A biocenose é de grande importância para o ecossistema em função da harmonia que representa. Muito falada no mundo da biologia, a biocenose agrega diferentes seres do ecossistema; tendo, portanto, uma grande importância ambiental.
A biocenose é uma forma de definir as mais variadas cadeias de seres vivos, e o seu entendimento é considerado fundamental no ramo da biologia; já que, dessa forma, também é possível ficar mais próximo de entender mais sobre diferentes faunas, por exemplo.
- O que é biocenose?
- Principais características da biocenose
- Relações entre conjustos biológicos
- A biocenose do solo
- Microbiologia da terra e a biocenose
- A ciência do solo e a biocenose
- Edafologia e biocenose
- Biologia do solo na biocenose
- Significado de biocenose
- Compreensão da biocenose
- Sociologia vegetal e biocenose
- Fitoecologia para proteger a biocenose
- Invernadas e pastos na biocenose
O que é biocenose?
Também conhecida como biota ou conjunto biológico, a biocenose é um termo usado para classificar conjuntos de seres vivos que habitam o mesmo espaço. Neste conjunto, habitam dois ou mais tipos de espécies, sendo de animais ou vegetais.
Dito isso, o nome utilizado para denominar o ambiente que estes seres convivem é biótopo. Este ambiente possui condições de clima e atmosfera regulares de acordo com cada espécie que o habita.
Principais características da biocenose
Foi o biólogo Karl Möbius, em 1877, que utilizou o termo biocenose pela primeira vez. Ele apresentou o conceito de bioenose como a concentração destes indivíduos específicos, dando foco no conjunto que foi formado.
Condições abióticas, ou seja, formação química, clima e pluviosidade, influenciam esse conjunto. Também são influenciados pelo biótopo; ou seja, fauna e flora.
Algumas das bactérias que podem formar estes conjuntos são as decompositoras, que podem mudar composições de solo e liberar agentes frutos de reações com organismos mortos. Quando este campo é cultivado em ambientes artificiais, é denominado de agrossistema.
As populações da biocenose são formadas por indivíduos que possuem semelhanças físicas para que haja o cruzamento da espécie. Entretanto, existem outras populações de espécies diferentes que habitam o mesmo espaço devido às condições do ambiente.
A biocenose destaca a riqueza de espécies, e o fator alimentar influencia diretamente no fluxo energético ao qual determinado grupo está exposto. Os membros possuem nível trófico semelhante, ou seja, participam do mesmo nível da cadeia alimentar.
Relações entre os conjuntos biológicos
Partindo do pressuposto de que nenhuma relação, seja qual for a espécie, é estável – com estes organismos o cenário não muda. A relação na qual os organismos são nômades – ou seja, estão em constante mudança de ambientes – são exemplo disso. Portanto, é comum observar espécies que entram em comunidades, absorvem o necessário para sua sobrevivência e depois migram para outra.
A partir de uma relação dinâmica, no entanto, em que os seres compreendem as necessidades de cada espécie – é possível observar harmonia em um biótopo.
A biocenose pode se organizar de diferentes maneiras. Grupo mais aberto quando quando as mudanças entre indivíduos e ambientes são mais instáveis e sujeita à alternações. Grupo fechado quando a relação é mais estável.
Entretanto, mesmo nos grupos mais fechados, não há fronteiras físicas tão demarcadas que possibilitem barrar as demais fronteiras que as rodeiam. Embora muitas relações biocenoses apresentem inúmeros padrões, os membros são, invariavelmente, minimamente compatíveis – tanto entre si bem como com o espaço selecionado; já que, sem tais características em comum, não seria possível alcançar uma harmonia ecológica.
Esta harmonia ecológica permite melhor desenvolvimento dos membros, como exemplo, melhores condições reprodutivas, níveis maiores de sobrevivência e entre outros benefícios.
Todo tipo de ser vivo forma os conjuntos de uma biocenose, incluindo animais, plantas, vegetais, organismos vivos (bactérias, por exemplo) e até mesmo nós, seres humanos.
A biocenose do solo
No momento em que nos debruçamos sobre o conceito de biocenose, um dos elementos que não podem ser, sob hipótese alguma, negligenciado, é a biocenose do solo.
Conforme mencionado, podemos compreender a biocenose como a ação recíproca da microvida, da planta e do solo.
Tanto quanto os microrganismos animais, os vegetais também têm sido objeto de desenvolvimento científico, visando a elevação da fertilidade dos solos. Sobretudo, esse campo de estudo envolve 3 disciplinas centrais:
- Microbiologia do solo: que investiga a microflora;
- Biologia do solo: que se concentra na meso e microfauna;
- Sociologia vegetal.
