Pecuária

Raças de porco: produção brasileira é destaque na suinocultura

Raças de porco: produção brasileira é destaque na suinocultura

A exportação das raças de porco criadas no Brasil teve saltos significativos nos últimos anos. Isso, de acordo com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO. Parte da razão disso pode ser creditada à grande competitividade no setor da suinocultura, que é um dos que mais crescem no país e no mundo.

As cifras e o mercado das raças de porco do Brasil, ainda de acordo com a organização, tem crescido gradativamente há pelo menos 25 anos. Em meados de 1997 o Brasil ocupava a oitava posição no mercado de exportadores do setor e, em 2008, alcançou a quarta posição, se consolidando como um dos maiores exportadores de suínos de todo o globo. Com isso o Brasil passou a aumentar o número de raças suínas criadas na pecuária; iniciativa vista com bons olhos pelo mercado, que passou a negociar com um número considerável de países.

  1. Principais raças de suínos
  2. Landrace
  3. Larga White
  4. Duroc Jersey
  5. Canastrão
  6. Caruncho
  7. Qual a melhor raça de porco para corte?
  8. Suinocultura no Brasil
  9. Números da suinocultura no Brasil
  10. Exportação de carne suína
  11. História da suinocultura
  12. Quais são os ancestrais do porco?
  13. Mudança de comportamento e o mercado da suinocultura
  14. Fama dos porcos
  15. Hábitos dos suínos
  16. Raças de porco no Brasil
  17. Criação de porcos

Raças de porco

Principais raças de suínos

Destacando origens e particularidades diferentes, algumas das principais raças suínas conhecidas na atualidade são:

  • Landrace

A raça de origem dinamarquesa é uma das mais importantes de todo o mercado dos suínos de corte, uma vez que o animal já foi utilizada para testes, com a tentativa de formar novos grupos.

Antes de se estabelecer no Brasil como um dos principais reprodutores, essa raça passou por outros países da América do Sul e foi vista com bons olhos pelos fazendeiros que o comprava.

  • Larga White

Animal bastante utilizado para cruzamentos. Além disso, o larga white tem origem inglesa e foi introduzido ao Brasil durante 1950 – tornando-se uma das raças mais populares do país.

Mesmo com grande popularização atual, a raça demorou a ser introduzida no país. Sua propagação só aconteceu por conta de características que apresentam vantagem em relação a outros suínos, como a precocidade reprodutiva e o alto ganho de peso.

  • Duroc Jersey

Esta raça de suíno de corte teve origem nos Estados Unidos em meados do século XIX. Atualmente, com o alta demanda de exportação, se tornaram importantes o cruzamento e a criação de outras raças. Isso, tendo em vista a possibilidade de negociações futuras.

  • Canastrão

O canastrão é uma das raças mais singulares do mercado da suinocultura. Isso porque é resultado da mistura entre dois animais diferentes e não duas raças. Além do suíno que o gerou, o animal também surgiu do Javali.

  • Caruncho

O caruncho é uma raça que perdeu popularidade no mercado da suinocultura por conta do seu alto teor de gordura. Além disso, é muito pequena em relação às demais, fator de suma importância na hora de fechar negociações.

Qual a melhor raça de porco para corte?

Embora haja uma variedade grande de opções de raças suínas, as espécies consideradas entre as melhores para o corte são, atualmente: Landrace, Large White, Duroc, Pietrain e Hempshire.

Suinocultura no Brasil

Em um mercado tão amplo quanto ao da suinocultura, o Brasil é o único país da América do Sul a encabeçar a lista dos maiores produtores de suínos de corte. Isso por conta do crescimento notável que aconteceu no país desde 1997.

Durante os últimos anos o Brasil tem buscado evoluir e se consolidar no mercado de exportação das raças de porco. Dessa forma, se espera que nos próximos anos o país cresça economicamente e possa desenvolver ainda mais áreas do agronegócio.

Raças de porco

Números da suinocultura no Brasil

O Brasil é o 4º maior mercado produtor de carne suína no mundo, ficando apenas atrás de China, União Europeia e Estados Unidos. De acordo com dados de 2017, conforme divulgado pelo relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção total de carne suína no Brasil foi de 3,758.000 toneladas.

