Agricultura

Drupa é um fruto carnoso que possui caroço como semente

Drupa é um fruto carnoso que possui caroço como semente

Uma fruta drupa é carnosa, tem polpa uniforme e suculenta, e apenas um caroço ou semente em seu interior. Os frutos drupa são bastante comuns e consumidos diariamente. Saborosos, alguns podem ter o caroço bastante aderido à polpa: é o caso da manga, por exemplo.

Além da fruta drupa, outros tipos ainda são encontrados na natureza, como os frutos pomo ou secos. Apesar de cada um deles possuir características distintas, uma das principais funções do fruto é oferecer proteção à semente e auxiliar na perpetuação das plantas.

  1. O que é drupa?
  2. O que é um fruto?
  3. Exemplos de fruta drupa
  4. Qual a diferença entre drupa e baga?
  5. Diferença entre frutos carnosos e secos
  6. Qual o significado de drupa?
  7. Estrutura da drupa
  8. Como plantar drupas?
  9. Tipos de drupa
  10. Drupas na economia
  11. Importância das drupas

Drupa

O que é drupa?

Drupa é a definição para frutos carnosos que possuem um caroço em seu interior, como uma semente. Em alguns momentos, este caroço está tão aderido ao corpo do fruto que só é possível retirá-lo de forma mecânica.

Assim, por ser carnoso, ele não é dividido em gomos (como a laranja, ou tangerina). Uma das características deste fruto é que ele apresenta o pericarpo, ou seja, a parede do ovário maduro, suculenta.

Geralmente a fruta drupa possui uma casca fina e sua polpa é uniforme.

O que é um fruto?

O fruto se desenvolve nas plantas após a fecundação. Muitos são comestíveis e são consumidos, portanto, por humanos e animais. Entretanto, a principal função do fruto, antes mesmo da alimentação, é auxiliar no desenvolvimento e proliferação das plantas.

Os frutos protegem as sementes que estão em desenvolvimento. Além disso, alguns deles auxiliam na dispersão das sementes. São, então, co-responsáveis pela propagação e perpetuação da espécie.

Exemplos de fruta drupa

A fruta drupa pode ser encontrada facilmente na natureza. Alguns exemplos são:

  • Pêssego
  • Cereja
  • Azeitona
  • Coco
  • Manga
  • Ameixa

Qual a diferença entre drupa e baga?

Tanto a drupa quando a baga fazem parte da família dos frutos carnosos. Entretanto, a principal diferença entre os dois tipos é na constituição de suas sementes. Enquanto a drupa possui apenas um caroço, a baga pode exibir muitas sementes.

A baga, portanto, apresenta tanto o endocarpo quando o mesocarpo carnosos. Apenas um fruto pode possuir diversas sementes. Alguns exemplos com esta característica são:

  • Mamão
  • Goiaba
  • Jabuticaba
  • Tomate
  • Uva

Além destes dois tipos vale reforçar, ainda, que existem os frutos pomo. Ele pode ser considerado, então, um pseudofruto composto do carpelo. A parte carnosa do pomo é gerada de um pseudotecido, ele também chamado de fruto  acessório. Alguns exemplos são:

  • Maçã
  • Pera
  • Marmelo

Drupa

Diferença entre frutos carnosos e secos

Ao contrário dos frutos carnosos, o fruto seco apresenta pericarpo pouco desenvolvido e com pouca água. Então, como o próprio nome já diz, são mais secos e podem se abrir espontaneamente quando maduros.

Este tipo de fruto pode ser classificado de duas formas:

  • Deiscentes: quando chegam na maturidade, os frutos se abrem e expõem a semente. Como exemplo, o ipê e a papoula.
  • Indeiscentes: a maturidade pode ser alcançada, contudo, este tipo de fruto não é liberado sozinho. É o caso da flor dente-de-leão, milho e noz moscada.

Se um fruto drupa é carnoso e suculento, os frutos secos são, portanto, o contrário. Alguns exemplos podem ser encontrados na família dos grãos, como: feijão, ervilha, soja, arroz e castanha-do-pará.

Qual é o significado de drupa?

