Agricultura

Gipsofila é uma das flores mais conhecidas e utilizadas no Brasil

Gipsofila é uma das flores mais conhecidas e utilizadas no Brasil

A gipsofila, também chamada de mosquitinho, é produzida quase que exclusivamente para o corte das flores. Buques e arranjos floridos são o destino certo da gipsofila. A espécie é utilizada para compor decorações e ornar espaços, juntamente com outras flores. A delicadeza da planta permite que ela combine bem com qualquer outro tipo de flor.

A gipsofila é produzida principalmente na cor branca, contudo, também pode ser bastante comum na tonalidade rosa. A espécie representa uma grande importância comercial para o setor brasileiro.

  1. O que é gipsofila?
  2. Quais as características da gipsofila?
  3. Como cultivar a planta mosquitinho?
  4. Curiosidades sobre a gypsophila
  5. Mercado de flores no Brasil
  6. Expoflora
  7. Expoflora 2020
  8. Como plantar gipsofila
  9. Plantio de gipsofila em pequena escala
  10. Cuidados com a flor mosquitinho
  11. Qual é o preço da gipsofila?
  12. Quanto tempo dura a gipsofila?

Gipsofila

O que é gipsofila?

Gipsofila é uma flor muito famosa encontrada facilmente em arranjos, assim como buquês. Também chamada de flor mosquitinho ou flor véu de noiva, geralmente é utilizada na cor branca para compor decorações, junto com outras plantas.

O seu nome científico é Gypsophila paniculata, um termo de origem grega que quer dizer “amigo do calcário”, devido à sua coloração.

Quais as características da gipsofila?

A flor gipsofila é originária da Europa, uma planta perene e bastante ramificada. Algumas características inconfundíveis da espécie, são:

  • A planta não é muito alta, assim, seu tamanho geralmente varia entre 60 a no máximo 90 centímetros de altura
  • É um vegetal com muitos ramos. Suas folhas, portanto, são dispostas em formato linear em vários ramos finos.
  • Suas flores são pequenas e delicadas, e nascem no formato de panícula

Como cultivar a planta mosquitinho?

Você quer saber como plantar gipsofila, mas não sabe como? A primeira dica que devemos estar atentos é sobre a delicadeza da planta.

A espécie até pode ser cultivada em casa, com finalidade ornamental. Contudo, se o objetivo é comercializar as flores através do buquê de gipsofila, por exemplo, alguns cuidados maiores devem ser levados em consideração:

  • Sol: a espécie gosta muito da luz solar, por isso, evitar locais sombreados é um ponto importante
  • Drenagem: pode ser plantada no solo, em canteiros ou vasos. Entretanto, deve ser em ambiente bem drenado e regado regularmente
  • Cultivo: a principal finalidade da plantação é o corte, para que as flores sejam utilizadas na decoração. Neste caso, então, é recomendável o plantio em sistemas de estufa que permitam a entrada de luz solar
  • Reprodução: a espécie pode ser propagada através de sementes, assim como o manejo dos tecidos
  • Usos: as flores são muito comuns em composições com rosas, flores do campo, ou arranjos decorativos
  • Clima: gosta de regiões amenas e se desenvolve muito bem no clima frio

Curiosidades sobre a gypsophila

Além da cultivar com flores brancas, outra variedade bastante comum e utilizada da planta é a gipsofila rosa, também chamada de Red Sea.

Conforme os dados divulgados pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), este é uma das plantas mais importantes para a economia do segmento. Dentro a lista de produtos comercializados, portanto, a espécie ocupa o terceiro lugar no nível de comercialização.

Assim, os maiores cultivadores da planta no Brasil são os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Somente em São Paulo, então, a gipsofila é responsável pela movimentação de aproximadamente 70% da produção de flores no estado.

Gipsofila

Mercado de flores no Brasil

Aproveitando a gipsofila como tema, é propício trazer um panorama do contexto em que ela se situa em termos de mercado.

Como é o mercado de flores no Brasil? É forte, vem atravessando um bom momento, é resiliente para suportar épocas de crise como a que atravessamos no momento e sem previsão de término?

