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Pecuária

Tainha é um peixe saboroso e de baixo custo

Tainha

A tainha é a sensação do litoral sul do Brasil no inverno, principalmente em Santa Catarina. Embora não seja considerado um peixe nobre, no Brasil ela tem a preferência do consumidor; sobretudo no período de pesca, que vai de junho a novembro.

A tainha é um peixe da família dos mugilídeos, que tem outras 80 espécies, em 17 categorias. Ela aparece em trechos de rios cuja foz fica perto do mar e a água doce se mistura à salgada, os chamados estuários. A tainha se alimenta sobretudo de restos das camadas subaquáticas e de algas. É encontrado em litorais de clima tropical e temperado, além de rios. Também está presente em manguezais, costas que tenham rochas e praias de clima ameno para quente.

  1. Qual é o peixe tainha?
  2. Pesca de tainha
  3. Como pescar tainha?
  4. Qual o preço da tainha?
  5. Receitas com o peixe tainha
  6. Mercado de pescado no Brasil
  7. Variações do mercado
  8. Peixes para uma dieta mais saudável
  9. Benefícios do peixe para a saúde
  10. Quantidade ideal de peixe para consumo
  11. Tainha é um peixe gordo?
  12. Preparo de peixes para consumo
  13. Peixe cru
  14. Cuidados com o peixe cru
  15. A tainha tem espinhos?
  16. Quais são os peixes sem espinhos?


Qual é o peixe tainha?

A tainha como já foi mencionado, pode ser encontrada tanto em água doce quanto em água salgada. O peixe se reproduz sobretudo no inverno, perto de águas estagnada,  e pode alcançar até sete quilos. As fêmeas se desenvolvem durante quatro anos até chegar à idade adulta e o macho chega à fase de reprodução em três anos. O período de pesca coincide com o de reprodução. Por isso, o período de inverno é o preferido dos pescadores.

A origem da tainha está nas refeições do homem desde o Império Romano e nos últimos séculos passou a integrar também a dieta Mediterrânea.

No Brasil, a pesca da tainha passa por todo um ritual climático. Os pescadores dizem que é necessário esfriar e ventar no Uruguai e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande Do Sul, para que os peixes migrem em direção ao litoral de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Pesca de tainha

Santa Catarina representa 80% da pesca da tainha no país e São Paulo aparece na segunda posição. Nesse estado, o maior desembarque dos peixes capturados é feito em Santos e Guarujá, seguido por Cananéia e Iguape.

A safra em Santa Catarina é dividida entre a pesca artesanal e a industrial. Em razão do excesso de peixes recolhidos em 2018, a pesca artesanal, que começou em 1º de maio de 2019, está bem fraca.

Os pescadores aguardam a chegada do frio na esperança de que as tainhas apareçam. A pesca industrial, por sua vez, começa na segunda quinzena de junho. A previsão é que pelo método utilizado, mesmo com menos peixes, esse tipo de pesca consiga suprir o mercado. A expectativa para este ano é que a safra da tainha chegue a duas mil toneladas, contra 520 toneladas pescadas ano passado.

Como pescar tainha?

Em Santa Catarina, os pescadores se agrupam no período da captura da tainha porque o trabalho precisa ser coletivo. Cada turma fica responsável por uma etapa da pesca do animal.

Desde o ano de 2018, a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca do Governo Federal estipulou cotas para a captura da tainha. Estão autorizadas, em suma, 130 canoas de pesca artesanal e 50 de pesca industrial para cada safra.

Qual é o preço da tainha?

A partir de junho o peixe é encontrado fresco e com ovas. Essa característica baliza o preço. No mercado cada estado tem o seu preço que varia entre R$15,00 e R$18,00 sem as ovas e de R$17,00 a R$ 20,00 o quilo com ovas. Os comerciantes alertam que a compra exige cuidado. É preciso verificar, portanto:

A tainha deve ser consumida em até três dias após ter saído do mar.


Receitas com o peixe tainha

O peixe tainha é tão popular na região Sul do país que no inverno são realizados dezenas de festivais em homenagem ao peixe. E em cada cidade, além de restaurantes para todos os bolsos, há receitas de tainha de todo tipo. O peixe pode ser:

As ovas do peixe podem ser servidas como aperitivo depois de fritas. Ou então, usadas para fazer um patê, ou ainda no recheio de farofas.

Tainha grelhada

Para fazer a receita grelhada é só cortar o animal em filés, temperar com sal grosso e colocar na grelha.

