Agronegócio

Graspa é aguardente luxuosa teve origem na Itália e ganhou o mundo

Graspa é aguardente luxuosa teve origem na Itália e ganhou o mundo

A graspa é uma bebida muito parecida com a cachaça brasileira, contudo, é produzida através da fermentação do bagaço de uvas. A graspa é uma bebida muito antiga. Porém, conquistou popularidade e caiu no gosto dos italianos apenas há alguns anos. Durante muito tempo existia um preconceito em torno da bebida, vista como inferior em comparação aos vinhos.

Atualmente existem diversos tipos de graspa disponíveis. As bebidas podem ser feitas através da mistura do bagaço de diversas uvas ou, ainda, com apenas um tipo de uva. Além disso, o tempo de envelhecimento e a forma como é destilada também afetam na coloração, aroma e sabor da aguardente.

  1. O que é graspa?
  2. Quais são os tipos de graspa?
  3. Origem da graspa
  4. Qual o teor alcoólico da graspa?
  5. Mercado de bebidas no Brasil
  6. Bebidas mais consumidas
  7. Mercado de bebidas Hoje
  8. Cervejas artesanais
  9. Mercado de cerveja no Brasil
  10. Cachaça
  11. Caipirinha
  12. Mercado de vinhos
  13. Destilados
  14. Exemplos de bebidas destiladas
  15. Graspa de uvas
  16. Subprodutos da uva/a>
  17. MERCOSUL
  18. Fator Brasil e o novo coronavírus/a>

Graspa

O que é graspa?

Graspa é uma bebida de origem italiana e muito semelhante à cachaça brasileira, contudo, é produzida com uvas. Assim, a graspa de uva, também chamada de grappa, é feita a partir do bagaço da fruta. Ou seja, é um subproduto da indústria vinícola.

O teor alcoólico da graspa é variado e vai depender da forma de fabricação da bebida. Atualmente, então, a bebida é encontrada a partir de 37% de álcool, e pode chegar até os 60%.

Assim como o vinho, o sabor da bebida vai depender da qualidade das frutas, método de fabricação e os processos de destilação utilizados.

Quais são os tipos de graspa?

A aguardente italiana é uma bebida quente e forte e, então, muitas vezes é ingerida para espantar o frio nos países europeus. Existem diferentes tipos de graspa e cada um carrega características específicas.

Pode ser uma bebida nova e, assim, carrega traços da uva em seu aroma. Contudo, se for envelhecida em barris de madeira, por exemplo, sofre alterações na coloração e no cheiro.

Confira alguns tipos da bebida disponíveis no mercado:

  • Graspa Giovane: este tipo é incolor e traz o aroma semelhante ao do vinho. Geralmente fica armazenada em tanques de aço e, assim, não sobre alterações em sua cor.
  • Graspa Varietal: esta é uma graspa pura, produzida a partir de um único tipo de uva. Portanto, é considerada uma aguardente sofisticada e suave. Geralmente são envelhecidas em barris de madeira e, então, seu aroma e sabor passa por modificações.
  • Graspa Invecchiata: tem sabor bastante suave, principalmente porque seu envelhecimento é longo e feito em barris de madeira. Possui uma cor amarelada e sabor bastante suave.

Origem da graspa

A grappa é muito antiga, há relatos de que é consumida desde a Idade Media. Porém, durante muitos anos existiu um estigma sobre a bebida. Já que é um subproduto do vinho, a aguardente era vista como um produto inferior e de baixa qualidade.

Essa realidade, então, começou a mudar durante a década de 70. Uma mulher chamada Giannola Nonino decidiu inovar e fabricou a primeira graspa produzida de um único tipo de uva. Até então, a bebida era fabricada com a mistura de várias frutas diferentes.

A matéria-prima de melhor qualidade consequentemente resultou em uma bebida de melhor qualidade. Assim, Giannola investiu na imagem das bebidas, envasou em garrafas mais bonitas e oferecia a aguardente para experimentação gratuita.

Depois de algum tempo e diferentes processos de destilação, a graspa ganhou o mercado italiano.

Qual o teor alcoólico da graspa?

A graspa é considerada uma bebida muito forte? Qual o teor alcoólico da graspa?