Sem dúvida, a região Sul se destaca na produção de carne suína, pois representou quase 70% do abate de suínos. Número bem acima do segundo colocado, a região sudeste, com pouco mais de 16%.

Em seguida no ranking de maiores criadores de raças de porco, aparece a região Centro-Oeste, com 14,53%. As demais regiões representam apenas 0,52% do total de abates no Brasil.

Separado por estados, Santa Catarina ocupa a liderança da produção de carne suína sendo responsável por 28,38% do total gerado no país. Paraná vem logo abaixo, com 21,01%. Completando o pódio e confirmando a proeminência do sul do país quanto à criação de raças de porco, o Rio Grande do Sul aparece com 19,53%.

O primeiro estado representante da região sudeste nesse ranking é Minas Gerais com 11,03%. São Paulo, o maior centro comercial do país, aparece apenas na 6ª posição com 5% do total geral.

Exportação de carne suína

O Brasil não só ocupa o posto de um dos principais produtores de carne suína do mundo, como é reconhecido internacionalmente pela qualidade do produto.

O que não é pouco, se considerarmos que algumas de nossas indústrias atendem mercados exigentes como Coreia do Sul e Japão.

Segundo dados da ABPA, o Brasil exporta cerca de 18,5% da sua produção total de carnes suína.

Também nesse segmento, o país marca presença relevante no ranking mundial, reprisando a 4ª colocação. Seus números chegam a 697 mil toneladas, abaixo de Canadá (1,324.000), Estados Unidos (2.555.000) e União Europeia (2.857.000).

No entanto, consegue ficar acima da China que certamente costuma mais importar do que exportar, pois sua demanda interna é gigantesca.

É o país mais populoso do planeta, com mais de 1 bilhão de habitantes, apesar da imposição, já de décadas, de restrições quanto ao número de filhos.

Os principais produtos exportados são os cortes de carne in natura que representam mais de 80% das exportações.

Outros produtos como miúdos, carcaça, embutidos, gorduras, couros e pele compõem a balança final. Assim, representam quase 30% do total gerado no país.

Geralmente, os mercados mais sofisticados é que costumam pagar os melhores preços, valor de kg mais caro – e isso tanto internamente como externamente.

Para tanto, exigem controle sanitário pleno e a adoção de processos de alto padrão de qualidade para que sejam aplicados em todos os elos da chamada cadeia de produção de carne suína.

Não à toa, as indústrias da carne estão investindo cada vez mais pesado no desenvolvimento de processos eficazes de rastreamento para atender a demanda e deixar clara a qualidade dos controles empregados.

Raças de porco

História da suinocultura

É fato consumado que a carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no planeta, muito devido à sua versatilidade.

Ela faz parte de diversas receitas e combina com uma quantidade inesgotável de ingredientes que formam um mundo de sabores incríveis.

Mas como foi o começo dessa relação de carne de porco com a cozinha? Quando teve início a criação de raças de porco com objetivo de venda para reforçar a mesa das pessoas mundo afora?

Há registros que permitem afirmar que os porcos foram os primeiros animais a serem domesticados pelo homem. Há divergências sobre o início da domesticação do porco, entretanto.

Algumas datam apontam que a domesticação iniciou por volta de 9 mil a.C., porém outros afirmam 6 mil a.C. ou até 5 mil a.C.

Ocorre que essa confusão se dá por questões geográficas. A primeira estimativa se baseia em registros arqueológicos do porco doméstico, datados de 9 mil a.C., encontrado na Turquia e na Grécia.

China e Egito foram os locais em que se encontrou os registros arqueológicos há 6 mil a.C. Já os registros de 5 mil a.C. estão relacionados à Europa Central.

Ou seja, essas informações indicam que o começo de tudo ocorreu há pelo menos 9 milênios e que a expansão dessa cultura se deu quando chegou à China e ao Egito cerca de 3 milênios depois.

A popularização e produção em larga escala, no entanto, teria iniciado na Europa da Idade da Pedra, ou Período Neolítico.

