A suinocultura é um dos ramos mais lucrativos da pecuária. A carne suína é, hoje, a mais consumida em todo o mundo, e o Brasil vem se consolidando como um dos maiores produtores globais dessa proteína. Com isso, é fácil concluir que a suinocultura tem uma grande importância econômica e social.
Além de sua criação ser vantajosa, os resquícios da suinocultura melhoram e fertilizam o território. A alimentação dos porcos e o seu bem-estar no dia a dia são itens de extrema importância para a saúde dos animais. Por isso, deve ser organizada e cuidadosa, incluindo rações de qualidade e que garantam uma dieta balanceada.
- O que é suinocultura?
- Como iniciar uma criação de suínos?
- História da suinocultura
- Doenças suínas
- Principais doenças da suinocultura
- Disinteria suína
- Parvovirose
- Dermatite exsudativa
- Febre suína
- Como evitar as doenças suínas?
- Alimentação para suínos
- Quais as melhores raças para suinocultura?
- Landrace
- Large white
- Duroc
- Pietrain
- Hampshire
- Como funciona a suinocultura?
O que é suinocultura?
A suinocultura se traduz na criação de suínos, mantendo-os em territórios limitados para que recebam cuidados essenciais para a sua sobrevivência e desenvolvimento. A alimentação é estabilizada e fatores como sanidade, controle do clima, ar e ambiente devem ser verificados atentamente; e estes elementos devem ser adaptados de acordo com cada etapa da vida do animal. Esse tipo de criação necessita de mão de obra especializada para o uso das tecnologias no sistema de produção.
Como iniciar uma criação de suínos?
Para iniciar uma criação de suínos, deve-se atentar a algumas dicas:
- Aprenda sobre o processo de comercialização da carne suína
É importante saber sobre as etapas de criação, manejo, cuidados e investimentos necessários; - Organize a criação
A produção, comercialização e o transporte de suínos devem ser regularizados por órgãos fiscais, sanitários e ambientais; - Providencie as instalações adequadas
O volume da produção e a adaptação do ambiente devem ser equivalentes ao tamanho das granjas. Isso para garantir a qualidade da produção em função do bom desenvolvimento dos suínos. Além disso, tudo o que envolve a higiene do ambiente de criação do animal deve ser verificado com cuidado. É preciso certificar-se de que há conforto para o animal e a ausência de sofrimentos desnecessários em todo o processo. - Cuide da saúde de suas crias
A saúde dos suínos é de grande importância, e o acompanhamento de vacinas e prevenção de doenças para evitar problemas no bem-estar do rebanho deve ser feito com atenção e cuidado.
História da suinocultura
Os suínos chegaram na América do Norte levados por Colombo que, em uma de suas viagens, os soltou em selvas do continente. Depois de povoar a região, países como Colômbia, Peru e Equador também já notavam a presença dos suínos em seus territórios.
Os suínos chegaram até o Brasil pelas mãos de Martim Afonso de Souza, em meados de 1530. Sem dar importância às escolha e determinação de matrizes suínas na época, as criações geravam frutos de diferentes cruzamentos entre raças portuguesas.
Foi apenas no século XX que se iniciou a suinocultura, de fato. Isso porque foi quando fatores como a produção em massa passaram a ser levando em consideração. O início do uso da tecnologia na produção suína, no entanto, se deu a partir da metade do século passado. Foi quando técnicas de melhoramento genético e a produção tecnificada dos rebanhos passaram a ser postas em prática.
Ao entender o que é suinocultura, é possível ter uma noção muito maior da imensa responsabilidade que esse ramo exige dos suinocultores. Os porcos são animais que necessitam de muitos cuidados para que levem saúde aos seus consumidores através da qualidade.
Por conta de um cuidado inadequado ou a estrutura indevida para praticar a suinocultura, é muito comum encontrar doenças que atacam os porcos de maneira, muitas vezes, silenciosa e sem o suinocultor perceber. Vejamos mais detalhes, em seguida, a respeito dessas doenças e seus consequentes problemas.