Conforme foi citado anteriormente, os frutos carnosos são classificados em drupa e baga. Sabendo disso, fica fácil perceber que a principal diferença entre esses dois tipos é justamente a semente. A drupa possui uma única semente, já a baga possui diversas sementes dispersas.

Para fixar bem o entendimento sobre o que é drupa, basta observar que esse tipo de fruto geralmente possui uma semente única, em forma de caroço. Dessa forma, esse caroço que protege a semente é chamado de endocarpo.

Em outras palavras, no caso das drupas, o endocarpo pode ser comparado a um “escudo”, apresentando aparência lenhosa. No caso do coco, que também é uma drupa, o endocarpo é a casca dura, sendo que a verdadeira casca é a palha que encobre o fruto.

Dessa forma, é correto afirmar que um fruto drupa apresenta sempre um caroço duro. Esse caroço protege uma única semente contida em seu interior. O significado de drupa se baseia nisso: um fruto carnoso com um caroço rígido.

Estrutura da drupa

Sabendo que os frutos, em suma, são o ovário de uma flor, é correto afirmar que a principal função deles é garantir que novas plantas sejam geradas. As drupas, assim como todos os frutos, possuem praticamente três partes: epicarpo, mesocarpo e endocarpo.

Essas três partes citadas acima compõem o pericarpo, que ao lado da semente constitui um fruto por completo. Nesse sentido, falando sobre drupas, o epicarpo corresponde à casca, o mesocarpo corresponde à parte comestível e o endocarpo é o caroço.

Falando agora de um pêssego, o caroço é o endocarpo, onde está abrigada a semente do fruto. O mesocarpo é a parte comestível e suculenta do pêssego, e o epicarpo é a pele. Desse modo, é correto afirmar que, na maioria das drupas, o epicarpo é fino.

Conhecendo essa estrutura, fica fácil entender quais as partes e funções de uma drupa fruto. Além disso, vale salientar que as drupas possuem, na maioria das vezes, apenas uma semente. Porém, existem algumas que podem ter mais sementes no endocarpo.

Portanto, é correto afirmar que as drupas possuem, na maior parte dos frutos, uma grande quantidade de matéria comestível no seu mesocarpo.

Drupa

Como plantar drupas?

Sabendo que a drupa fruto possui uma semente no seu caroço, geralmente as pessoas acabam tendo dúvidas sobre como fazer esse tipo de pomar florescer e gerar frutos. Por isso, vale acompanhar essa abordagem que faremos a seguir.

Normalmente, para plantar pomares de pêssegos, ameixas ou abacates, os produtores adquirem mudas já germinadas e isso facilita muito o processo. No entanto, é possível fazer o plantio de um pé de drupas diretamente com o caroço.

Para isso, é preciso seguir um procedimento especial que ensinaremos aqui. Basta observar locais onde existem pés de drupas: quase nunca existem brotos de novas plantas, por mais que os frutos maduros caiam sobre a terra.

Portanto, preste atenção no método que descreveremos, caso deseje plantar as suas próprias drupas a partir do caroço. Inicialmente, é preciso remover o caroço do fruto, limpando-o bem, a fim de remover qualquer resíduo da parte comestível.

Depois disso, é necessário abrir o caroço cuidadosamente. Nesse sentido, pode ser útil usar uma faca, preferencialmente encaixando-a na parte que possa estar se abrindo naturalmente, para então forçá-la até abrir completamente.

É preciso tomar cuidado ao manusear os caroços, visto que algumas drupas possuem cianeto em seus interiores. O cianeto é uma substância tóxica para humanos e animais, por isso é preciso evitar o contato e lavar as mãos após o trabalho. O uso de luvas também é indicado.

Vale lembrar que o caroço precisa estar completamente limpo e seco, podendo inclusive ser lavado com água e sabão neutro. Dessa forma, garante-se que não se formem micro-organismos que podem prejudicar a germinação da planta.

Outro fator de igual importância é fazer esse processo com mais de um caroço. Isso aumenta as chances de êxito do processo, visto que é comum que algumas sementes não consigam germinar com sucesso.

