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Pecuária

Cachorro do mato é um animal selvagem de hábitos solitários

Cachorro do mato

O cachorro do mato (cerdocyon thous) é um animal selvagem da família dos canídeos, que inclui outras espécies como a raposas, lobos, coiotes, chacais e os cães domésticos.

O cachorro do mato é um mamífero carnívoro que vive sobretudo em cerrados, campos, áreas florestais e está distribuído por toda América do Sul. No Brasil, esse animal aparece com nomes variados como por exemplo guaxaim, lobinho, lobete, lobo, entre outras. Nos países da fala hispânica é conhecido como zorro perro, zorro perruno e zorro de monte. Embora se pareça com o lobo, este animal é notadamente menor e tem pelagem de cor diferente.

  1. Tipos de cachorro do mato
  2. Espécies brasileiras de cachorro do mato
  3. Cachorro do mato vinagre
  4. Cachorro do mato de orelhas curtas
  5. Características do cachorro do mato
  6. Reprodução do cachorro do mato
  7. Alimentação do cachorro do mato
  8. Qual é o nome do cachorro do mato?
  9. Cachorro do mato domesticado
  10. Importância do cachorro do mato para o meio ambiente
  11. Habitat do cachorro do mato
  12. Cachorro do mato em zona urbana
  13. Cachorro do mato ameaçado de extinção


Tipos de cachorro do mato

No Brasil estão presentes, em suma, três das cinco subespécies de cachorro do mato:

Outra espécie do animal é o Dingo, encontrado na Austrália e considerado o mais feroz da categoria. O cachorro do mato, contudo, está presente em diversos áreas da América do Sul. Na Venezuela, desde a Colômbia até o Sul de Uruguai e Paraguai, com exceção das áreas baixas da Bacia Amazônica.

Espécies brasileiras de cachorro do mato

Os canídeos do país aparecem em seis tipos. Eles normalmente não são domesticados, mas algumas aldeias indígenas os têm por perto. Os tipos de cachorro do mato são:

Cachorro do mato vinagre

É o menor canídeo nativo da América do Sul e, no Brasil, vive no que sobrou das florestas da Mata Atlântica e nas regiões alagadas de cerrado do centro-oeste. Também é uma espécie ameaçada de extinção pela ocupação desordenada do homem em seus habitats naturais. O animal tem 60 cm de comprimento, 30 de altura e pesa no máximo sete quilos.

O pelo é de tom marrom avermelhado e a cauda curta, de cor castanha. As orelhas são pequenas e a cabeça quadrada com patas curtas que facilitam a natação. As patas do cachorro do mato vinagre são formadas por uma membrana interdigital parcial usada para o deslocamento rápido dentro da água em busca das presas como as pacas e cutias. Usam também as unhas para cavar túneis na terra para servir de abrigo. Dormem sempre em tocas e árvores ocas.

O cachorro do mato vinagre tem por característica a monogamia. Além disso, a fêmea tem dois ciclos de cio por ano. A gestação tem, em média, 65 dias e a fêmea gera de quatro a seis crias em cada ninhada. Os filhotes nascem em tocas e são amamentados por até cinco meses. Aos doze meses eles já estão em na fase adulta e vivem por volta de dez anos.

Ao contrário de outras espécies, têm hábitos diurnos, andam em matilhas de até dez animais e caçam em bandos. O cachorro do mato vinagre se alimenta de cutias, pacas e outros animais de maior porte, além de répteis, aves e anfíbios.


Cachorro do mato de orelhas curtas

Esta espécie está presente nas florestas tropicais do Brasil, do Rio Tocantins ao Mato Grosso e ao sul do Amazonas. Ele aparece também na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Embora a presença do animal abarque uma vasta área, os pesquisadores descobriram que ela não é contínua em razão do desmatamento.

Pesa até 10 quilos, tem cabeça alongada e orelhas curtas razão pela qual recebeu o apelido. É o menos conhecido entre as espécies porque é pouco observado em seu habitat natural. Tem uma característica diferenciada por aparecer nadando em rios para caçar pacas. Seus outros alimentos de preferência são peixes, moluscos, insetos, répteis, aves e frutos.

Infelizmente, o cachorro do mato de orelhas curtas está ameaçado de extinção. Isso porque ele necessita de áreas de floresta contínua superiores a 10 mil hectares para viver. Com o desmatamento, ele não sobrevive em outras regiões. Por isso, a espécie está catalogada pelo IBAMA como ameaçada de extinção.