Doenças suínas
Estudar o que é suinocultura é extremamente importante para saber como evitar essas doenças e entender de maneira detalhada como elas ocorrem e como contaminam o restante dos suínos. Acima de tudo, todas as doenças são ruins, a diferença é que umas possuem um índice menor de gravidade, enquanto outras possuem um índice maior.
Ainda assim, todas elas acabam prejudicando a produção e o cuidado com os animais. Dessa forma, elas acarretam uma série de problemas que não se limitam somente ao bem-estar físico, emocional e mental do animal, mas também do produtor.
Afinal, porcos doentes não apresentam a mesma qualidade do que os saudáveis. Isso faz com que seja extremamente arriscado comercializar um animal que estava contaminado, bem como mantê-lo perto de outros suínos.
O fato é que as doenças acarretam uma série de contaminações para com outros suínos ou outros animais, perda de lucro para o suinocultor, queda brusca na qualidade dos alimentos e do produto, entre outros problemas.
Principais doenças da suinocultura
Existe uma série de doenças que acometem seriamente os suínos dentro da suinocultura. A causa, de fato, pela qual elas atacam, é algo muito expansivo para dizer com exatidão. Porém, elas são vistas com grande frequência por produtores e veterinários.
Dessa maneira, saber como identificá-las é uma ótima forma de garantir que não surtam o efeito indesejado em relação aos animais e também aos processos que devem ocorrer dentro da produção dos suínos. Confira em seguida.
Disenteria suína
Causada por um microrganismo patogênico, a disenteria suína é resultado da bactéria alojada no intestino do animal. Com isso, se torna extremamente contagiosa e pode ser vista com mais frequência nos leitões que estão passando pela fase de creche e terminação.
Essa doença pode causar um aumento de 20% de custo para os produtores, já que exige tratamento adequado e minucioso. Para evitá-la e também diminuir todo o prejuízo que causa, o mais indicado é sempre manter os suínos higienizados, com alimentos saudáveis e as vacinas em dia.
Para identificá-la, seus principais sintomas são:
- Febre;
- Ração nas fezes;
- Emagrecimento;
- Abdômen encolhido;
- Sede exacerbada;
- Anorexia.
Parvovirose
Engana-se quem pensa que a parvovirose é uma doença que só afeta cães e gatos. Na verdade, essa doença afeta também os suínos e é muito difícil de ser controlada e curada. Nos suínos, é fácil de percebê-la, já que a morte embrionária é um de seus maiores sintomas. Porém, outros estão presentes. Por exemplo:
- Cio repetido;
- Abortos frequentes;
- Fetos mumificados;
- Leitegadas abaixo de 4 leitões;
- Gestação falsa;
- Leitões recém-nascidos mortos.
Essa é outra doença que custa muito caro para o bolso do produtor. Afinal, como afeta os fetos dos leitões, causa um baixo número de nascimentos e, assim, um baixo índice produtivo. Para entender como isso acontece, é porque o vírus entra na corrente sanguínea e se aloja no útero.
Para evitar o contágio, é preciso realizar o descarte dos animais contaminados, fazer a limpeza adequada de todas as instalações e objetos dos animais, vaciná-los e realizar consultas veterinárias e exames laboratoriais com frequência.
Dermatite exsudativa
Conhecida também como “eczema úmido”, essa doença atinge mais leitões lactantes e também recém-desmamados. Um dos maiores e mais característicos sintomas é a grande crosta que se forma na pele do animal.
Outro fator que a identifica é sempre o aparecimento da crosta primeiramente na pele facial e depois no restante do corpo. Além disso, a contaminação dessa doença é muito perigosa, já que exige uma atenção quase que integral para com a higiene dos locais.
Isso porque a bactéria se mostra presente em ambientes sujos e por onde os animais contaminados passaram. Entretanto, um fator que causa essa doença é o corte do rabo e a castração. O ato por si só não é o que realmente causa o problema, mas sim as feridas não cuidadas e não cicatrizadas.