  • Preparando a germinação

Depois de ter higienizado corretamente os caroços, é necessário abri-los, conforme mencionado anteriormente. Após isso, é necessário colocar o caroço em um saco plástico. Vale lembrar que cada caroço aberto precisa ser separado individualmente, ou seja, cada peça em um saquinho.

Após a separação em saquinhos plásticos, é necessário manter os caroços de alguns frutos sob refrigeração por um período de oito semanas. Assim sendo, cada caroço precisa ser envolto em um papel toalha úmido a fim de simular o frio do inverno.

Vale analisar bem quais as condições particulares do tipo de drupa fruto que se estará realizando a germinação. Pêssegos geralmente exigem a geladeira, já as ameixas podem se adaptar mais facilmente ao calor.

No entanto, caso a germinação seja preparada em uma região fria, principalmente em estações como outono ou inverno, talvez não seja necessário utilizar a geladeira. Em um período médio de oito semanas, as sementes começarão a brotar.

Desse modo, vale acompanhar periodicamente esse processo de germinação e, assim que surgirem os primeiros brotos, deve-se retirar da geladeira e dos sacos plásticos. Depois disso, basta colocar os pequenos brotos em vasos com terra, plantando-os a uma profundidade de 10 cm.

Evidentemente, a terra utilizada nesses vasos precisa ser uma terra boa, preferencialmente misturada com alguma terra para plantio em vasos. Depois disso, deve-se então deixar que os brotos cresçam por um período médio de um a dois meses, de acordo com o desenvolvimento da planta.

Ainda nos vasos, deixe as plantas por, pelo menos, uma hora diária em locais abertos a fim de absorver luz solar. Proteja-as de geadas e chuvas. Logo que os pequenos brotos alcançarem uma certa rigidez no caule, já é possível replantá-los nos seus locais definitivos.

  • Plantando no local definitivo

Assim que as plantas tiverem adquirido uma boa rigidez, é a hora de plantá-las em seus locais definitivos. Escolha um bom local para o plantio, onde a árvore possa receber uma certa quantidade de luz solar, mas que não fique totalmente exposta.

Para que isso seja bem conduzido, vale analisar bem qual o tipo de drupa que se está plantando, observando quais as condições mais indicadas para ela. Além disso, não se deve plantar a árvore diretamente em condições extremas, como geadas e frio intenso.

Seguindo esse método, é possível plantar grande parte dos tipos de drupa fruto. Como vimos, pêssegos exigem climas mais frios e, nesses casos, a geladeira é indicada. Já as ameixas se adaptam bem ao calor e, para germinar uma semente de ameixa, não é necessário usar resfriamento.

Depois que a árvore estiver bem adaptada ao local, com o passar dos anos, é necessário que podas periódicas sejam realizadas. Por isso, é importante conhecer bem as indicações para o tipo de fruto que se plantou, a fim de tomar os cuidados indicados.

Sabendo da dificuldade que existe em fazer os caroços de drupas germinarem e darem origens às árvores, seguir esse método aqui descrito é de grande ajuda. Dessa forma, é possível plantar qualquer tipo de drupa a partir da própria semente do fruto.

Dependendo do tipo de drupa plantada, em uma média de cinco anos já será possível colher os frutos da árvore, consumindo-os sem necessidade de comprar. Sem dúvida, esse ponto torna ainda mais interessante realizar o plantio residencial dessas plantas.

Drupa

Tipos de drupa

Sabendo bem quais são os tipos de drupa fruto, é possível perceber que esse tipo de pomar possui uma grande importância na economia nacional, sendo responsável por girar uma boa parte do capital empregado na produção de pomares.

Nesse sentido, é correto afirmar que a grande parte dos produtores se dedica ao cultivo de drupas. Por exemplo, podemos citar o caso do Rio Grande do Sul, que é o maior produtor de pêssegos no mercado nacional.

A maior parte dessa produção se concentra na Serra Gaúcha, onde no ano de 2017 se produziu cerca de 65 mil toneladas de pêssegos. A incidência de chuvas de granizo nos anos seguintes acabou diminuindo a quantidade de produção e, desse modo, aumentando os preços.