Características do cachorro do mato

O cachorro do mato adulto pode medir até 64 cm de comprimento e pesar até 8 quilos. Tem a pelagem que pode variar de tons de marrom claro até cinza mesclada com preto. Os animais da Mata Atlântica e do norte do Pantanal, entretanto, apresentam pelos mais claros. As patas, em geral, são escuras, pretas, com a cauda peluda e o focinho comprido.

Ele tem hábitos noturnos e anda em dupla em época de acasalamento. No entanto, diferentemente do lobo, que anda em alcateias, esse animal sai sozinho para caçar. Embora seja um caçador solitário, pode aparecer em grupos de até quatro bichos quando mais jovem. Usam como abrigo as tocas e fundos de árvores ocas.

Reprodução do cachorro do mato

O período de gestação das fêmeas é, em média, de 56 dias e nascem entre 3 a 6 filhotes por ninhada. Cada filhote pesa até 160 gramas e mama durante três meses. Nesse período, o macho costuma levar alimentos para a fêmea.

Alimentação do cachorro do mato

O cachorro do mato se alimenta de aves, pequenos mamíferos, répteis e frutos. É um grande semeador de sementes dessas frutas se está em habitat não colonizado pelo homem. Quando está em áreas habitadas também procura restos de lixo. Encontra comida ainda nas carcaças de animais, na beira de estradas, onde muitas vezes esse animal morre atropelado.


Qual é o nome do cachorro do mato?

Por conta das inúmeras espécies de cachorro do mato que podem ser encontradas em território nacional, a ocorrência de confusões na identificação desses animais é algo bem comum. Afinal, uma pessoa que não tenha amplo conhecimento dificilmente consegue identifica-los corretamente.

Portanto, muitas vezes, somente um profissional da área sabe identificar com exatidão os tipos de cachorro do mato. A saber, o mais comum dentro do Brasil é o Cerdocyon thous, que é a espécie mais conhecida na família dos canídeos.

Além disso, entre os diferentes tipos de cachorro do mato, ainda existem mais duas subespécies que podem ser encontradas em território brasileiro: o entrerianus e o azarae. Essas são as variedades de cachorro do mato e os outros pertencem a outros gêneros.

Dessa forma, o lobo-guará, o graxaim, a raposa e o cachorro vinagre não são, exatamente, subespécies de cachorro do mato. Isso geralmente causa muita confusão, principalmente entre os conhecimentos e nomes populares acerca desse assunto.

Cachorro do mato domesticado

Por vezes, muitas pessoas acabam se questionando sobre a possibilidade de criar um cachorro do mato domesticado. Afinal, o cachorro do mato é um animal visualmente bonito e chama a atenção das pessoas que têm a oportunidade de ver um.

Porém, esse tipo de prática não é aconselhada. Isso porque a domesticação de um cachorro do mato é considerada crime ambiental. Ou seja, manter esses animais em cativeiro pode acarretar punições, como multas até a prisão do infrator.

Além disso, criar um cachorro do mato em ambiente doméstico pode representar um risco à saúde. Doenças como a leptospirose e a raiva podem ser transmitidas facilmente aos humanos, podendo causar uma série de problemas.

Existem alguns relatos de pessoas que fizeram esse tipo de prática, criando domesticamente esses animais silvestres. Em um caso ocorrido no Paraná, por exemplo, o cidadão adotou o cachorro do mato filhote, mantendo-o como um cão doméstico.

O cachorro do mato era mantido em uma corrente e era alimentado com rações caninas, além de apresentar comportamento dócil. Desse modo, é possível perceber que a domesticação desse animal silvestre é possível, mas não é indicada e é um crime ambiental.

Mediante autorização do Ibama, existe a possibilidade de criar um cachorro do mato em ambiente doméstico, porém, isso não é uma ocorrência comum. Na verdade, para que isso ocorra, é necessário que exista um motivo ambiental, como um risco à saúde do animal que pode estar machucado e sem condições de retornar à natureza, por exemplo.

Em outras palavras, a criação desse tipo de bicho em cativeiro, ou como um cão normal, é um crime ambiental e ainda assim pode transmitir diversas doenças para o ser humano. Portanto, a melhor opção é criar cães domésticos, visto que existem diversos animais órfãos e desabrigados.

Importância do cachorro do mato para o meio ambiente

Sabendo que existem diferentes tipos de cachorro do mato, o comum Cerdocyon thous é um animal cheio de curiosidades. A subespécie mais comum no território nacional costuma se alimentar de forma predominantemente carnívora.

Dessa forma, o cachorro do mato se alimenta de pequenos mamíferos, carniças e restos de cadáveres, algumas aves e répteis. Entretanto, o animal também costuma ingerir alguns tipos de frutos e isso possui uma função bastante importante na natureza.