Foi nesse período que a agricultura e a prática de criação de animais, como raças de porco, passaram a ser conhecida pelo homem.

Flexível e onívoro

Muito provavelmente um dos motivos para a aproximação com o animal ter ocorrido de forma precoce e bem-sucedida tenha sido o fato do porco ser um animal de natureza flexível.

Certamente, sua dieta onívora deve também ter contribuído, pois a alimentação tornou-se mais prática e menos onerosa uma vez que passou a ser sustentada por uma ampla oferta de alimentos.

Considerando que uma das primeiras áreas de domínio do homem e uma das responsáveis pelo seu desenvolvimento em sociedade tenha sido a agricultura, trata-se de uma característica muito vantajosa.

Vale lembrar que a cozinha não é o único lugar onde é possível utilizar a carne de porco. Sua pele, por exemplo, era usada para ser uma espécie de agasalho, manta, e seus ossos não raramente eram utilizados como ferramentas. Seus pelos ainda também serviam para produção de escovas.

Domesticação voluntária

O começo sempre é mais complicado para a criação de espécies que até então viviam soltas nas florestas e se viravam para caçar seus próprios alimentos.

Os porcos eram caçados e trancafiados em determinados lugares para servirem de alimento ou moeda de troca entre os primeiros criadores.

Com o passar do tempo, recebendo comida e proteção dos predadores naturais, os porcos selvagens passaram a circundar as casas dos homens e posteriormente os chiqueiros à procura de alimento e proteção.

Deu-se início a um vínculo forte e duradouro entre essa espécie e o homem, vínculo que veio a causar transformações morfológicas nos suínos com o passar do tempo.

A grande diferença do porco dos primeiros tempos para o atual é que o primeiro tinha a parte anterior do corpo mais desenvolvida e rica do que a posterior. É o oposto do porco de hoje.

Raças de porco

Quais são os ancestrais do porco?

E falando em porcos selvagens, quais são as espécies consideradas ancestrais desse animal?

A origem das raças de porco está associada ao javali, ou melhor, três tipos de javali:

  • Sus scrofa vittatus: espécie que se originou na Indonésia, China e Japão;
  • Sus scrofa scrofa: origina-se do norte da África e da Europa;
  • O Sus scrofa cristatus: sua origem é indiana.

Além dessas três espécies, há uma quarta que se trata de uma intermediária entre as duas primeiras espécies: a Sus scrofa mediterraneus.

Pinturas encontradas nas grutas de Altamira (Espanha) mostram que o javali já marcava presença na Europa e já era conhecido há 15 mil anos.

Mudança de comportamento e o mercado da suinocultura

Nos primórdios, com a relação estreita de homem e animal em alta, explodiu o consumo de gordura animal. Essa demanda só veio a diminuir com a ascensão da oferta de óleos vegetais.

Contribuiu também para a queda desse consumo a maior preocupação da população em uma alimentação mais saudável.

Tal desejo e necessidade fizeram o mercado de suinocultura se mover e pensar em soluções na criação de raças de porco para atender as exigências dos consumidores.

Foi a ocasião da introdução de mudanças no modo de criar e de estudos e melhoramentos genéticos. Tais melhoramentos resultaram no suíno como conhecemos hoje e que domina o mercado. Ele é resultado de cruzamento de raças puras com devido manejo genético.

Sem dúvida, esses cruzamentos propiciaram diversas alterações morfológicas e fisiológicas que visaram atingir algumas das características desejadas pelos produtores.

Esse manejo genético, além de ter colaborado para gerar carne que melhor atenda as preferências do público, também contribuiu para gerar maior economia e produtividade.

Fama dos porcos

Certamente porcos não gozam de boa fama, apesar da suculência e sabor de suas carnes serem populares.

É bem verdade que alguns hábitos dos suínos provocam repulsa e o local que vivem não é nada convidativo (embora seja um engano pensar que porcos devem viver na sujeira). Mas como se isso já não fosse o bastante para causar má impressão, soma-se também componente religioso nada favorável a essa espécie de animal.