No ano de 2018, a produção caiu para 49 mil toneladas e, em 2019, para 37 mil toneladas. Evidentemente, os impactos na economia foram negativos, levando em consideração que o preço de venda (produtor) deu um salto de R$ 1,50 para R$ 3,00 o kg (de 2017 para 2019, respectivamente).

Os produtores do Rio Grande do Sul comercializam os seus pêssegos para todo o Brasil, principalmente para os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Há alguns produtores que também exportam para Argentina e Uruguai.

Além disso, o Rio Grande do Sul é o maior responsável pela produção de ameixas, sendo a Serra Gaúcha o centro de produção dessa drupa. Já o abacate está sendo uma aposta para os produtores do Ceará.

Os produtores cearenses planejam, para o ano de 2020, dar ênfase nesse tipo de drupa, inclusive pretendendo focar em exportação. Dessa forma, o Ceará visa investir nessa drupa de alto poder econômico, chamada popularmente de “ouro verde”.

Drupas na economia

Sabendo da força que essas drupas possuem no mercado nacional, conforme mencionamos acima, a produção de abacates possui um potencial tremendo na economia, visto que o consumo está crescendo em países como Estados Unidos e a União Europeia.

O Brasil está no quinto lugar mundial entre os produtores de abacate e o investimento nesse tipo de drupa é uma ótima possibilidade. A saber, a produção nacional desse fruto totaliza uma média de 254 toneladas, com potencial para mais vendas.

Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os maiores produtores brasileiros, e o Ceará está buscando fazer parte desse time. Isso porque o pesquisador Osvaldo Yamanishi declarou que a Serra do Ibiapaba é ideal para o cultivo desse fruto sem irrigação.

Dessa forma, é possível perceber que as drupas possuem um grande potencial e poder no mercado econômico nacional. Os produtores brasileiros podem focar na produção de abacates para o exterior, sendo essa uma possibilidade de alcançar novos mercados.

Além do abacate, outros tipos de drupa são produzidas e comercializadas amplamente no território nacional. Isso ocorre porque esse tipo de fruto possui uma boa parte do seu corpo constituído de matéria suculenta e saborosa.

Em outras palavras, a produção de drupas é muito importante para o país, visto que esses frutos são normalmente saborosos e podem ser consumidos de maneira prática. O fato de existir um caroço no centro que pode ser facilmente retirado é algo que torna o consumo mais atrativo.

Frutos como as bagas podem dificultar o consumo, justamente por possuírem uma grande quantidade de sementes em seu interior. Em suma, os consumidores geralmente têm preferência pelas drupas, apesar de estas possuírem valores mais altos.

Drupa

Importância das drupas

Conforme foi possível observar ao longo desse artigo, as drupas são frutos muito bem vistos no mercado, principalmente pelo seu sabor e grande quantidade de matéria comestível. Além disso, consumir drupas é algo prático, já que existe apenas um caroço.

Em contrapartida, as bagas possuem uma grande quantidade de sementes, o que torna o consumo dessas frutas um pouco mais lento, visto que o consumidor precisa fazer uma limpeza e seleção do fruto antes de consumir.

A importância desse tipo de fruto no mercado econômico nacional também é algo muito forte, levando em consideração aquilo que as drupas já movimentam na economia, sem contar o potencial de exportação de determinados frutos, como o abacate.

Sem dúvida, o investimento por parte do produtor rural é uma ótima forma de gerar renda, principalmente naquelas frutas que existe um bom potencial. Em contrapartida, o incentivo por parte do Governo ainda é escasso em alguns tipos de pomares.

Uma boa análise por parte dos engenheiros agrônomos pode abrir um leque de novas possibilidades, como é o caso do abacate, chamado de “ouro verde”. Desse modo, é possível gerar novos mercados externos, além das possibilidades de venda dentro do país.

Em suma, a drupa é um tipo de fruto que possui diversas peculiaridades e possibilidades, sendo uma fonte de renda para muitas famílias. O sabor agradável, a praticidade no consumo e a grande quantidade de matéria comestível são pontos positivos que favorecem esses frutos.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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