Através de sua alimentação com frutos, o cachorro do mato garante a sobrevivência de diversas espécies de árvores. Ou seja, o animal come os frutos e, através da sua digestão, auxilia na dispersão de sementes.

Essa função indireta da alimentação do cachorro do mato contribui expressivamente para a conservação do meio ambiente e do seu habitat. Nesse sentido, as sementes são espalhadas de uma forma ampla, garantindo mais chances de germinação.

Ainda assim, outro fator curioso sobre a alimentação desse cachorro é que, em casos extremos, ele costuma invadir galinheiros para se alimentar. Nessas ocasiões, o animal ataca galinhas e por isso acaba sendo perseguido por muitos donos de granja.

Evidentemente, esse tipo de situação acaba prejudicando o animal, visto que muitos produtores, por motivo de ignorância, acabam matando esses animais. Além do mais, os supostos ataques do mítico “chupa cabra” eram, na verdade, ataques do cachorro do mato.


Habitat do cachorro do mato

Com o crescimento das cidades, é natural que o habitat do cachorro do mato acabe sendo prejudicado e isso gera alguns contratempos. Em outras palavras, as cidades crescem e o espaço para esses animais viverem acaba diminuindo.

Dessa forma, acabam ocorrendo situações inusitadas, como casos em que pequenos grupos de cachorro do mato acabam invadindo as cidades. Os animais saem das matas em busca de alimentos e acabam revirando lixeiras e tentando pegar frutos em árvores.

Isso acaba gerando uma série de problemas, desde pessoas que alimentam os animais até infratores que acometem os bichinhos com maus tratos. O cachorro do mato é um animal inofensivo e geralmente sente medo dos seres humanos.

Além disso, alimentar esse tipo de animal silvestre acaba sendo uma atitude negativa, visto que os cachorros se acostumam com a ação dos humanos e perdem sua capacidade natural de encontrar alimentos e caçar. No caso de voltarem para as matas, certamente morrerão de fome.

O aconselhável nesse tipo de situação é não interagir com os cachorros do mato. Ou seja, são animais silvestres que não farão mal algum aos humanos. Portanto, é recomendado o contato com eles e, principalmente, a alimentação.

Recentemente, no ano de 2020, um caso assim aconteceu na cidade de Campinas, em São Paulo. Incêndios que atingiram matas próximas à divisa de Campinas com Valinhos acabaram fazendo esses animais se deslocarem para a cidade em busca de alimento.

Diante de uma situação dessas, o mais correto a ser feito é evitar contato com o cachorro do mato, principalmente não alimentando-o. Além disso, as autoridades devem ser comunicadas a fim de que as providências mais corretas sejam tomadas.

Os ataques de humanos

Conforme já foi possível observar anteriormente, o cachorro do mato acaba sendo atacado pelos humanos em determinados casos. Isso ocorre por pura ignorância, visto que esses animais são inofensivos, jamais atacando pessoas.

Apesar dos problemas relacionados ao habitat do cachorro do mato, ele ainda não é considerado um animal em extinção. Porém, caso não haja uma conscientização da civilização humana, esse risco pode se tornar real nas próximas décadas.

Isso acontece porque o crescimento das cidades e da agricultura acaba tirando o espaço desses animais, como vimos, fazendo com que eles venham para a cidade em busca de alimentos. Desse modo, ataques e maus tratos passam a ser recorrentes.

Os supostos ataques a galinhas e outros tipos de criações fazem com que muitas pessoas cacem o cachorro do mato. Da mesma forma, um fator que prejudica muito esses animais são os constantes atropelamentos em rodovias movimentadas.

Isso demonstra um grande desequilíbrio no meio ambiente, visto que animais silvestres estão adentrando as cidades como um pedido de ajuda. Outras espécies como o cachorro vinagre já são ameaçadas de extinção por conta disso.

A pele do cachorro do mato não possui alto valor no mercado e a sua carne também não é considerada própria para consumo. Portanto, a caça desse tipo de animal é apenas para tirar a vida, o que demonstra grande falta de consciência das pessoas.

Os riscos

A saber, não existem riscos de ataques a humanos por parte do cachorro do mato. A incidência desses animais aparecerem nas cidades está aumentando significativamente por consequência da diminuição de seu habitat.

Por isso, o cachorro do mato acaba aparecendo nas cidades em busca de alimentos. Desse modo, é comum ver pequenos grupos desses animais atacando lixeiras e se alimentando de restos de comida, ou então vê-los apanhando frutos em árvores.

Existe, porém, um grande risco nisso tudo que é justamente o da transmissão de doenças. Existe a possibilidade desses animais transmitirem aos humanos doenças como a leptospirose e a raiva, mas ainda há outros riscos.