Vamos entender melhor sua relação com a biocenose e os impactos sobre a produtividade e a fertilidade dos solos. Além disso, há uma ampla gama de derivações que conheceremos melhor a seguir.
Citaremos os estudiosos e pesquisadores do tema, ao longo da história da ciência, apenas por seu sobrenome, a fim de tornar a leitura mais cômoda e fluída. Confira!
Microbiologia da terra e a biocenose
Seres vivos muito pequenos estão presentes, em varias referências, tanto na antiga literatura romana quanto, posteriormente, na Medieval. Estes, em diversos sentidos, afetam a nossa vida, bem como a dos animais e das plantas.
Certamente, as palavras do escritor romano Columella são dignas de nota. Ele escreveu que “os pântanos criam animais invisíveis que, ao se elevarem, infectam o ar, dando início às enfermidades humanas”.
Às vezes, citações como essa contribuíram para que os cientistas contemporâneos, após séculos de desenvolvimentos e pesquisas, identificassem 3 processos distintos do solo:
- Decomposição de matéria orgânica;
- Nitrificação;
- Fixação do nitrogênio.
Sob o mesmo ponto de vista, sabia-se, desde a Antiguidade, que o húmus não deveria ser considerado uma espécie de “alimento vegetal”. Em primeiro lugar, ele é um produto intermediário.
Apenas Bossingault relacionaria o húmus às questões da fertilidade do solo (embora seja conhecido desde as primeiras civilizações). Como resultado, uma série de investigações e estudos culminaram no conhecimento pleno de processos microbianos que ocorrem no solo.
Por analogia, os antigos romanos já conheciam esse fato, qual seja, o de que as leguminosas são capazes de enriquecer o solo. As bactérias (simbiontes ou não simbiontes) efetuam a fixação de nitrogênio. A princípio, porém, somente Berthelot descobriu esse fato.
A ciência do solo e a biocenose
Kette chamou a atenção do mundo científico para um fato interessante. O estrume dos currais não pode ser substituído pelos adubos minerais e inorgânicos. Esta descoberta está registrada desde 1865.
Logo depois, reafirmaria essa sua posição, enfatizando que não adiantaria, sequer, adicionar nutrientes idênticos, à medida que faltaria uma fermentação verdadeira, causada por vibriões.
Salvo os trabalhos realizados por Willfarth e Hellriegel, nenhum outro se referiu à ação de microrganismos na nitrificação do elementar azôto. Winogradsky provou que a nitrificação ocorre em função das atividades das bactérias.
A invasão de bactérias ocasiona a fixação do nitrogênio junto aos nódulos das raízes. Beijerinck demonstrou esse fenômeno. Há uma infinidade de bactérias capazes de fixar azôto. A criação de bactérias em meios artificiais (as chamadas “Rhizobacter”) se tornou viável.
Outrossim, considerado fundador do campo de estudos da Microbiologia do solo, Winogradsky foi o primeiro cientista que reconheceu a relevância dos microrganismos no solo. Ele desnvolveu, na Rússia, o que hoje conhecemos como a “Ciência do solo”.
Bacteriologia do solo
O célebre pesquisador Lohnis escreveu a sua primeira obra acerca de Bacteriologia do solo. Desde então, os pesquisadores passaram a assumir um novo paradigma sobre fertilização.
Antes de mais nada, as Escolas Superiores de Agricultura, Munique e Viena, incluíram, a partir de 1900, a Microbiologia do solo em seus currículos. Por outro lado, a disciplina passou a obter relevância crescente.
Assim sendo, Lipman começou a estudar sistematicamente a população do solo. Conquanto as descobertas se aprofundavam, a Microbiologia dos solos consolidou-se como ciência independente em 1911.
Similarmente Waskman e Thom pesquisaram fungos da terra, por exemplo, os Aspergillus e os Penicillium. Portanto, com o acréscimo no volume das pesquisas, grandes cientistas como Kubiêna, Sekera e Cholodny a relacionaram intrinsecamente à fertilidade da terra.
Assim, graças a esses expoentes, possuímos, na atualidade, métodos exatos para realizar estudos pertinentes à microflora do solo. Do mesmo modo, especialmente Sekera deu grandes passos, partindo da ciência puramente abstrata para a efetivação de realizações práticas.
A compreensão de que são os microrganismos que determinam a estrutura fofa e sadia da terra é o resultado desse novo “fazer científico”.
