Agricultura

Insumos agrícolas: o elemento chave para a produção

Insumos agrícolas: o elemento chave para a produção

Insumos agrícolas colaboram para os resultados, formação ou acabamento dos produtos finais. Assim, todos os insumos são somados no processo de criação, servindo como fator de produção ou como matéria-prima.

Os insumos agrícolas permitem a melhoria da qualidade e o aumento da produtividade. Dessa forma, a necessidade de avanço dos novos recursos tem se dado a partir das certificações de qualidade dos produtos, cada vez mais comuns no mercado global.

  1. O que são insumos agrícolas?
  2. Tipos de insumos agrícolas
  3. Importância dos insumos agrícolas
  4. Tecnologia e insumos agrícolas
  5. Agrotóxicos como insumos agrícolas
  6. Sustentabilidade e insumos agrícolas
  7. Biotecnologia e insumos agrícolas
  8. Alimentos transgênicos
  9. Verificação de insumos agrícolas
  10. Insmuos agrícolas de precisão
  11. Futuro dos insumos agrícolas
  12. Insumos agrícolas com sensores

Insumos agrícolas

O que são insumos agrícolas?

Insumos agrícolas são os elementos necessários para a produção de certo produto ou algum tipo de serviço. São compostos por defensivos agrícolas, para a moderação da pragas; fertilizantes para nutrir os solos e vegetais; e equipamentos e máquinas, para viabilizar o plantio e o cultivo.

Os produtores utilizam esses insumos de duas maneiras distintas. Ou seja, como fatores de produção e como matéria-prima. Fatores de produção consistem no capital, lucro, jornada de trabalho, máquinas e equipamentos. Já a matéria-prima representa a parte mais importante do produto. Os produtores a utilizam com outros insumos durante o processo de produção.

Tipos de insumos agrícolas

Portanto, existem três principais tipos de insumos agrícolas. São eles:

  • Insumos minerais ou químicos: são os insumos que contêm em sua composição materiais provenientes de rochas (calcário) e materiais de origem animal produzidos em laboratórios (agrotóxicos, fertilizantes, etc).
  • Insumos mecânicos: são as máquinas e equipamentos (ferramentas, tratores, pulverizadores, etc.) utilizados na produção e conservação dos produtos.
  • E os insumos biológicos: são os materiais orgânicos usados na produção agrícola, de origem animal e vegetal, como plantas, adubos, estercos, etc.

Importância dos insumos agrícolas

A importância do uso de insumos agrícolas se dá a partir do investimento na tecnologia. A tecnologia avançada no setor do agronegócio possibilita uma forma mais econômica e sustentável dos insumos.

Com isso, é possível o controle da produtividade e crescimento em alta escala; maior lucratividade com a redução do uso de água, o combate a pragas e ervas daninhas; e então, melhor qualidade do solo fértil utilizado.

Embora os produtores utilizem os insumos agrícolas em duas maneiras de produção, a agricultura orgânica e a agricultura tradicional, elas possuem particularidades e diferenças no modo de execução.

  • Agricultura tradicional: concentra-se no uso de tecnologia de adubos químicos, sintéticos e mecânicos.É um modelo de curto prazo, ou seja, prioriza a máxima produtividade animal e vegetal no menor período possível, com elevada eficiência no uso da terra.
  • Agricultura orgânica: concentra-se na utilização de diversas matérias-primas naturais para gerar produtos agrícolas. Ou seja, não utiliza produtos químicos industriais e segue um modelo de longo prazo, buscando a integração do meio rural e princípios de manejo e otimização para alcançar qualidade no produto.

Assim, as duas maneiras de produção onde os insumos agrícolas estão inseridos são importantes para o que o produtor busque a melhor alternativa para alcançar os mais altos níveis de sustentabilidade. Entretanto, o produtor deve escolher o tipo de agricultura tendo em mente o que deseja adquirir como produto final.

Portanto, o uso de insumos agrícolas é importante independente de como for utilizado. Assim, auxilia no resultado final da produção. Ou seja, isso impacta tanto o crescimento da produtividade quanto a alta qualidade do produto.

Insumos agrícolas

Tecnologia e insumos agrícolas

Agora que entendemos o que são insumos agrícolas, vamos explorar mais sobre as diversas tecnologias que melhoram a qualidade e a produtividade na agricultura.

Como já visto, o leque de tipos de insumos agrícolas é extenso e bem variado. São tecnologias agrícolas mecânicas, como as máquinas e tratores; biológicas, materiais orgânicos usados para adubação, por exemplo; minerais ou químicos, que os cientistas produzem em laboratórios.

