A dedaleira é uma planta que leva esse nome por lembrar o formato de um dedal, cultivada nos climas mediterrâneo, temperado e subtropical. Ela possui lindas flores, frequentemente usadas para ornamentar jardins e canteiros.
Ela é considerada, ainda, uma planta medicinal, mas é preciso muita cautela ao lidar com a dedaleira. Isso porque este vegetal é bastante tóxico, e a sua administração feita de maneira errada ou exagerada pode levar a morte no lugar de auxiliar.
- O que é dedaleira?
- Características da dedaleira
- Como plantar dedaleira
- Uso medicinal da dedaleira
- Toxicidade da digitalina
- Origem da dedaleira
- Os estágios da dedaleira
- Cultivo da dedaleira
- Multiplicação da dedaleira
- Plantas venenosas
- Produção de flores no Brasil
- Dedaleira na Holambra
O que é dedaleira?
A dedaleira, cujo nome científico é Digitalis purpurea, se trata de uma erva lenhosa originária da Europa. Essa planta pertence a família das Scrophulariacea.
Conforme citado na abertura do artigo, ela é assim chamada por possuir um formato que lembra o dedal; aquele instrumento utilizado durante a costura a fim de proteger os dedos das costureiras.
Características da dedaleira
A digitalis purpurea é uma herbácea que vive por cerca de dois anos e o seu caule caule é liso, ereto e lenhoso (ou
semi-lenhoso). Essa espécie vegetal tem porte mediano e a sua altura geralmente varia entre 90 centímetros e 1,20 metros.
Suas folhas são bastante rugosas e lembram o formato de roseta. Além disso, possuem pequenas elevações de tonalidade mais clara em seu interior.
A flor dedaleira pode se apresentar em três cores principais – branca, rosa e roxa – podendo, ainda, contar com pintas mais escuras na parte de dentro.
A espécie floresce, principalmente, entre as estações de primavera e verão. Quando suas flores murcham, você pode cortar a planta a fim de reiniciar seu ciclo.
Como plantar dedaleira?
A dedaleira é uma planta com ciclo de vida pequeno. Isso porque ele é bienal, ou seja, vive por um período de, no máximo, dois anos. Sendo assim, para que se desenvolva bem, é preciso ter alguns cuidados em relação ao seu manejo.
O primeiro passo para o desenvolvimento da árvore dedaleira é deixá-la exposta a luz solar ou, ainda, a meia sombra. O solo ideal para o seu cultivo é fértil e enriquecido com matéria orgânica.
Quanto ao clima, ela se adapta melhor em condições amenas e, por isso, é indicado para locais de clima mediterrâneo, temperado ou subtropical.
Uso medicinal da dedaleira
A planta é ainda conhecida por suas propriedades medicinais. Isso porque contém uma substância denominada digitalina em sua composição.
A digitalina é uma substância extraída de suas folhas ou de suas flores, e é destinada ao tratamento de cardiopatias como, por exemplo, insuficiência cardíaca e até mesmo casos de arritmia.
Mas apesar de ser uma planta medicinal, ela pode ser altamente tóxica quando mal administrada. Quando utilizada em altas doses ou ministrada para quem não precisa de seus efeitos, o vegetal se torna letal.
Uma curiosidade a respeito da dedaleira é que se alguma pessoa morrer em decorrência da sua toxicidade, o diagnóstico será complicado, uma vez que ela não deixa rastros no organismo. Portanto, vale ressaltar que a planta só deve ser administrada sob supervisão médica.
Uma dica é evitar plantar a dedaleira em locais de livre acesso de crianças e animais de estimação. A ingestão das substâncias tóxicas dessa variedade provoca consequências perigosas.
Tratamento de problemas cardíacos com dedaleira
As folhas da planta contêm alguns glicosídeos com efeitos potentes para o coração. Chamados de digitalina ou digoxina, esses compostos químicos são capazes de aumentar a força de contração do músculo cardíaco. Além disso, aliviam as arritmias no coração.