Tainha frita

Para a receita da tainha frita, os especialistas sugerem que ela fique ao menos uma hora na marinada para pegar o tempero. Depois, deve ser frita no óleo de coco para ficar ainda mais saborosa.

Tainha cozida

Já esse tipo de receita pode ser feita com o peixe cortado em postas quadradas que serão cozidas num molho de tomate ou de ervas. Outra opção é cozinhar o peixe num caldo de legumes e depois que secar colocar molho branco na hora de servir.

Tainha assada

A receita mais tradicional, de origem portuguesa, é chamada tainha escalda. O prato pede que o peixe seja aberto pela espinha em duas partes, salgado e fique exposto ao sol até secar. Em seguida, adicionar o tempero e assar, ou no fogo de lenha ou na brasa.

Outra receita de tainha assada sugere que o peixe seja temperado, aberto pelo meio, recheado com farofa de legumes, amarrado em seguida, com linha própria para altas temperaturas e, depois, vá ao forno.

Restaurantes da alta gastronomia apresentam receitas em que a tainha é recheada com farofa de camarão, fechada e aí enfornada. O prato pode vir acompanhado de batatas também assadas com ervas, mais purê de abóbora ou batata doce. A tainha, portanto, é uma ótima opção para quem procura um peixe que reúne boa qualidade, sabor e bom preço.

Mercado de pescado no Brasil

Certamente, o peixe tainha contribui para o gigante mercado de peixes no Brasil que gera receitas impressionantes anualmente. Em 2017 o país produziu, aproximadamente, 692 mil toneladas, gerando receita de 4,7 bilhões de reais.

Estima-se, segundo pesquisas realizadas sobre os hábitos de consumo de proteína de peixes no Brasil, que o brasileiro se alimenta, por ano, de 9,5 quilos de peixes.

Esses números, sem dúvida, são robustos. Além disso, se considerarmos que esses dados mostram que o consumo está em uma crescente, o panorama é animador (ao menos na época, pois esses dados, como deve ter notado, se referem a um período antes da pandemia, ou seja, esses números podem ter sofrido uma baixa em decorrência da grave crise econômica advinda do processo, embora 2017 também tenha sido um ano de crise).

Entretanto, apesar desses números expressivos, o consumo ainda está abaixo do recomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Segundo a instituição, o ideal é consumir 12 quilos por ano.


Variações do mercado

Produtores, comerciantes e associações do setor já diagnosticaram há muito tempo quais são os períodos de alta demanda pelo alimento, bem como os de queda. Sem dúvida, o momento de pico das vendas de peixe no Brasil ocorre na Quaresma.

O verão como um todo também é um bom impulsionador do consumo desse tipo de proteína no país. O oposto do que ocorre no inverno, quando as vendas despencam.

O mercado peixeiro só começa a se recuperar da queda do inverno a partir da segunda quinzena de agosto e início de dezembro.

Para tentar estender o período de alta das vendas de peixe no Brasil, grupos ligados ao setor têm tentado promover iniciativas que estimulem o consumidor a optar pelos peixes. É o caso da Semana do Peixe, promovida pela Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR).

Apesar da tainha ser vendida a preço popular, não ocupa o topo de vendas no mercado. As espécies campeãs nas mesas dos brasileiros são a tilápia, que sozinha representou 52% de toda a produção de 2017, e também os peixes pacu, tambaqui e caranha.

Na sequência desses peixes vêm o salmão, cação, camarão e bacalhau. Não surpreende que ocupem o fim da fila, pois são os de preços mais salgados.

É curioso que, ainda assim, tenham mais saída do que um peixe de preço bem mais acessível, que é o caso da tainha.

Peixes para uma dieta mais saudável

A estratégia do setor para impulsionar e acelerar o consumo nos meses em que o mercado começa a sentir a recuperação de vendas é investir em comunicação que exalta os aspectos saudáveis desse tipo de alimentação.

O peixe como tainha se revela uma opção mais saudável que o frango (o qual o brasileiro consome 42 quilos por ano), carne bovina (40 quilos ao ano) e carne suína (15 quilos ao ano).

Consumimos bem mais alimentos que não são tão saudáveis e deixamos o peixe em segundo plano.

Levando em conta que a preocupação com a saúde vem ganhando mais peso nos últimos anos, os cuidados com a alimentação e exercícios físicos, sem dúvida, são um bom ponto a se explorar.