É importante salientar que quando falamos em tecnologia, não nos referimos ao conceito high-tech, apesar dessa ideia ser bastante difundida mesmo nos campos de produção agrícola. A tecnologia vai além do simples fato de desenvolver aparelhos que distribuem informações com velocidade e realizam cálculos cada vez mais avançados.

Em resumo, qualquer tecnologia refere-se a tudo aquilo que está relacionado ao uso de técnicas e de conhecimento para aperfeiçoar ou facilitar o trabalho. Ou também com o simples fato de solucionar um problema ou executar de uma tarefa específica.

Ao longo da nossa evolução, a tecnologia sempre existiu e se confunde com a nossa história, ao mesmo tempo que abraça cada segmento das nossas vidas.

Se você falar com um biólogo, por exemplo, ele pode dizer que a tecnologia envolve a criação de ferramentas que facilitem o estudo das células e da evolução animal e vegetal. Enquanto isso, um arqueólogo pode falar sobre a evolução das ferramentas que permitem o estudo de elementos históricos.

A lista de exemplos pode seguir adiante e englobar as mais diversas áreas de evolução humana. Na agricultura, a tecnologia está diretamente ligado aos insumos agrícolas.

Agrotóxicos como insumos agrícolas

Caracterizado como um tipo de insumo agrícola, os agrotóxicos são muito utilizados nas lavouras de soja, milho, café, arroz e algodão. Da mesma forma, é empregado nas frutícolas como tomate, uva e morango.

O Brasil é o país que mais compra pesticidas no mundo. Segundo o levantamento da ONG Unearthed, organização independente financiada pelo Greenpeace, o investimento estimado é de 3,3 bilhões de dólares apenas em 2018, ano de recorte da pesquisa.

No mundo todo, o valor movimentado atinge a cifra de 4,8 bilhões de dólares, de acordo com a organização. Mais de dois terços das vendas foram feitas a países de renda média e baixa. E o Brasil é o principal mercado.

Em contrapartida, a preocupação chega ao âmbito do desenvolvimento sustentável acerca do uso, consideravelmente exagerado, de agrotóxicos na agricultura. Esse modelo de agricultura voltado para a mecanização com usos químicos tem gerado graves problemas ao meio ambiente.

Fertilizantes químicos, herbicidas e sementes geneticamente modificadas definem o padrão tecnológico do momento. Todos esses tipos de insumos agrícolas são considerados como aliados para uma produção de sucesso. À medida que o “milagre” da tecnologia acontece, anuncia-se, paralelamente, o dano ecológico.

Insumos agrícolas

Sustentabilidade e insumos agrícolas

As discussões geradas a partir da implementação de agrotóxicos no agronegócio brasileiro e seus efeitos indesejáveis apontam a necessidade de novos caminhos. O objetivo é tornar as práticas adotadas mais sustentáveis.

Conforme a definição da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), agricultura sustentável é uma atividade agrária que visa proteger e conservar os recursos naturais para atender às necessidades futuras.

Dessa forma, ainda é possível garantir a segurança alimentar através do aumento da produção e ajudar os agricultores a satisfazerem as suas aspirações socioeconômicas e culturais.

O agronegócio tem enfrentado uma nova e profunda revolução. As novas tecnologias prometem mudar cada vez mais a forma de “cultivar” ao otimizar o uso dos fatores de produção que beneficiam não só o bolso dos agricultores, mas também o meio ambiente.

A agricultura sustentável é um componente essencial da transição da economia global para uma economia verde. Em resumo, o futuro da agricultura passa necessariamente pela crescente utilização de novas tecnologias que garantam sua competitividade com respeito ao meio ambiente.

Biotecnologia e insumos agrícolas

O uso da biotecnologia pode ser verificado como um dos tipos de insumos agrícolas. Esse campo de estudo usa um conjunto de técnicas que, por sua vez, lidam com a manipulação de determinados organismos vivos a fim de modificar produtos.

O trabalho consiste na produção de sementes e plantas transgênicas que demandam poucas quantidades de agrotóxicos para se desenvolverem. Além de auxiliar na produção de insumos, a biotecnologia é fundamental na agricultura porque proporciona uma melhora na genética das plantas e ainda ajuda no processamento de alimentos transgênicos.