Febre suína
Entender o que é suinocultura também é entender sobre a febre suína. Conhecida também como peste suína, essa doença é mais uma causada por um vírus muito potente e forte. Em geral, ele contamina os outros animais de forma muito rápida e complicada, fazendo com que seja difícil contornar a situação.
Infelizmente, essa doença não tem cura e faz com que seja necessário abater todo o rebanho contaminado. Um dos principais sintomas é a pele avermelhada ou escura, característica da hemorragia, convulsão e febre alta que o animal apresenta.
Como evitar as doenças suínas?
Uma das melhores partes de aprender o que é suinocultura é justamente entender as doenças e aprender como evitá-las. Afinal, sabendo disso, é possível privar o animal de imenso sofrimento.
Isso porque, dentro da suinocultura, é possível encontrar profissionais sérios e que sabem da importância de oferecer uma vida de qualidade para os animais.
Ademais, ao entender e saber o que é suinocultura, pode-se garantir maior qualidade de vida e evitar que os animais sejam afetados por doenças que muitas vezes são causadas por falta de higiene, por exemplo.
Um dos maiores erros das pessoas, em geral, é achar que o animal conhecido (vulgarmente) como porco é, de fato, porco, por isso não precisa de higiene e cuidado. Esse pensamento é extremamente equivocado e pode causar imensas consequências negativas para o animal e também para o produtor.
Dessa maneira, a higiene é uma das melhores formas de evitar qualquer tipo de problema e contágio para um ou todos os animais, incluindo as pessoas que os cuidam.
Logo, os agentes patológicos são, em quase 100% dos casos, evitados a partir de uma higienização adequada e uma desinfecção constante. Contudo, a alimentação também é algo que faz muita diferença nesse ponto.
Logo, a fabricação de rações de maneira correta, normas de entrada e saída de pessoas e veículos também são fundamentais para evitar que as bactérias sejam colocadas para dentro do criadouro. Outras dicas para evitar as doenças são:
- Limpeza de calhas e fossas;
- Limpeza seca;
- Uso regular de desinfetantes;
- Vazio sanitário;
- Utilização da vassoura de fogo;
- Sistema all-in all-out;
- Respeitar o número de lotação;
- Acompanhamento veterinário;
- Exames laboratoriais frequentes.
Alimentação para suínos
Uma nutrição adequada é um dos principais pilares da suinocultura. Afinal, garante boas qualidades e condições corporais favoráveis. Ademais, faz com que os animais estejam devidamente sadios e nutricionalmente em dia.
Infelizmente, até mesmo os suínos em perfeito estado de saúde podem ser contaminados com doenças. Porém, a possibilidade disso acontecer é bem menor, assim como possuem uma recuperação muito mais ágil.
Primeiramente, um erro muito comum é optar por formular rações que possuam somente milho e soja. Afinal, nesse tipo de alimento existe uma condição muito precária e pouco efetiva de nutrientes. Logo, se a intenção é entrar para suinocultura, saiba que é preciso sempre cuidar da alimentação.
Quais as melhores raças para suinocultura?
Existem inúmeras raças de suínos. Como muitos vão acasalando entre si, é comum que misturas surjam constantemente. Porém, existem algumas espécies que são comuns dentro da suinocultura. São elas:
- Landrace;
- Large White:
- Duroc;
- Pietrain;
- Hampshire.
Landrace
Uma das raças mais produzidas no Brasil é o Landrace. Entre suas principais características físicas, está a pele e a pelagem muito finas, diferente das demais raças. Ademais, os adultos podem chegar a pesar um recorde incrível de 300kg.
Ademais, para que o abate seja realizado, é importante esperar até que eles cheguem à idade ideal, ou seja, entre 6 e 7 meses de vida. Nesse ponto da vida, poderão apresentar em torno de 80kg.
Nessa espécie, poucas fêmeas vão para o abate, já que a maioria é utilizada como matriz por conta de sua grande capacidade de reprodução.