A floricultura não começou ontem no país. O que é um bom sinal quanto ao significado que uma das palavrinhas da moda evoca: resiliência.

Esse mercado já passou por vários períodos de nossa conturbada história e sobreviveu para contá-la. Já viveu em épocas de crescimento, ditatoriais, democráticas, recessivas, enfim. Sua jornada começa no Brasil na década de 1950.

Normalmente esse segmento segue o termômetro do país: quando a economia está em alta, atravessa período de crescimento; quando em baixa, recessão.

Nas últimas duas décadas, período que o Brasil voltou a gozar de estabilidade econômica e democrática, a experimentar níveis de crescimentos inéditos, o setor de floricultura teve desempenho notável, um dos melhores de sua história.

Colocando esse desempenho em números, de 2008 a 2011, a oferta de flores no mercado aumentou 10% ao ano. Em 2013, movimentou mais de 5 bilhões de reais, desempenho que se mostrou superior em 8,3% em comparação ao ano anterior.

A alta do segmento se manteve nos anos que se seguiram. Em 2014, girou 5,7 bilhões de reais. No ano de 2015, esse número saltou para 6,2 bilhões. Em 2019 o setor chegou a criar 209 mil postos de trabalho e faturou mais de 8 bilhões de reais.

Resistindo à crise

Os dados de 2019 talvez sejam os mais importantes para avaliarmos a resiliência do setor. A crise econômica e política no Brasil começou a se agravar em 2015. Apesar de ter passado por um período de estabilidade e ter ensaiado uma retomada de crescimento, isso infelizmente não veio a se concretizar.

O fato de, mesmo em um ano complicado, como foi o de 2019, ter gerado essa quantidade de empregos e obtido o crescimento mencionado, sem dúvida mostra a força do mercado de floricultura no Brasil.

Contudo, esse crescimento, apesar de notável em tal contexto, não atingiu totalmente as expectativas, ficando aquém da projeção inicial do começo desse ano. O índice de crescimento foi 3% menor do que nos anos anteriores.

Isso evidencia que apesar de sua pujança, o mercado não passa incólume pela depressão econômica.

O novo coronavírus

Se o cenário da economia não era favorável já em 2019, o que veio a se confirmar no começo de 2020 com a divulgação do crescimento do país no ano anterior, a situação apenas piorou com a eclosão do novo coronavírus. Piora, é bem verdade, que atingiu a todas as nações do mundo.

Com isso, a projeção que se tinha sobre o mercado de floricultura no Brasil teve que ser abandonada, assim como a de vários outros setores. Com a paralisação, manter o ritmo dos negócios se tornou uma tarefa impossível e, projetar crescimento, praticamente um sonho. Isso mesmo com as adaptações ao meio online, que sem dúvida serviu de solução para amenizar os estragos da crise.

Ainda não se tem, até a data de publicação deste artigo, números que apontem o impacto que a paralisação provocada pela COVID-19 teve no setor.

Gipsofila

Expoflora

Um local em que se encontra gipsofilas, margaridas, violetas e muitas outras espécies é a Expoflora.

É a maior exposição de flores ornamentais da América Latina e ocorre na cidade de Holambra, SP. Ela marca o início da primavera e seu objetivo é mostrar as novidades do setor e a força do segmento na cidade, assim como divulgar os hábitos, as características e a culinária holandesa.

Sim, leu correto: holandesa. O nome da cidade não é semelhante com a grafia desse conhecido e importante país europeu à toa. Holambra é a junção das palavras “Holanda” e “América Latina”.

A cidade foi uma colônia holandesa e preserva muitas das características da época colonial, principalmente em termos de arquitetura.

A escolha da cidade para sediar um evento desses também não é um mero acaso. Holambra é o maior centro de cultivo e comercialização de flores e plantas ornamentais do país, apesar de contar com apenas 11 mil habitantes.

Holambra responde por cerca de 40% das vendas do setor. Ou seja, a cidade literalmente respira flores, tendo o segmento como um dos principais pilares de seu desenvolvimento.