A digitalina é usada em especial no combate a doenças cardíacas. No entanto, vale ressaltar mais uma vez que a substância pode causar problemas graves. Se você utilizar em doses altas, provoca arritmias sem controle e bloqueios no coração, que às vezes são fatais.
A overdose de digitalina faz a visão ficar amarelada e com borrões. Os sintomas também incluem náuseas e vômitos. O ritmo cardíaco fica irregular ou lento, com menos de 60 batidas por minuto.
Nesse tempo, o coração não consegue bombear o sangue rico em oxigênio de forma razoável para o corpo. O possível início de bloqueio no órgão pode levar à parada cardíaca e, por conseguinte, a morte.
Toxicidade da digitalina
O envenenamento por digitalina ocorre em pessoas que tomam uma quantia elevadas de remédios com digoxina ou comem a dedaleira, que contém a substância. Por isso, todo cuidado é pouco sobre o lugar onde a planta será posta.
A toxicidade pode acontece de duas maneiras. Ou durante um curto período de tempo após uma dosagem alta, ou mesmo de forma gradual, no tratamento de longo prazo. Além de ajudar a bombear o fluxo de sangue no coração, a digoxina é um remédio usado para fibrilação atrial.
Os fatores de risco incluem baixo potássio, baixo magnésio e alto cálcio. Diante disso, o exame de sangue é uma parte que vira rotina durante a terapia para indicar possíveis toxinas em excesso. No entanto, os níveis para avaliar o sangue só são úteis para o diagnóstico apenas seis horas após a última dose.
Não são comuns os casos de envenenamento por digitalina. No Brasil, não há dados suficientes nos registros. Já nos Estados Unidos, os números são mais consistentes e apontam 2.500 casos relatados em 2011, com 27 mortes.
Origem da dedaleira
A descoberta do uso da dedaleira como planta medicinal aconteceu há mais de mil anos. Primeiramente na Europa, em especial na Grã-Bretanha, as pessoas utilizavam a erva dedal como expectorante para tratar tosse, ataques de epilepsia e inchaço das glândulas linfáticas. A planta também servia para limpar, secar e cicatrizar feridas.
Mas foi apenas no século 18 que a planta dedaleira foi usada na terapia de doenças cardíacas. O uso de Digitalis purpurea para problemas no coração foi descrito pela primeira vez pelo médico botânico britânico William Withering, em 1785.
O gênero Digitalis é composto por cerca de 20 espécies. As plantas são de origem da Europa e hoje podem ser vistas na América, África e Ásia.
A dedaleira, também conhecida por abeloura e erva-dedal, é nativa da Europa Ocidental, como vimos. No Brasil, a árvore dedaleira ocorre de maneira natural em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Esse tipo de árvore de pequeno para médio porte é mais comuns em florestas de altitude e no Cerrado.
A árvore dedaleira também tem sido aplicada em jardins urbanos, pois suas raízes não afetam as calçadas. A espécie também é usada para recompor matas ciliares.
Há um fato curioso sobre essa árvore. Na tradição, a madeira da deladeira é usada pelos índios guaranis para uma função vital para sobrevivência: a confecção de flechas.
Os estágios da dedaleira
No primeiro ano de vida, a Digitalis purpurea não produz a flor dedaleira. Nesse estágio, a planta parece uma roseta com longas folhas verde-escuras. Por vezes, a dedaleira é coberta por uma penugem branca e lanosa. Em botânica, roseta é a maneira disposta de certas folhas de tal maneira que formam um círculo na mesma altura.
No segundo ano de vida, a partir do centro da roseta, cresce um longo caule com grandes flores em formato de tubo. O tamanho decresce da base ao ápice. As cores da flor dedaleira são variadas: branco, rosa, roxo, amarelo e creme. Muitas vezes, as flores são manchadas com uma cor que contrasta com a do interior.