Large White
Entre as melhores vantagens do Large White para o suinocultor, sem dúvida, está o ótimo ganho de peso diário, bem como bom rendimento da carcaça. Na sua pelagem, inclusive, é possível encontrar a cor branca. Essa cor, por sinal, é muito comum nessa raça.
Contudo, as fêmeas também são utilizadas como matrizes enquanto os machos passam pelo abate. Considerada uma raça de grande porte, é comum ver os machos Large White sendo cruzados com as fêmeas Landrace.
Duroc
Sem dúvida, uma das principais características do Duroc é a possibilidade de fazer com que eles ganhem um grande peso diariamente. Quando completam aproximadamente 1 ano de vida, os machos já se encontram com 170 kg e, as fêmeas, com 225 kg.
Essa raça é muito utilizada com a finalidade de produzir banha e o tão famoso toucinho. Afinal, por conta da gordura, são os principais produtos que podem ser comercializados a partir do seu abate. Porém, essa raça é extremamente ágil e flexível, sendo suínos extremamente fortes e difíceis de alcançar.
Pietrain
Essa raça é originária da Bélgica e sua principal finalidade é também a produção de toucinho, mas principalmente de carne. De fato, a sua pelagem branca e manchas pretas se transformam em uma de suas maiores características e meios de identificar a sua espécie.
Além disso, diferente de outras raças, o seu temperamento é muito tranquilo e dócil, além de possuir uma facilidade ímpar para fecundar. Ademais, quando comparado com o Landrace e com o Duroc, a raça possui um ótimo rendimento de carcaça.
Hampshire
O Hampshire atinge níveis de tamanho assustadores para os seus criadores. Afinal, quando atinge 1 ano de idade, estima-se que a raça esteja já pesando cerca de 300 kg.
Em sua pelagem, é possível encontrar características diferenciadas. Possui pelos curtos e pretos, bem como uma faixa de pelos brancos na altura das patas da frente. Sem dúvida, essa característica torna a espécie muito fácil de ser identificada.
Além disso, a sua carcaça é uma das mais rústicas e apresenta uma boa qualidade, sendo considerada uma raça ótima para a produção de carne fresca.
Outra característica muito presente e que é vista como extremamente vantajosa para os suinocultores é o fato de gerar até 9 leitões por cada vez que fica prenha. Logo, significa um alto índice de reprodução.
Como funciona a suinocultura?
Assim como qualquer animal exige cuidados, com os suínos não é diferente. Esses animais, por mais que sejam grandes e fortes, precisam de atenção. Por conta disso, é sempre importante manter uma higiene adequada.
Como dito anteriormente, a higiene é um dos principais pilares para evitar as doenças que afetam esses animais e que costumam se espalhar rapidamente, principalmente pela informação errada de que esses animais devem viver na sujeira.
Porém, existem outros cuidados que devem sempre ser levados em conta, tais como:
- Alimentação;
- Cuidados médicos;
- Instalações;
- Espaço.
A alimentação do animal deve estar em dia e ser devidamente nutritiva. Além do mais, a água deve estar sempre limpa e presente em abundância para os animais. Em seguida, os cuidados médicos também devem ser frequentes para evitar que qualquer problema possa atrapalhar a qualidade de vida dos animais.
Os suínos gostam de descansar. Por isso, suas instalações devem ser adequadas para que eles possam ressonar e passar o tempo que desejarem. Além disso, as instalações também precisam agregar a estrutura necessária para que ocorram as cruzas, amamentações, etc.
Por fim, o espaço é algo muito importante para os suínos. Como atingem um peso considerável e um porte também robusto, é necessário ter uma estrutura que permita com que corram e se movimentem livremente.
Além disso, é importante frisar que mesmo que o local tenha um espaço adequado para suinocultura, deve-se respeitar um limite de suínos. Encher o local com os animais somente por conta do espaço pode ser prejudicial. Dessa maneira, é indicado que haja uma quantidade menor de animais, mas que eles sejam cuidados e manuseados de forma correta.