A sua primeira edição ocorreu em 1981 e atraiu cerca de 12 mil visitantes. As últimas edições despertaram o interesse de mais de 300 mil turistas e mais de 400 produtores.

A edição de 2019 chegou a faturar 8 bilhões de reais.

Expoflora 2020

Estava programado para 2020, assim como nós últimos 39 anos, mais uma edição da Expoflora. Contudo, em razão da pandemia do coronavírus que abalou o mundo neste ano de 2020, o evento teve que ser adiado, inicialmente por tempo indeterminado.

Tal medida foi providencial para impedir o alastramento do vírus pela população brasileira, ao menos em velocidade insustentável para os recursos médicos disponíveis no país.

A organização do evento, no entanto, já se manifestou que a 39ª edição da Expoflora foi adiada para 2021.

Espera-se que até a data que se costuma realizar o evento já exista condições de fazê-lo, seja pela descoberta de uma vacina para o novo coronavírus, seja pela aplicação de protocolos e equipamentos que tornem viável a realização de uma exposição dessa magnitude.

Como plantar gipsofila?

No início desse artigo, trouxemos instruções gerais e rápidas sobre o plantio de gipsofila. Caso seja a primeira vez que vá se dedicar a esse tipo de trabalho, a seguir, há algumas instruções mais detalhadas sobre o plantio.

Gipsofila

  • Solo

A gipsofila, também conhecida como “flor mosquitinho”, tem preferência pelos terrenos ricos em matéria orgânica e que sejam profundos. A profundidade ideal é entre 30 e 50 centímetros.

Os solos mais indicados são os porosos e leves, que não ofereçam possibilidades de encharcamento.

O ideal é que os canteiros sejam realizados no outono, pois dessa forma ela crescerá durante os meses de inverno e na primavera (conforme viu acima, a gipsofila se desenvolve melhor no clima frio).

  • Espaçamento

Para o caso de sementeira no solo, marque linhas que sejam distantes 10 cm uma das outras. Coloque cada semente de gipsofila a cada 3 e 4 centímetros.

As sementes podem ser colocadas em bandejas ou copinhos, contudo, devem ser colocadas uma para cada célula.

O tempo de germinação da gipsofila leva de 8 a 10 dias. Quando atinge 10 cm de altura, geralmente com o decorrer de 20 dias, as mudas se encontram no tempo de serem transferidas.

A semeadura é feita direto em sulcos, que são distanciados em 80 centímetros. Após o desbaste, deixa-se 50 cm entre as plantas de crescimento indeterminado. Para as de crescimento determinado, o distanciamento recomendado é de 40 cm.

  • Ambiente

Apesar de ser indicada para climas frios, a gipsofila se adapta a diferentes condições climáticas, desde que não sejam as de temperaturas elevadas. Em regiões de clima seco, mas fresco, registra bom desenvolvimento.

Outro requisito importante no local de plantio da gipsofila é receber alta incidência de luminosidade, principalmente sob sol pleno.

  • Produção e colheita

Maio e novembro são os meses que se costuma produzir gipsofila no Brasil. Esse período inclui o término do inverno e o iniciar da primavera.

As hastes próximas da haste da planta, com 60 a 70 centímetros de comprimento, devem ser cortadas na colheita.

Para fazer maços de flores, é recomendado que o peso seja, no mínimo, de 300 gramas. Os maços devem estar limpos, sem galhos, raízes ou folhas murchas. Eles duram de 1 a 2 semanas.

Plantio de gipsofila em pequena escala

A gipsofila é uma planta que se multiplica por sementes, característica que a tornam ideal para plantios em pequenas escalas, seja em culturas por estacas de ponteiro de 2 a 4 cm de comprimento, seja por cultura in vitro, recomendada para grandes produções.

As estacas precisam ser tratadas. No caso, em uma de solução de ácido indol-butírico, também conhecido como AIB.

A concentração deve ser de 3.000 a 10.000 partes por milhão (PPM). Esse tratamento devem ocorrer nessa solução por 5 a 30 segundos.

Depois do tratamento, elas devem ser cultivadas sob tela de sombreamento a 40%.

