mais distintas situações.
Antes de mais nada, na natureza, por exemplo, os cavalos são animais nômades, rotineiros, que vivem em grupos sob a liderança, em geral, de uma égua que demonstre ter mais experiência que os demais.
Como se sabe, em ocasiões de perigos, os garanhões tomam a iniciativa no intuito de protegerem o seu grupo, enfrentando os inimigos ou liderando as fugas de toda a sua tropa, conforme a conveniência do momento.
Apesar de serem herbívoros, terem grande porte e uma característica geral de defesa, os appaloosas estão em estado constante de alerta. Assim, se assustam facilmente, devendo ser cuidadosamente tratados.
Particularidades do cavalo appaloosa
Para favorecer o convívio das pessoas que lidarão ou trabalharão com eles, é crucial que todos compreendam bem o funcionamento de seus sentidos. Isto porque tal entendimento propiciará maior segurança e vantagens nessa convivência. Analogamente aos seres humanos, o appaloosa possui cinco sentidos.
Visão do appaloosa
A espécie possui boa visão diurna e noturna. Posteriormente, os estudiosos descobriram que a existência dos seus olhos possibilita uma visão monocular (ou seja, independente de cada olho). O foco de visão pode ser alongado até as proximidades de sua cauda (ângulo de até 340°) sem, para tanto, necessitar movimentar a cabeça.
Só para exemplificar, isso o priva do foco frontal, com o lateral ficando reduzido. A princípio, a visão binocular, por outro lado, permite a focalização de objetos que estão logo adiante, com os dois olhos.
Audição do appaloosa
O appaloosa possui boa sensibilidade auditiva. De tal forma, ele ouve sons emitidos a grande distância e também pode discernir vários ruídos oriundos de diferentes direções. Ou por outra, ele presta atenção a todos os estímulos sonoros ao mesmo tempo, movimentando suas orelhadas para diversas direções.
Não apenas os profissionais que lidam diretamente com o animal, mas quaisquer observadores atentos, podem identificar as sensações e as reações baseando-se nos movimentos corporais do cavalo, sobretudo, das orelhas. Alguns dos principais significados incluem:
- Uma das orelhas viradas para a frente e outra para trás indica foco em mais de um estímulo sonoro;
- Orelhas voltadas para trás e caídas revelam atitude defensiva e/ou agressiva;
- Quando as orelhas estão inclinadas para um lado, demonstram relaxamento ou cansaço;
- Orelhas para a frente e retas revelam tensão.
Olfato, paladar e tato do appaloosa
O appaloosa possui um sentido olfativo bem desenvolvido. Entretanto, é justamente pelo odor que os cavalos se reconhecem, bem como os seres humanos que exercem atividades ao seu lado.
Já a preferência gustativa é pelos alimentos doces. Ainda que consuma alguns alimentos salgados, isso ocorre devido às necessidades fisiológicas, como a perda de água e sais no suor.
Por outro lado, o tato é muito usado pelo appaloosa em suas ações cotidianas, sendo fundamental para o seu bem-estar e a comunicação com pessoas, outros animais e o ambiente no qual vive. Contudo, o tato compreende os pelos do focinho (vibrissas), os cascos e a percepção cutânea.
Em suma, a percepção cutânea é fundamental nos contatos entre humanos e appaloosas. Por causa disso, sua pele é extremamente sensível aos estímulos cutâneos, tanto os que causam dor quanto os toques suaves.
De fato, o homem utiliza essa sensibilidade a fim de manejá-lo da forma mais perfeita, conseguindo desse fantástico animal o melhor proveito e desempenho possível.
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Vibrissas
Conforme mencionado, as vibrissas são os pelos existentes no focinho do cavalo, que os emprega para detectar a proximidade de objetos, como um cocho de alimentos. Antes que você se espante com essa necessidade, vale lembrar que a visualização de regiões próximas ao focinho é bastante reduzida.
Cascos da raça appaloosa
Tecidos que possuem muitos vasos sanguíneos, com ramificações dos nervos ainda mais finas, formam os casos dos appaloosas. Então, propiciam a algumas partes externas (como a lâmina córnea e a ranilha) altos níveis de sensibilidade tátil, usada para detectar a aproximação de outros animais ou pessoas.