A floração da planta Digitalis dura cerca de um mês. Todavia, se o caule for cortado depois de murchar, é provável que ainda no final da estação a planta produza outra flor.
Cultivo da dedaleira
As Digitalis purpurea crescem sem problemas em qualquer posição. Isso vale tanto a pleno sol, como à sombra total. Em áreas com verões muito quentes e secos, é bom cultivar na sombra para evitar que o calor em excesso estrague a planta. Via de regra, as Digitalis purpurea crescem na sombra, mas têm melhor desempenho quando a temperatura é agradável.
Aliás, se os invernos são mais frios, é bom cobrir a roseta. A proteção pode ser feita com restos de folhas secas de outono. Como resultado, isso vai garantir a proteção do clima mais severo.
As plantas dedaleiras não precisam de muita água. Por isso, a planta deve ser regada de maneira regular só quando a temperatura é bastante alta. Também é bom ter certeza de que não há umidade demais.
A planta pode ser semeada no final do verão ou no final do inverno, em local coberto. Já o plantio das mudas pode ser feito na estação das flores.
No outono, espalhe estrume maduro no solo ao redor da planta para permitir que a dedaleira cresça melhor. Aliás, o ideal é a planta terminar de fecundar na primavera, antes que apareçam novos ramos nos caules.
As plantas dessa espécie adoram solos soltos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH pouco ácido. Como exemplo, é possível misturar areia e turfa ao solo para torná-lo mais leve e drenado. Dessa forma, é capaz de evitar o excesso de umidade, assim como a falta da água. Isso pode fazer a planta estragar.
Multiplicação da dedaleira
A multiplicação desse tipo de planta ocorre por meio da semente, que a Digitalis produz em grande escala. As Digitalis purpurea tendem a semear de forma natural de ano para ano, o que torna o cultivo perene. Isto é, a prática dura por um longo tempo.
É prudente, antes de tudo, manusear as sementes e as partes verdes da planta com especial cuidado. Como já foi dito, trata-se de uma espécie venenosa.
Essa variedade de planta é propensa a sofrer podridão nas raízes, causado pelo excesso de água e umidade. As raízes são elementos vitais para qualquer planta, pois auxiliam sua evolução através das proteínas e minerais vindos do solo.
Assim sendo, a dica é sempre conferir com cuidado se o solo garante a correta drenagem. Além disso, é bom não exceder na hora de regar a dedaleira.
Plantas venenosas
São poucas as plantas que podem matar, como a dedaleira. Todavia, muitas são capazes de provocar uma forte dor de barriga, náuseas ou confusão mental. Mesmo a mais bela flor pode ser um perigo. Nesse sentido, além da simples sensação de indisposição, há plantas que são mesmo fatais.
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Beladona
Muitas pessoas conhecem a beladona como maria-pretinha. As folhas são largas e ovaladas e chegam a 18 cm de comprimento.
O veneno da beladona está no fruto: as bagas são esferas com cerca de 1 cm de diâmetro. Primeiramente, a bagas são de cor verde, mas depois adquirem uma coloração negro brilhante quando maduras, o que lembra a jabuticaba.
Em doses estudadas, a indústria usa a beladona para tratar tosses, bronquite, úlceras e cólicas.
Os fruto são mortais, uma vez que são ingeridos. Isso vale mesmo em pequenas porções. Os sintomas mais comuns são secura da boca, retenção de urina, constipação intestinal e alucinações. Por fim, pode ocorrer a morte por parada cardíaca.
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Acónito
É uma planta com flores bem parecidas com a dedaleira, mas no acónito são de cor azul. Numa dose acima da prescrita, o veneno é capaz de matar por paralisia respiratória.
Contudo, a planta é usada no combate a doenças respiratórias com a prescrição correta. O acónito pode ser usado sobretudo para asma e tosse. Outra vantagem é no alívio de dores reumáticas e nos nervos.