Benefícios do peixe para a saúde

Conforme apontado acima, a inclusão de peixes como tainha no cardápio é uma opção alimentar mais saudável do que alimentos industrializados que dominam a mesa dos brasileiros (e de vários povos espalhados pelo mundo, para se fazer justiça).

Mas quão saudável pode ser um peixe para o nosso organismo? Quais são os principais benefícios que proporciona para nossa saúde?

Abaixo listamos alguns dos principais nutrientes e benefícios do peixe.

Se você precisa de mais proteínas na sua alimentação para ficar mais forte e saudável, incluir tainha ou outro peixe na refeição diária será de grande ajuda.

Isto porque peixes são uma excelente fonte de proteínas, tanto que podem ser usados para substituir carnes de frango na dieta.

As proteínas são importantes para a formação e o desenvolvimento de massa muscular. Também são importantes para a formação e fortalecimento da pele, cabelos e de células do sistema imunológico.

Sem dúvida, são nutrientes essenciais para a nossa alimentação.

Há duas classificações de peixes como fontes de proteínas:

Além de fonte de proteínas, peixes são ricos em gorduras boas, o chamado ômega-3, nutriente presente nas águas do mar. Por isso, peixes de águas salgadas como sardinha e salmão apresentam grande quantidade desse nutriente.

Mas qual o benefício que as gorduras boas, o ômega-3, traz para a nossa saúde?

O ômega-3 reduz o chamado colesterol ruim e aumenta o colesterol bom. Além disso, ajuda a diminuir a inflamação e fortalecer o sistema imunológico.

Sistema imunológico é um sistema de defesa natural do nosso organismo que atua contra a ação de agentes externos nocivos, como vírus e bactérias. Quando enfraquecido, permite a entrada desses agentes infecciosos.

Por isso, o consumo de peixe ajuda a reduzir os casos de doenças respiratórias e os riscos de doenças cardiovasculares, em destaque os infartos e a aterosclerose.

Você já deve ter ouvido falar que o consumo de peixe é bom para a “inteligência”.

Essa sentença popular se explica porque, de fato, peixes ajudam a prevenir a perda de massa cinzenta no cérebro. É nessa massa que costumam surgir doenças degenerativas como o mal de Alzheimer.

Peixes como a tainha têm essa capacidade, novamente em razão do ômega-3, mas também por causa de nutrientes como fósforo e cálcio.

Contudo, para que de fato possa fazer a diferença em nossa cabeça, o consumo de peixe tem que ser regular, sendo ingerido ao menos semanalmente. O consumo ocasional, apesar de não fazer mal, também não acrescenta tanto assim.

Portanto, tente incluir peixes na sua dieta regular. Claro que nem todos são viáveis economicamente, principalmente o salmão e o atum, mas peixes como a tainha são uma opção de valores bem acessíveis.

Tem problemas com artrite?

Então, certamente você tem motivos para incrementar sua dieta com bastante peixe, pois suas propriedades são capazes de aliviar os sintomas dessa incômoda enfermidade.

Novamente o ômega-3 merece destaque, pois o aumento desse nutriente no organismo é capaz de reduzir a inflamação nas articulações. Consequentemente, as dores acabam diminuindo.

Outra forma de conseguir esse alívio é consumindo suplementos com óleo de peixe ou contendo ômega-3.

No entanto, sem dúvida, a melhor opção é consumir peixe natural, pois além de alcançar o desejado alívio, receberá os demais benefícios listados que esse rico alimento ocasiona.

Peixes em geral contam com vitamina D presente em suas composições, como é o caso da tainha. Sem dúvida, os peixes classificados como gordos têm o nutriente em maior quantidade.

Uma das causas é que a vitamina D fica armazenada na gordura dessa classe de peixe.

A vitamina D é importante para o nosso organismo, pois é capaz de prevenir problemas como diabetes, câncer, infertilidade e problemas cardíacos.

Tais capacidades se devem pelo fato de agir como um hormônio esteroide no organismo.

Outro benefício causado pelo consumo de vitamina D é o aumento da absorção de cálcio no intestino, ação que ajuda a prevenir doenças como osteoporose.

Quantidade ideal de peixe para consumo

Para obter todos os benefícios que os peixes podem proporcionar à nossa saúdem, recomenda-se consumir 3 vezes por semana.

Claro, se não for possível tal rotina de consumo, não significa que nada acrescentará à sua saúde a ingestão desse alimento em quantidade inferior. O pior cenário é não comer peixe.