Na Bíblia, todas as passagens que citam o porco não são nem um pouco elogiosas. No terceiro livro do Velho Testamento, são listados os mandamentos para o homem preservar a sua pureza.

Entre esses mandamentos, encontra-se a recomendação de não se consumir animais considerados impuro. O porco integra a lista.

O Novo Testamento também faz a caveira dos porcos ao criar várias associações com figuras ou atitudes profanas.

Uma das passagens mais famosas e que virou dito popular é “Não deem aos cães coisas santas, nem deites vossas pérolas aos porcos”. Atualmente se usa uma expressão mais sucinta: “Não dê pérolas aos porcos”.

Outra passagem famosa no Novo Testamento com associação negativa aos porcos é a de 2º Pe 2,2.

Na segunda epístola de um dos apóstolos mais conhecidos de Cristo, ele compara o animal com aqueles que insistem em permanecer em pecado, portanto, são imundos.

Para completar, temos a passagem não menos impactante em que Jesus expulsa uma legião de demônios do corpo de uma pessoa para os corpos de suínos que passavam próximo ao local. Ou seja, para seres imundos, animais imundos.

Queda da rejeição

Por muitos anos (séculos, na verdade), o consumo desse tipo de carne foi um tabu – ao menos nos países com forte presença do cristianismo.

Mas com o avançar do tempo, a integração com diferentes povos e o avanço da ciência seguido por mudanças culturais, desmistificou-se muito a questão do consumo de carne suína.

No Brasil, o consumo de carne de porco se popularizou com a feijoada, por muito tempo apontada como de criação de escravos na senzala.

No entanto, a feijoada tradicional brasileira nada mais é do que uma variação de cozido de origem europeia e que tem como berço a cidade do Rio de Janeiro.

Já no século XX, a feijoada era tratada como um símbolo nacional de miscigenação racial, pois em suas origens unia portugueses, indígenas e africanos.

Raças de porco

Hábitos dos suínos

Mas por que os porcos cultivam determinados hábitos? Por exemplo, por que fazem questão de tomarem um banho de lama? Será que curtem mesmo a sujeira?

Esse pensamento era natural antigamente, quando não havia muita informação sobre o comportamento dos animais.

Entretanto, hoje já é possível, apesar da maioria ainda ser ignorante quanto ao assunto, ter melhor compreensão das causas que levam os porcos a ter e manter determinados hábitos.

Descobriu-se com o avançar da ciência, por exemplo, que os banhos de lama são importantíssimos para qualquer das raças de porco. A lama ajuda a assegurar a regulação térmica do organismo.

Além disso, os banhos de lama são importantes para as relações sociais do animal. A persistência de odores determinados ajuda a criar limites territoriais e sexuais.

Raças de porco no Brasil

Como deve ter percebido acima, os porcos não são originários da fauna brasileira. As raças de porcos brasileiros são descendentes das espécies que foram introduzidas no Brasil a partir do século XVI.

No entanto, algumas das raças de porco que se formaram no país já foram extintas e substituídas por raças estrangeiras que demonstraram melhor desempenho.

Mesmo assim, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia catalogou esses tipos junto às espécies que ainda existem em nossas terras.

Algumas dessas raças:

  • Canastrinho;
  • Macau;
  • Canastrão;
  • Canastra;
  • Cabano;
  • Meia perna;
  • Zambuba;
  • Tatu Canastra;
  • Caruncho malhardo;
  • Casco de burro;
  • Piau de Uberaba;
  • Piau de São Carlos.

Criação de porcos

Sem dúvida, o estado de Santa Catarina se destaca no Brasil quando o assunto é a criação de porcos. Isso porque essa prática faz parte da formação histórica do Estado.

Colonizada por imigrantes vindos diretamente da Itália e Alemanha, a suinocultura logo passou a fazer parte das atividades da região e a crescer.

Além disso, favoreceu também a região montanhosa e a boa oferta de terras produtivas para criar não só esse, mas também diferentes tipos de animais.

Hoje, Santa Catarina é responsável pela maior vara do Brasil, contabilizando mais de 5 milhões de animais de diferentes raças de porco.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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