A graspa tem graduação alcoólica de 38ºGL a 54ºGL.

Para efeito de comparação, a cachaça apresenta mínimo de 38% e máximo de 48%. Isso significa que uma graspa pode ser mais forte que a cachaça, entretanto, irá depender de seu tipo.

Graspa

Mercado de bebidas no Brasil

O mercado de bebidas no Brasil é um dos mais cobiçados, pois é um dos maiores do mundo.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o Brasil está entre as nações que mais consomem bebidas alcoólicas na América Latina.

Segundo dados do relatório do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, de 2019, os brasileiros consumiram 27% mais álcool do que a média mundial.

Esse número deixa claro que o mercado brasileiro é de consumo muito elevado, sendo, por isso, atrativo para empresários dentro e fora do país.

Bebidas mais consumidas

Ademais, se baseando em dados de 2018, ano de Copa, a cerveja ocupa o topo do ranking com mais de 12 milhões de litros consumidos anualmente.

Em seguida vêm bebidas como a graspa e cachaça, com consumo de pouco mais de 520 mil litros anuais. O vinho completa o pódio, com mais de 300 mil litros de consumo/ano.

Bebidas mais fortes e sofisticadas naturalmente são consumidas em menor escala, principalmente em um cenário de crise como o nosso, que se arrasta por anos.

É o que vemos ao analisar os números do conhaque, que mesmo em ano de Copa do Mundo teve consumo aproximado de 50 mil litros.

O mesmo se verifica com o whiskey (38,9), rum (18,7) e licor (17,4).

A bebida alcoólica menos consumida no país é a tequila (1,6).

Mercado de bebidas hoje

Os números do Brasil para empreendedores da área de bebidas alcoólicas são formidáveis e tem sido assim por décadas.

No entanto, como se apresenta o cenário atual do setor no país, considerando que atravessa um momento de crise?

Ainda se mostra um cenário vantajoso para quem deseja lançar produtos como a graspa no Brasil?

O panorama geral parece indicar que não, principalmente se olharmos para a produção industrial brasileira que, em 2019, recuou 1,2% – isso em período pré-pandemia.

Contudo, essa retração não ocorreu no mercado de bebidas alcoólicas e nem foi o caso de ter se mantido estável.

O segmento no Brasil, em novembro de 2019, apresentou alta de 5,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, registrando o terceiro mês seguido de crescimento.

No período de 12 meses, a alta foi de 4,9%. Esse viés se repetiu no mercado de bebidas em geral, que teve crescimento de 3,2% no período de 12 meses.

O setor de bebidas não-alcoólicas também ajudou, pois no acumulado de 12 meses teve desempenho 1,4% superior.

Graspa

Novos sabores

Se as estatísticas mostram que, apesar da crise (embora seja prudente aguardar os efeitos da pandemia no setor), o mercado se mostra resiliente ao ponto de manter crescimento, outro ponto favorável para se investir em bebidas como graspa no país é o fator cultural.

O brasileiro tem procurado cada vez mais por novidades no setor, tem se mostrado mais aberto ao consumo de outras marcas, aberto a novas experiências.

Esse fenômeno ocorre muito por causa do acesso à informação e comercialização de produtos proporcionados pela internet.

Conta também o fato do setor ser centralizado em poucas fabricantes que dominam o mercado e, com isso, reduzem a oferta de possibilidades.

Por décadas no Brasil, só era possível consumir alguns tipos de cerveja, por exemplo, a preço viável.

E quais são os dados existentes que apontam esse desejo do brasileiro por novidades no mercado de bebida? Vejamos mais informações em seguida.

Cervejas artesanais

Um segmento do setor de bebidas alcoólicas no Brasil que obteve muito destaque nos últimos anos foi o mercado de cervejas artesanais.

Tratam-se de bebidas produzidas por produtores locais, que podem ser desde pequenas empresas até microempreendedores ou meros entusiastas na produção desse tipo de bebida.

Esse mercado sempre foi forte nos EUA e foi o primeiro a receber atenção, em maior escala e assiduamente, pelos brasileiros dispostos a novas experiências.