Por analogia, essa sensibilidade permite que os cavalos appaloosa sintam o terreno, evitando buracos e obstáculos, além de conseguirem se deslocar adequadamente, até mesmo, em lugares bastante acidentados.
Desenvolvimento do appaloosa
O período médio em que a égua fica prenha é de onze meses. Logo depois do nascimento (cerca de meia hora), os potros já conseguem ficar de pé e se aconchegam à mãe para a amamentação.
Assim sendo, embora seus passos sejam inicialmente incertos, eles já conseguem acompanhar a mãe. Por isso, as éguas chegam à puberdade entre o primeiro e o segundo ano de idade.
A fim de efetivar a procriação, elas devem ter de 2 a 3 anos, apesar de 4 ser a idade mais aceitável. Ademais, os machos, frequentemente, são sexualmente potentes com 1 ano de vida.
Só para ilustrar, na domesticidade, eles não são utilizados como reprodutores antes de completarem 3 ou 4 anos. De acordo com suas características fisiológicas, um appaloosa macho chega à maturidade aos 6 anos, podendo viver mais de 30.
Logo após o nascimento, os potros apresentam pernas excessivamente compridas em relação ao corpo. Similarmente, essa é uma defesa natural contra os predadores – algo fundamental para os animais que vivem em ambientes selvagens.
Acima de tudo, com um mês e meio, os filhotes são capazes de se alimentar. Conforme a vida segue o seu curso, os pelos de “criança” (mais macios e fartos) são perdidos aos 2 meses. Portanto, na domesticidade, os potros são desmamados entre 5 e 6 meses de idade.
Ciclo de vida do appaloosa
Ao completar 1 ano, o cavalinho ainda apresenta alguns pontos desordenados. No momento em que ultrapassa os 12 meses, seu arcabouço começa a aumentar consideravelmente, em um processo contínuo até a maturidade.
É provável que, paulatinamente, seja perceptível a quem lida diariamente com os appaloosas, notar o ponto mais elevado da garupa se alinhando à cernelha. Ou seja, antes desse momento, ela é substancialmente mais elevada.
Primordialmente, o cavalo cresce, estágio por estágio, ao longo de seu envelhecimento. Bem como os últimos pontos do crescimento são as chamadas “epífises” (placas de crescimento localizadas nos ossos das pernas), elas se fecham quando o processo se conclui.
Em outras palavras, após esse período, se o animal precisar suportar peso, haverá o risco de se deformar ou ficar gravemente prejudicado. Em princípio, a epífise do osso metacarpiano (em sua extremidade), localizada sobre a junta de quartela, é normalmente fechada entre 9 e 12 meses.
Por conseguinte, a que permanece junto ao fim do rádio (isto é, na parte imediatamente superior ao joelho), não se fecha até que o appaloosa tenha cerca de 2 anos de idade.
Salvo essas condições específicas dos equídeos, a meia-idade do appaloosa ocorre entre os cinco e os dez anos. Mas, nesse estágio, o corpo já está formado, com a totalidade dos órgãos internos bem desenvolvidos e proporção física estabelecida.
Características do appaloosa adulto
Em virtude dessas considerações, em um animal saudável, o comprimento do pescoço terá quase o dobro da distância entre o topo da cabeça do animal e seu lábio inferior (desde que a medição seja feita a partir de sua face).
Como resultado, nesse estágio de desenvolvimento, o cavalo deve chegar ao auge de sua potencialidade. Desse modo, o treinamento é determinante. Eles devem iniciar o mais cedo possível.
Da mesma forma, em idade avançada, as articulações do appaloosa incham. A circulação é menos evidente junto aos membros. Atingir essa idade faz com com que os olhos, em alguns casos, se encovem e os dorsos ficam mais arqueados que o normal.
Em primeiro lugar, os dentes se gastam e, geralmente, dificultam a mastigação. Tanto quanto esses fatores externos, o processo de digestão também se compromete, de modo que não é fácil manter uma boa condição de saúde.