Gipsofila

Cuidados com a flor mosquitinho

Dependendo da escala de seu plantio e de suas condições, a aplicação do esterco cerca de 30 dias antes do plantio é a melhor opção. Coloque esterco de curral curtido em cada hectare, de 5 a 20 toneladas.

O esterco deve ser incluso junto ao calcário. O calcário, aliás, deve ser aplicado para aumentar o índice de saturação, levando em conta a análise prévia do solo, por bases a 80%.

Para a adubação por hectare de N use 30 quilos. Por hectare de K2O em cobertura, 30 quilos. Por hectare de P2O5, 150 quilos.

Depois será necessário acrescer 120 quilos em ha de K2O e 120 quilos em ha de N por 3 vezes, mas respeitando intervalos de tempo. A primeira aplicação dessas camadas deve ocorrer passados os primeiros 30 dias. A segunda, passados 60 dias e, a terceira, após 90 dias.

A análise do solo deve ser feita anualmente para poder se certificar se a adubação será necessária.

A irrigação da gipsofila tem que ser feita de forma regular, mas tendo o cuidado de não encharcar o plantio, as raízes principalmente, pois o excesso de umidade pode matar a planta. Por isso é recomendado irrigar a gipsofila quando o solo estiver seco.

Outro detalhe: o momento ideal das regas é sempre no começo ou no final do dia.

Qual é o preço da gipsofila?

Não estamos falando em termos de resultado após o trabalho de plantio, pois este, se bem executado e nas condições adequadas, certamente sempre será satisfatório para quem aprecia a beleza das flores.

A questão é sobre o lado pecuniário mesmo, não sobre quanto é necessário investir para fazer uma plantação de gipsofila, mas o valor que ela é comercializada nos pontos de venda.

Em média, a unidade de uma gipsofila está saindo pelo valor de R$ 2,50. No entanto esse valor pode variar a depender da região (pontos turísticos costumam apresentar preços maiores, o mesmo que acontece em cidades litorâneas em época de verão e de férias).

Mas esse valor era o encontrado antes da instalação da pandemia. Nesse novo cenário tão incerto e difícil, não será surpreendente se até as flores sofrerem impactos e passarem por variação de valores.

Isso só poderá ser medido com mais precisão em 2021, onde possivelmente teremos dados mais concretos do setor como um todo após um ano de paralisações em razão do surto de COVID-19.

Quanto tempo dura a gipsofila?

Plantas como gipsofila encantam tanto pela sua beleza que é natural querer que elas preservem sua formosura pelo maior tempo possível.

Normalmente, uma gipsofila dura de 1 a 2 semanas. Mas é possível estender o seu tempo de vida?

Se isso for possível, poderá ser de grande ajuda naqueles casos que se precisa fazer uma decoração de última hora, por exemplo.

A boa notícia é que, sim, dá para estender por alguns dias o tempo de vida de uma planta, desde que adotando algumas práticas.

Por exemplo, antes de colocar a planta na água, a cada 2 dias corte cerca de um centímetro da ponta da haste. Isso vai abrir a ponta e ajudar na absorção de água.

No momento de preparo do arranjo, também se recomenda cortar as hastes. Sempre de acordo com o tipo de halo.

Outra dica é que, caso necessite armazená-las por mais de 2 dias,  guarde a gipsofila em câmaras frias ou até mesmo dentro de um freezer. No entanto, as hastes sempre devem ficar dentro d’água. A temperatura deve estar entre 4 e 7 °C.

Recomenda-se também lavar os baldes em que for guardar a gipsofila diariamente usando bucha, detergente e água sanitária. Depois dessa limpeza, finalize enxaguando com água corrente. Dessa forma, irá garantir a retirada de resíduos tanto de sabão como de cloro. Essas substâncias em excesso podem provocar danos às plantas.

Não se esqueça de retirar as folhas da parte interior, pois isso evita que folhas fiquem submersas e acabem apodrecendo. Periodicamente, remova do vaso as folhas murchas ou mortas. Isso certamente contribuirá para estender a vida útil da gipsofila.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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