Edafologia e biocenose
Antes de tudo, serviços como a higienização dos solos, ou seja, o seu manejo, conservação e recuperação, somente podem ser guiados pelos profundos conhecimentos de suas causas biológicas.
Hoje em dia, esses serviços são comuns em todos os grandes centros agroexportadores e agronômicos do mundo. Em outras palavras, as pesquisas de Sekera foram consideradas como algumas das maiores contribuições dessa nova ciência.
Em suma, uma das mais importantes autoridades em Edafologia, Kubiêna, se manisfetou decisivamente. O pesquisadou comprovou que os “tipos de terra” consistem em diferentes fases do desenvolvimento sob diversos climas e condições.
Ainda que esses elementos sejam variáveis e, até certo ponto, imprevisíveis, equivalem a um envelhecimento natural da terra. De maneira idêntica, os solos dependem, fundamentalmente, das atividades das vidas microbianas.
Na estação experimental inglesa de Rothamsted, Russel ofereceu, em sua obra “Soil Conditions and Plant Growth”, uma primeira interpretação. Ela englobava todas as condições biológicas, químicas e físicas dos solos.
Em resumo, o livro supracitado foi decisivo, pioneiro e imprescindível para a moderna agricultura. Por conseguinte, outro pioneiro (no campo das recuperações práticas de lavouras), Bromfield, constatou algo de grande interesse. Em sua célebre obra “Malabar Farm”, descreveu que os microrganismos do solo consistem nos mais úteis e importantes animais domésticos.
Biologia do solo na biocenose
A biologia do solo é uma ciência relativamente nova. Em conclusão, o primeiro impulso foi alcançado com as investigações de Vargas e Fehér. Esses estudos resultaram na publicação de seu “Manual da biologia do solo” (editado originalmente em húngaro).
Nesse meio tempo, as pesquisas coordenadas tiveram início. No entanto, o conceito de “biologia do solo” compreende a zoologia de meso e microfauna, seus costumes e, especialmente, suas formas.
De conformidade com isso, Kuhnelt oferece uma ótima perspectiva geral da meso e microfauna do solo. Ele tentou, pioneiramente, empreender uma classificação ecológica que privilegie as atividades zoológicas no solo.
Kubiêna e Franz foram os primeiros a relacionar essas espécies zoológicas com a gênese dos solos. Franz esboçou, em traços geniais e claros, a biocenose há quase meio século. Não obstante, foi Sekera quem efetivou uma relação completa acerca da macro e da microflora.
Significado de biocenose
Posteriormente ao reconhecimento das inter-relações entre os vegetais, a microfauna e a microflora, houve o estabelecimento de regime de conservação efetiva da fertilidade do solo.
Enfim, a compreensão das doenças vegetais é fundamental para encontrar os meios necessários para combatê-las a partir de bases mais eficazes e amplas do que havia sido possível até então.
De tal forma que passamos a vislumbrar a comunicação íntima entre as plantas, o solo e a micropopulação. Todavia, as qualidades físicas e químicas de cada tipo de solo são dependentes da microvida. Esta, por sua vez, é influenciada pelas condições do solo e sua vegetação.
A propósito, a biocenose diz respeito, precisamente, a esse cruzamento. Anteriormente, é imprescindível lembrar que, nela, cada integrante conta com uma influência decisiva sobre os outros. É, de fato, uma grande sociedade.
Com toda a certeza, não é possível levar em consideração apenas uma cultura e as suas exigências específicas. Tampouco, por exemplo, algum fungo patógeno com suas condições inerentes de vida.
Ao mesmo tempo, cada elemento faz parte do conjunto vivo, a partir do qual sua atuação deve ser julgada e descrita pela ciência.
Com o propósito de compreender a fundo suas vidas individuais e costumes, é indispensável revelar as circunstâncias da “grande sociedade” representada pela biocenose do solo.
Compreensão da biocenose
Por causa de avanços científicos como os que citamos anteriormente, foram esclarecidos muitos fatos que, antes, eram incompreensíveis. Com o intuito de compreender os prejuízos às diversas culturas, foi possível identificar a ação de microrganismos como parasitas e patógenos.
Ademais, isso se constata ao observarmos seus ciclos de vida no interior da sociedade do solo, viabilizando, desse modo, o impedimento da sua atuação danosa. Depois que as aplicações práticas foram consolidadas, instituiu-se 3 novas ciências agrícolas anteriormente mencionadas, relembrando:
- Sociologia vegetal;
- Biologia do solo;
- Microbiologia do solo.