Dessa forma, é correto mencionar que existe o risco de cães domésticos transmitirem doenças aos cães silvestres, e vice-versa. Em outras palavras, é possível que um cão não vacinado acabe sofrendo com infecções oriundas dos cachorros do mato.

Da mesma forma, os cães domésticos podem transmitir doenças aos cachorros do mato, inclusive patologias às quais o cão é imune, mas que podem acometer os animais silvestres. Isso pode, em alguma possibilidade, gerar uma transmissão comunitária de diversas doenças.

Além disso, em casos extremos em que se sintam ameaçados, existe a possibilidade de um cachorro do mato morder um humano. Nesse caso, o perigo não é a mordida ou o ferimento causado, mas sim a transmissão da raiva ou outras enfermidades.

Portanto, é sempre válido lembrar que, caso esses animais sejam vistos circulando pela cidade, a coisa mais correta a se fazer é não entrar em contato com eles e acionar as autoridades competentes. O contato deve ser evitado para garantir a integridade dos animais e humanos.


Cachorros do mato em zona urbana

Conforme já foi possível observar, existem muitos casos registrados do aparecimento desses cachorros silvestres em zona urbana. Isso ocorre principalmente quando algum incêndio acontece em matas próximas à cidade.

Além disso, o aumento dos perímetros urbanos influencia esse tipo de ocorrência, que está se tornando cada vez mais comum. Para observar isso, basta analisar as notícias referentes a esse tipo de caso.

No ano de 2020, ocorreram casos assim na Região Sul, no estado de São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Nesse sentido, quase todos os casos se deram por influência de algum incêndio que aconteceu em matas ou propriedades privadas em zona rural.

Esse tipo de ocorrência demonstra claramente os riscos que o meio ambiente está correndo com o crescimento desenfreado das áreas urbanas, além dos impactos negativos criados por atitudes inconsequentes por parte dos seres humanos.

Na medida que esses casos crescem, da mesma forma aumentam os riscos de transmissão de doenças entre cães silvestres e domésticos. Evidentemente, isso gera impactos tanto nos seres humanos como no restante do meio ambiente.

A conscientização da sociedade tem um papel fundamental diante desse tipo de situação, principalmente porque esses riscos podem ser amenizados mediante atitudes conscientes e pensadas. Afinal, o homem é o topo da cadeia alimentar e maior agente sobre a natureza.

Se não houver uma boa conscientização da sociedade como um todo, esse tipo de situação tende a aumentar e os reflexos negativos irão, certamente, acometer a humanidade. É preciso, então, que o homem saiba viver em harmonia com a natureza e com o meio ambiente.

Caso contrário, doenças tendem a se espalhar com grande facilidade, além de ataques incomuns contra humanos e animais domésticos. Tudo isso pode ser evitado, basta que a sociedade cumpra com o seu papel através de atitudes conscientes.

Cachorro do mato ameaçado de extinção

A conservação e preservação do meio ambiente ainda é a melhor forma de proteger não só o cachorro do mato, mas também as outras espécies, incluindo o Homo sapiens. O homem faz parte da natureza e ter consciência disso é fundamental.

Sempre que algum pequeno bando de cachorro do mato aparece na zona urbana, isso deve ser entendido pela sociedade como um pedido de socorro por parte desses animais e da natureza. Por isso, é necessário tomar atitudes preventivas.

Além de seguir as instruções que foram descritas anteriormente sobre como reagir em casos assim, é de suma importância que o homem evite ao máximo causar queimadas e desmatamento. Evitando tais atitudes, a natureza consegue se renovar e organizar os ecossistemas.

Entretanto, quando a humanidade age inconsequentemente causando grandes desmatamentos e queimadas, ela mesma força os animais silvestres a procurarem um novo habitat. Isso é a maior causa da disseminação de doenças e até de epidemias.

Muito embora pareça que isso não gere resultados, o simples fato de evitar uma queimada já protege os animais que habitam aquela determinada mata, fazendo com que eles sigam suas vidas normalmente, em seus habitats e sem forçar contato com a sociedade humana.

O cachorro do mato pode acabar correndo risco de extinção nos próximos anos, assim como o cachorro vinagre, caso a humanidade não mude essa postura inconsequente. Agindo de maneira consciente, evita-se que muitos problemas sejam gerados.

Em suma, o cachorro do mato é um animal que, apesar das dificuldades, ainda não corre risco de extinção. Cabe ao ser humano tomar consciência e ajudar na preservação desse e de outros diversos animais, protegendo a própria humanidade através disso.

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