A aliança entre agricultura e biotecnologia torna o cultivo de plantas ainda mais satisfatório. Problemas de origem climática, doenças e pragas, por exemplo, sempre foram sinônimos de prejuízo quando se trata de produção de alimentos. Entretanto, a engenharia genética permite a criação de tecnologias capazes de reduzir as perdas e aumentar a produção nas lavouras.

Só para exemplificar, a biotecnologia em insumos agrícolas foi capaz de desenvolver espécies vegetais que são resistentes aos insetos e tolerantes aos compostos químicos utilizados para controlar o surgimento de ervas daninhas.

Dessa forma, as variedades que são geneticamente modificadas ou transgênicas promovem a melhoria das práticas cultivares, o que interfere positivamente na quantidade e também na qualidade da produtividade agrícola. Isso reforça a renda dos produtores e também favorece o crescimento econômico.

Outra curiosidade sobre o trabalho de cientistas na criação de insumos agrícolas está ligado ao desenvolvimento de plantas tolerantes à seca. À medida que as mudanças climáticas têm evoluído, a biotecnologia tem um papel importante ao produzir plantas com características complexas modificadas, cujo trabalho envolve a combinação de vários genes.

Insumos agrícolas

Alimentos transgênicos

Para o futuro, a expectativa do setor está voltada para a criação de vegetais transgênicos  com propriedades nutricionais melhoradas ou que produzam medicamentos.

Os famosos alimentos transgênicos – em latim, trans significa “além”, portanto “além dos genes” – são produtos alimentícios obtidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGM). Isso acontece graças às técnicas refinadas e poderosas feitas pela biologia moderna.

Ao contrário dos alimentos naturais, que são obtidos no campo, os transgênicos sofrem alterações nos laboratórios, o que posteriormente afeta todo o produto e a colheita. Esses tipos de alimentos foram criados pela biotecnologia, que é capaz de transferir o gene de um organismo para outro para dotá-lo de algumas qualidades específicas que normalmente não possui.

Atualmente, algumas carnes geneticamente modificadas começam a se espalhar, ainda que a maior parte dos alimentos transgênicos no momento seja de origem vegetal, como frutas, trigo e cereais.

Inicialmente, a ideia de modificar os alimentos parecia um grande truque para satisfazer o consumidor, resolver os problemas da fome no mundo e favorecer a agricultura. Entretanto, ao longo dos anos, diversos estudos indicam que esses tipos de insumos agrícolas baseados na alteração de alimentos são perigosos para a saúde.

Verificação dos insumos agrícolas

Recapitulando, vimos que vegetais geneticamente modificados são um tipo de insumo agrícola combinado com a biotecnologia. Então, vale ressaltar que, antes de ser liberado para consumo, todo alimento transgênico resultado de uma cultivação biotecnológica deve passar por uma bateria de testes.

A verificação serve para avaliar a segurança do produto ao meio ambiente, assim como para a saúde de humanos e animais.

No Brasil, a Lei de Biossegurança, publicada em 2005, tem uma exigência importante. A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) precisa avaliar e, então, aprovar os organismos geneticamente modificados.

Biossegurança é o nome dado à área de conhecimento que busca prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos sobre atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. A Anvisa é um exemplo de órgão que exerce atividades de biossegurança.

Por preservar as condições ambientais, a biossegurança é a favor do descarte e manipulação correta de elementos químicos, tóxicos e infectantes, o que diminui os riscos à saúde e possíveis acidentes, que envolvem ou não insumos agrícolas.

Esse nicho é caracterizado como um processo progressivo, que deve ser planejado, supervisionado e atualizado constantemente. Assim, é mais fácil manter sua eficiência.

Insumos agrícolas de precisão

Outro tipo de insumo agrícola é a agricultura de precisão, uma estratégia de gestão empresarial que utiliza tecnologias de informação para adquirir dados que conduzam a decisões voltadas para a produção agrícola.

O objetivo é harmonizar a gestão do solo e das culturas com as necessidades específicas. Dessa forma, contribui para a melhoria da produção, minimiza os danos ambientais e eleva os padrões de qualidade dos produtos agrícolas.

O conceito de agricultura de precisão vem sendo desenvolvido desde os primórdios da agricultura moderna. Isso aconteceu no momento em que foi realizada a divisão da terra em parcelas a fim de administrar as lavouras em relação às condições do solo. Assim, é possível avaliar os efeitos positivos da produção a cada estágio, com o objetivo de aumentar a produtividade.

A agricultura de precisão surgiu por volta dos anos 1970 com tecnologias derivadas de centros de controle nos Estados Unidos. Mas o termo só foi usado pela primeira vez em 1990 em uma oficina de Montana. Muito da economia desse estado americano vem da agricultura e pecuária.