Na produção artesanal, são várias as possibilidades de cervejas: lager, pilsen, doces, apimentadas, enfim, diversidade é o que não falta.

Com a popularização e esse tipo de cerveja sendo importado e distribuído no Brasil, não demorou para a prática se difundir localmente, surgindo vários produtores de cervejas artesanais tentando surfar a onda.

Os dados são incontestáveis em relação ao “estouro” gerado pelas cervejas artesanais no Brasil nos últimos anos.

Esse tipo de bebida vem crescendo mais de 20% ao ano. O número de cervejarias aumentou 30% no primeiro trimestre de 2020. Mesmo número quanto ao crescimento de cervejarias em todo país nos últimos 2 anos.

Os estados que mais se destacam nesse crescimento são Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

Nota-se que a região sul e sudeste se destacam, pois representam 85% de toda a produção.

Esses números evidenciam que o momento é favorável para investimento em produtos novos no setor de bebidas alcoólicas no país, pois como demonstrado, o mercado vem se revelando resiliente mesmo em período de crise aguda e o consumidor tem se mostrado mais disposto a ter novas experiências.

Mercado de cerveja no Brasil

E como o assunto enveredou para cerveja, é propício expor o panorama da bebida alcoólica mais consumida no país.

O Brasil é um grande exportador de cervejas e chopps. Essas bebidas são responsáveis por 64,8% do valor exportado no ano de 2018.

Há quem possa pensar que, pelo fato de sermos grandes produtores, não necessitamos importá-la. Mas essa necessidade existe e nossos principais fornecedores são a Bélgica e os Estados Unidos.

Nossas exportações se destinam principalmente aos vizinhos da América Latina, que absorvem mais de 80% do total exportado.

Graspa

Cachaça

Bebidas brasileiras como a graspa, em termos de composição, mostram ter um potencial enorme em âmbito internacional. Uma garrafa desse tipo de produto é vendida a 20 reais e chega custar 70 nos EUA.

Sem dúvida, estamos falando de um ótimo cenário para empreendedores nacionais com desejos expansionistas no mercado externo.

No âmbito interno, o panorama é favorável, mais até do que o fato de ser a segunda bebida mais consumida no mercado.

Segundo dados da Associação Nacional de Produtores dos Produtores e Integrantes da Cadeia produtiva e de Valor da Cachaça de Alambique (ANPAQ), o Brasil exporta menos de 1% de sua produção de bebida alcoólica.

Ou seja, mesmo com a produção atual, comercializando os produtos apenas em ambiente interno está sendo o suficiente para obtenção de lucro.

Com prestígio e vasto mercado a se explorar externamente, as possibilidades de crescimento são enormes.

Caipirinha

Sem dúvida, a bebida brasileira mais famosa no exterior é a caipirinha. Por isso, uma estratégia adotada pelos produtores é associar a cachaça à caipirinha em países estrangeiros, pois facilita a inserção cultural da bebida.

Mercado de vinhos

Por fim, vamos analisar o mercado da terceira bebida alcoólica mais consumida do Brasil. Estamos falando do vinho.

Dados divulgados pela Comex Stat mostram que de 2015 a 2019 a importação de vinhos duplicou tanto em valores como em volume.

Nossos principais parceiros comerciais são os países que integram o MERCOSUL, ou seja, nossos vizinhos latino-americanos. Em seguida, são os países da União Europeia que mais exportam vinho para o Brasil.

Esses dados mostram que mesmo sendo um dos 20 maiores produtores de vinhos do mundo e o sexto maior na América Latina, com a região sul do país se destacando na produção dessa bebida, o Brasil mais importa do que exporta vinho.

Colocando em números, em 2019, o Brasil importou 13,2 milhões de caixas.

Destilados

Graspa é também classificada como um destilado, pois é obtida do destilado alcoólico simples do bagaço de uva fermentado.

Apesar dos destilados não aparecerem no topo de consumo do brasileiro, isso não significa que o cenário não esteja favorável para esse tipo de bebida.

De acordo com dados do Euromonitor, o Brasil se encontra entre os 10 maiores mercados consumidores de vodca do mundo. O consumo de bebidas como graspa, gim, vodca, rum e whiskey tem aumentado nos últimos anos.