Mercado do cavalo appaloosa
Um país com a dimensão rural e a tradição do Brasil não deve desprezar a sua cultura equestre, tampouco o valor e riqueza dos seus valiosos rebanhos.
Nesse hiato, o país se tornou grande na cana-de-açúcar, na laranja, no café, na soja, entre outros tantos segmentos agropecuários. Só que, vale frisar, também somos grandes na produção de cavalos.
Para se ter uma ideia, a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) demonstra que o campo ocupa 16 milhões de trabalhadores, tendo cerca de 21% de toda a mão de obra brasileira empregada no setor.
Logo que os dados desse estudo se consolidaram, tornou-se possível evidenciar que o nosso país conta com o 3º maior rebanho de equinos de todo o mundo. Assim, temos mais de 6 milhões de cabeça, de acordo com a FAO (sigla inglesa para “Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura”).
Com efeito, perdemos somente para China e México. De conformidade com esses dados, há informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que apontam o Brasil como o segundo país do mundo com o maior plantel equino, perdendo somente para os Estados Unidos.
Primeiramente, cumpre ressaltar que esse mercado movimenta mais de R$ 2 bilhões anualmente. Por certo, segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), há 25 raças de cavalos estrangeiras e nacionais no Brasil.
Isto é, temos um segmento responsável por quase 2 milhões de empregos indiretos e diretos. A propósito, há fatores que indicam enormes carências nos serviços especializados relacionados à área.
Appaloosa na equinocultura
Segundo os estudiosos, os appaloosas vêm se adequando às necessidades dos seus usuários com imensa rapidez. Semelhantemente, esse fato demonstra a pujança do mercado e suas demandas crescentes.
Em seguida, considere os animais não registrados, os meio-sangue e os mestiços. Porquanto as dimensões da equinocultura sejam enormes, ela se tornou um componente fundamental na cadeia do agronegócio.
Com o intuito de fortalecer o setor, há muitas iniciativas ligadas ao turismo, cultura e lazer. Anteriormente, as perspectivas eram muito diferentes, porém, na atualidade, as possibilidades de crescimento desse mercado transcendem as competências de alguns criadores em produzirem cavalos de qualidade.
Nesse ínterim, os empreendedores do segmento devem desenvolver visões estratégicas para o marketing e a venda, dentre outras competências. Embora o mercado para os appaloosas esteja em franca expansão, gerando novas oportunidades para os criadores e atividades de negócio vinculadas à produção, é imprescindível estar devidamente preparado.
Às vezes, para dinamizar as atividades no Brasil, é necessário formar diversos serviços de apoio.
Sem dúvida, o appaloosa necessita de manejo e alimentação especializada, instalações elaboradas, serviços técnicos e serviços que ofereçam apoio profissional. Mesmo com a identficação dessas necessidades, existe uma grande escassez em termos de mão de obra especializada.
Demanda pela raça appaloosa
Sob o mesmo ponto de vista, o mercado brasileiro não difere qualitativamente do mercado internacional. Todavia, a maior demanda é por cavalos de sela, ou seja, animais destinados às atividades de lazer familiar.
Sobretudo o mercado de cavalos de elite – ou seja, aqueles destinados a exposições – tem atravessado uma das mais difíceis fases de sua história. Por consequência, entre as características mais valorizadas em cavalos de sela pelos consumidores brasileiros, destacam-se:
- A pelagem e o adestramento, com maior procura por alazões, castanhos escuros, pampas e cavalos pretos;
- A boa índole;
- A idade, preferencialmente entre 4 e 11 anos;
- O porte, com altura máxima de 1,60 m;
- O andamento cômodo, especialmente, a chamada “marcha picada”.
Além disso, existem dois aspectos muito relevantes. Do mesmo modo, os compradores negligenciam tanto as eventuais taras nos membros quanto a condição geral dos cascos.
Inseminação do appaloosa
A fim de que não exista negligência nas técnicas de inseminação artificial, a comercialização de serviços reprodutivos dos garanhões superiores é positivamente impactada no mercado de cavalos de elite.
Inesperadamente, os preços de sêmen apresentam oscilações nunca vistas. Seja como for, na criação do appaloosa, os processos de inseminação a fresco ainda são amplamente predominantes no Brasil.