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Espirradeira
A planta espirradeira é nativa de áreas do Marrocos, China e Mediterrâneo. No entanto, chegou em quase todos os continentes. Cada uma das partes da planta contém toxinas. O envenenamento acontece mesmo após o consumo mínimo desta planta.
Os sintomas típicos de envenenamento pela planta espirradeira incluem vômitos, diarreia, batimentos cardíacos irregulares, tonturas e convulsões. Apesar do seu alto nível tóxico, a indústria usa a planta para a produção de vários remédios.
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Cicuta
A cicuta é uma planta venenosa, comum no Hemisfério Norte e não há mercado regular dessa cultura aqui no Brasil. Por ser tóxica, uma pequena ingestão pode causar desconforto, enquanto a ingestão muito acima causa a morte.
É importante salientar que o veneno da cicuta é muito poderoso. O indivíduo pouco tem a fazer quando ingere a toxina.
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Gloriosa
As pessoas também conhecem a gloriosa como garras-de-tigre e lírio-trepadeira. A gloriosa é de origem da África e é da categoria das trepadeiras. Ela cresce debaixo da terra e pode chegar a medir até dois metros de altura.
Por mais que seja uma planta bela, a gloriosa é bastante venenosa. Por isso, a dica é manter sempre longe do alcance de crianças e animais. Após manuseá-las, tanto as folhas quanto as flores e sementes, o bom é sempre lavar bem as mãos.
Produção de flores no Brasil
De fato, muitas pessoas procuram a flor dedaleira para ornamentação, devido ao seu aspecto bonito e elegante. Junto a outras culturas de plantas ornamentais, o mercado de produção de flores é responsável por movimentar dezenas de bilhões de reais por ano no Brasil.
Sem dúvida, se trata de um supérfluo necessário. Existem muitas situações no nosso dia a dia em que você não tem como substituir a flor. Uma data comemorativa, um aniversário, um falecimento ou uma decoração extra. Há vários casos em que a planta não pode ser substituída.
Em suma, a floricultura é um setor muito difundido. Você pode cultivar muitas espécies. Apesar de cada uma exigir seus cuidados, nada que seja impossível.
O território nacional conta com 16,4 mil estabelecimentos que produzem flores para o comércio. O Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o responsável pela pesquisa.
O estado de São Paulo é o principal produtor e exportador de flores no Brasil. A produção paulista para exportação ronda os oito milhões de dólares. Isso representa cerca de 60% do valor total exportado pelo país.
Dedaleira na Holambra
A cidade de Holambra, a 120 quilômetros da capital paulista, é uma das principais produtoras de flores ornamentais do país e da América Latina. O pequeno município de 15 mil habitantes ganhou fama por causa de uma grande exposição de flores, a Expoflora, que acontece anualmente.
O evento acontece próximo do início da primavera, entre agosto e setembro. O número de pessoas que visitam a cidade nesse período chega a 300 mil. A festa das flores potencializou a economia do município com a criação da principal feira do setor, que movimenta 8,5 bilhões de reais a cada edição.
Só para ilustrar o quanto a cidade vive da produção de flores: 90% do PIB da cidade vem do setor. Em resumo, todo o comércio e a vida local estão ligados de forma direta ou indireta à produção dessas plantas. Só para ilustrar, Holambra conta com uma área de 397,1 hectares de plantações de flores.
O nome curioso dá pistas que se trata de uma cidade criada pela colônia holandesa. Mas o nome brasileiro não brinca apenas ao trocar a última sílaba de Holanda. A brincadeira vai além. Na verdade, Holambra é a junção das primeiras letras de Holanda, América e Brasil (ou seja, hol, am e bra).
A deladeira é uma das flores que fazem sucesso na cidade. Outro exemplo é a flor de petúnia. Decerto, essa planta dá vida aos jardins durante as estações mais quentes do ano. Seu mercado é promissor e, se você tem interesse no ramo, deve ficar de olho na planta.