Esses dados e percepção demonstram que o mercado brasileiro de bebidas alcoólicas está se sofisticando.

Portanto, para os empreendedores que pensam investir nesse tipo de produto, é um bom momento para tentar emplacar o seu negócio em terras brasileiras.

Exemplos de bebidas destiladas

A graspa é uma aguardente sofisticada de muito sucesso na Itália e começa a ganhar os paladares de cidadãos de outros países. No entanto, sem dúvida, não é a única bebida a ter requinte e gozar de prestígio.

Abaixo, listamos algumas das bebidas destiladas mais famosas no Brasil:

  • Martini;
  • Chivas Regal;
  • Vodka Absolut;
  • Tanqueray;
  • Jack Daniel’s;
  • Johnnie Walker;
  • Bacardi;
  • Ballantines;
  • Jim Beam.

De uma bebida popularizada inicialmente como “espanta frio” para se tornar um destilado de luxo. Sem dúvida, a graspa tem história e grandes virtudes que merecem a sua atenção. Vale a pena ficar de olho no que o mercado de destilados tem a oferecer.

Graspa

Graspa de uvas

Como já ficou bem claro, a graspa é uma bebida derivada da fermentação da uva. Tal associação torna apropriado discorremos sobre o a produção de bebidas baseadas nessa fruta, sobre a produção e consumo de uva no Brasil.

Sem dúvida, a região sul do Brasil se destaca na produção, em especial, o Rio Grande do Sul. Um dos motivos para a região ter uma produção tão destacada se deve ao clima mais frio ou fresco em boa parte do ano, uma das condições para o cultivo bem-sucedido dessa fruta.

Somente os gaúchos são responsáveis por 300 milhões de litros de vinho anualmente. Esses números representam 95% da produção total produzida no Brasil em um ano.

Apesar do país ser exportador da fruta, precisa importar uva e seus derivados. Isso, sem dúvida, condiz com a necessidade apontada na sessão sobre mercado de vinhos sobre as importações necessárias para abastecer o mercado interno.

Esse panorama evidencia que há espaço para novos produtores e crescimento, desde que observados parâmetros de eficiência e qualidade.

Subprodutos da uva

Certamente, o consumo mais apreciado ou mais acessível de uva é em sua forma in natura. Contudo, a fruta é amplamente utilizada para a produção de derivados que povoam as gôndolas dos supermercados.

A uva é usada para fazer sucos, doces, vinagre, geleia e vinho. Contudo, não é apenas aplicada em alimentos. A indústria de cosméticos recorre a algumas de suas propriedades para desenvolver produtos específicos ao mercado de beleza.

A uva está presente em subprodutos como corantes, taninos, óleos de semente e ácido tartárico.

A uva é rica em vitaminas e carboidratos como tiamina, vitamina C e riboflavina. Apresenta, ainda, minerais como magnésio, cálcio e fósforo, com o potássio se destacando devido à maior quantidade.

MERCOSUL

O acordo do livre-comércio ensaiado entre o MERCOSUL e União Europeia também é uma esperança de melhores perspectivas para investimentos em mercados estrangeiros.

O MERCOSUL se trata de um bloco de países sul-americanos que negociam em conjunto acordos comerciais vantajosos com outros blocos de países.

No caso em questão, um acordo comercial é negociado com os países europeus que integram a União Europeia. O objetivo é estabelecer um acordo entre as nações desses blocos econômicos para se obter isenção tributária de determinados produtos.

Fator Brasil e o novo coronavírus

Esse acordo estava bem encaminhado, mas infelizmente a imagem do Brasil no exterior (independe se justa ou injustamente, não vamos entrar na seara política aqui, apenas constatar um fato) se deteriorou muito nos últimos meses.

As queimadas na Amazônia e no Pantanal vêm recebendo repercussão péssima e a condução do problema do novo coronavírus no país também não tem sido vista com bom olhos.

Acresce que a pandemia em si forçou todas as negociações e investimentos a colocar o pé no freio, incluindo os relacionados a empresas responsáveis pela fabricação de bebidas como a graspa. O cenário hoje é de total incerteza sobre a confirmação desse acordo comercial e de quando seria viabilizado.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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