Por mais que os conhecimentos estivessem avançados, esses saberes faltavam à miscelânea complexa da biocenose dos solos. A “agricultura intensiva” tem sua base nela.
Conforme os princípios em uso, é possível obtermos, a partir de poucas despesas, alta produtividade e qualidade nas colheitas, de uma forma relativamente segura.
Sociologia vegetal e biocenose
Em síntese, os antigos gregos e egípcios reconheciam plenamente a existência das relações entre plantas. Em segundo lugar, já tinham o conhecimento de que certos exemplares beneficiavam os demais.
Enquanto, por exemplo, percebiam os benefícios das leguminosas e do trigo, estavam cientes, também, dos malefícios causados pelo repolho às videiras.
Pelo contrário do que muitos leigos pensam, os arqueólogos aproveitaram bem suas pesquisas. Eles relataram, por exemplo, o vínculo entre os diferentes climas e suas respectivas associações vegetais (pradarias, estepes, florestas, dentre outras).
Por certo, Braun-Blanquet relacionou tais associações vegetais com o estado e o tipo de solo (incluindo elementos como a topografia e o clima). Desse modo, fundou no início do século XX uma ciência auspiciosa no campo da Silvicultura e da Agricultura modernas.
Só para ilustrar, os experimentos de Braun-Blanquet permitiram o reconhecimento do fato de que o solo influi sobre as plantas e vice-versa. Afinal, a comprovação desse fenômeno, posteriormente, ocorreu por:
- Aichinger nos Alpes;
- Iljinski, Suktschew e Morosov, nas florestas russas;
- Durietz, na Escandinávia.
Fitoecologia para proteger a biocenose
Algumas situações podem ser remediadas de imediato. Basta refletirmos sobre o desenvolvimento de sistemas benéficos ao reconhecimento adiantado da destruição ou declínio de solos florestais ou pastoris.
Por isso, é necessário mudar a sociedade vegetal. Analogamente, chegamos à conclusão de que o pasto, a floresta ou o solo em declínio podem ser radicalmente modificados.
A fim de melhorar a fitossociedade e o próprio solo, é preciso introduzir plantas adaptáveis a uma dada sociedade (desde que já constituam um elo superior).
Scheffer, cientista do solo, e Molisch, botânico, provaram algo interessante. Segundo esses autores, a alelopatia e o sinergismo entre as plantas devem-se, sobretudo, às secreções radiculares e, também, à sua microflora trópica. Mas, somente parcialmente, em razão de uma eventual competição por nutrientes.
Tansley, na Inglaterra, ofereceu uma boa perspectiva generalizante dos problemas fitoecológicos. Com a finalidade de interpretar esses fenômenos, os cientistas estadunidenses Clements e Weaver obtiveram especial destaque. Isso foi alcançado por meio da obra “Ecologia Vegetal”, que trata de muitas questões da fitossociologia.
Ainda mais importante, os autores mencionados esclarecem aspectos cruciais do desenvolvimento radicular em sua relação com o meio. Em princípio, isso inclui os tipos de solos, os climas, as associações vegetais e os métodos de cultura.
Kutshcera publicou o “Atlas de Raízes”. Ele concedeu aos agricultores e pecuaristas a escolha das plantas mais adequadas para suas invernadas ou rotações. Em contrapartida, o cientista indica aquelas que, pelo menos, não entram em disputa pelos mesmos espaços nos solos.
Invernadas e pastos na biocenose
Klapp foi o primeiro a utilizar amplamente os conhecimentos fitossociológicos para invernadas e pastos. Dessa forma, o seu livro “Wiesen und Weiden” (ou “Invernadas e Pastos”, em tradução livre), configurou-se como obra-prima. O estudo foi considerado, até mesmo, revolucionário, demonstrando novos e promissores rumos.
Só para exemplificar, a Sociologia Vegetal, enquanto ciência, se encarrega das associações vegetais. Isto é, cabe a ela pesquisar todos os fatores referentes à vida social das plantas.
Porquanto as incessantes lutas por luz, nutrientes, água e espaço, são tanto mais acirradas quanto mais similares forem as necessidades vegetais.
Ainda assim, dentre as incontáveis sementes espalhadas por animais ou pelo vento, nem todas vingam. Isto é, sobrevivem apenas aquelas que conseguem encontrar as condições apropriadas em determinadas condições de insolação, topografia, nutrientes e clima.
Desde que essas descobertas começaram a ser incorporadas no aprimoramento de invernadas e pastos, os elementos que se articulam na composição da biocenose passaram, também, a ser estudados sob um prisma totalmente novo.