Futuro dos insumos agrícolas

Para entender o crescente interesse pelas técnicas de agricultura de precisão, é necessário fazer algumas avaliações preliminares sobre o cenário internacional sobre a disponibilidade de alimentos para o crescente aumento populacional.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima um aumento da necessidade de produtos alimentares e necessidades alimentares de 60%. A expectativa é que a população mundial alcance os nove bilhões até 2050, de acordo com a agência da ONU.

Em contrapartida, a área cultivada globalmente aumentará de forma insignificante. Além disso, uma classe média em crescimento, especialmente nas economias emergentes, exigirá cada vez mais uma dieta variada. Ao mesmo tempo, os consumidores exigirão produtos de melhor qualidade e mais saudáveis ​​em relação ao aumento da consciência alimentar.

A necessidade de melhorar a produtividade, a competitividade e o desempenho ambiental não diz respeito apenas aos aspectos econômicos.

Com cerca de 805 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de desnutrição crônica, a maioria vivendo em países em desenvolvimento, certamente o agronegócio tem a obrigação moral de otimizar a produção agrícola e fortalecer a produção, fazendo isso da maneira tão sustentável quanto possível.

Insumos agrícolas

Consciência alimentar

A demanda por alimentos saudáveis ​​e de nutrição ideal constitui um dos maiores desafios futuros em todo o mundo. O novo desafio para a agricultura será, portanto, produzir mais de forma sustentável. Um desafio que pressupõe um conceito chave para a agricultura: a inovação.

A agricultura de precisão é a ferramenta que permite atingir plenamente o conceito de intensificação sustentável da produção agrícola. Embora esteja disponível há cerca de 20 anos, infelizmente tem dificuldade para se espalhar, porque os agricultores muitas vezes não são capazes de compreender seus reais benefícios.

Aumentar a sustentabilidade do modelo agrícola por meio da inovação é um dos desafios mais importantes no futuro próximo. Isso permite que o Brasil aumente a produção agrícola de qualidade e ao mesmo tempo proteja o meio ambiente.

O uso de novas tecnologias contribui para a obtenção de uma série de benefícios econômicos decorrentes da otimização dos insumos, bem como da redução da pressão exercida pelos sistemas agrícolas sobre o meio ambiente.

Insumos agrícolas com sensores

A precisão introduzida pelas tecnologias permite uma distribuição orientada dos principais fatores de produção.

Em suma, os produtores só utilizam água, fertilizantes e pesticidas onde necessários e na quantidade correspondente às necessidades reais da cultura em curso. Além disso, o uso de sensores também permite o monitoramento em tempo real do estado de saúde das culturas.

As ferramentas certas presentes na agricultura de precisão possibilitam obter dados sobre as plantações subdividida em áreas menores. As informações geradas contribuem para que haja menos perdas na agricultura. Quanto mais frações do estabelecimento rural, mais útil será tal informação.

As tecnologias da agricultura de precisão são capazes de fornecer informações relativas a irrigação, propriedades do solo ou necessidade de aplicar defensivos. Alguns fatores importantes:

  • GPS: responsável por reunir dados referentes a longitude e latitude de uma propriedade agrícola, de modo que as informações acerca do local viabilizam que o agricultor possa intervir a fim de resolver os problemas identificados;
  • GIS: softwares que gerenciam dados geográficos. Essa ferramenta é versátil pois conta com mapas e diferentes bases de dados;
  • Sistema de mapeamento de colheita: os produtores utilizam para coletar informações acerca da produtividade. O sistema é responsável por armazenar dados mapeados durante a colheita;
  • Sensores remotos: essa técnica pode utilizar tanto drones como satélites para obter dados sobre a produção. É um recurso valioso para a agricultura de precisão;
  • Sensores de solo: fornecem dados de composição do solo, como nitrogênio, compactação e salinidade. No entanto, essa tecnologia não identifica a taxa de pH, assim como a quantidade de potássio e fósforo.

Apesar da importância, a agricultura de precisão como insumos agrícolas está em estágio inicial no Brasil. Ainda em fase de aprimoramento, a ampliação dessas tecnologias favorece o negócio agrícola nacional por meio da otimização dos investimentos de recursos em cada produção.

ACESSO RÁPIDO
    Carlos Eduardo Carvalho
    Carlos Eduardo Carvalho é formado engenheiro agrônomo, e atua como especialista em pecuária leiteira e pecuária de corte.

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