Os benefícios ocorrem, mas de maneira menos acentuada e mais vagarosa.

E também não há problema nenhum em consumir peixes todos os dias. Muito pelo contrário: esse é o ideal.

Tainha é um peixe gordo?

Sim. A tainha é considerada um peixe gordo porque suas 173 calorias não permitem outra classificação. Esse peixe chega a ser mais calórico que o atum e a cavala, mas perde para o salmão.

Em termos de gordura, concentra 8,96 gramas. No entanto, apesar de mais calórica, como apontamos anteriormente sobre os peixes gordos, a tainha tem como vantagem maior concentração de proteínas: 22,87 gramas.

Preparo de peixes para consumo

Quando se trata de preparo de peixes, o ideal é fazê-los no forno e com azeite. Também é uma boa opção prepará-los na grelha ou cozidos com verduras e legumes. Essa mistura promove aumento do valor nutricional da refeição.

Peixe cru

É a forma mais segura, pois o preparo envolvendo óleos e aquecimento elevado do alimento causa perda de nutrientes e acréscimos de substâncias nocivas.

No entanto, a diferença não é tão gritante em termos de saúde, porque o peixe conta com nutrientes que não se deterioram quando submetidos ao calor intenso, por isso consegue manter os mesmos benefícios de quando consumido cru.

O consumo de peixe cru contribui para o desenvolvimento cerebral, reduz os riscos de problemas cardíacos, previne doenças ósseas e ajuda na formação de tecidos.


Cuidados com o peixe cru

Mas, cuidado: apesar do consumo de peixes crus ser a opção mais saudável, ele também apresenta riscos que devem ser considerados. Por exemplo, ele se contamina mais facilmente que os peixes preparados em altas temperaturas e também estraga com mais facilidade.

O risco de se consumir peixe já contaminado, nesse caso, é maior e a consequência é uma intoxicação alimentar.

Há o risco de provocar uma doença grave chamada de toxoplasmose, perigosíssima principalmente para grávidas, pois é capaz de provocar defeitos na formação do feto.

Por falar em gestantes, além de evitar o consumo de peixes cru, também é recomendado evitar peixes que apresentam maior risco de contaminação por metais pesados, que é o caso de pintados, bagres e atuns.

Um dos possíveis metais a contaminar esses peixes é o mercúrio, que prejudica o desenvolvimento do bebê.

A tainha tem espinhos?

Sem dúvida, uma das piores sensações e receios é sentir uma espinha pontuda na boca ao ingerir um peixe. A decepção costuma ser imediata para quem não lida bem com isso. Em meio à explosão de sabor, um elemento tão destoante e incômodo.

As espinhas são os grandes entraves para incentivar as crianças a consumirem mais peixes, pois até os pais têm medo de colocar o alimento no prato dos filhos por temerem que estes se engasguem ou se machuquem com as espinhas.

A tainha não está livre das espinhas, para a infelicidade de muitos que apreciam o seu sabor. O lado positivo para esse peixe é que suas espinhas são grandes, sempre mais fáceis de identificar e extrair.

Entretanto, o padrão não se mantém para todas as partes de seu corpo. Nas nadadeiras laterais e dorsais, há espinhas pequenas, mais difíceis de extrair.

Quais são os peixes sem espinhos?

Infelizmente não existe essa opção de peixes sem espinhas.

Certamente, você deve se lembrar de um que comeu e não encontrou uma espinha sequer.

Embora seja possível encontrar preparações de peixes que não apresentam nenhuma espinha, isso não quer dizer que eles não possuíam esses elementos pontiagudos.

Ocorre que há peixes que têm menos espinhas e são mais fáceis de tirar.

A extração pode ocorrer antes de ser colocado para venda – trabalho feito pelo próprio fornecedor, o que costuma acarretar, naturalmente, em valor de venda mais elevado devido à mão de obra – ou durante o preparo do peixe. Nesse caso, a extração é feita pela cozinheira ou cozinheiro, que abre a carne do peixe para identificar as espinhas e retirá-los.

Ou seja, se você ficou feliz por não encontrar espinha alguma e poder saborear o peixe sem preocupações ou surpresas, deve agradecer a alguém que já deve esse trabalho de remoção.

Mas quais seriam os peixes que mais facilitam a extração de espinhas?

A melhor opção para não ter problemas com espinhas são os filés congelados de cação (a exemplo da tainha, apresenta grande quantidade de proteínas), badejo, tilápia e, principalmente, linguado.

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