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Meio Ambiente

Amensalismo e as relações entre espécies presentes no ecossistema

Amensalismo: espécie de pinheiros

O ecossistema é constituído por diversas relações e interações ecológicas, e o amensalismo é um importante nome entre elas. Algumas espécies recebem vantagens e outras sofrem desvantagens na ocorrência destas relações.

O amensalismo é classificado como uma relação interespecífica em que ocorre a competição entre as espécies. Esta competição favorece uma enquanto a outra é desfavorecida, recebendo impactos danosos.

  1. O que é queijo amensalismo?
  2. Relações de antibiose
  3. O que é alelopatia?
  4. Componentes do ecossistema
  5. Biótico
  6. Abiótico
  7. Como um ecossistema é formado?
  8. Exemplos de ecossistema
  9. Relações ecológicas
  10. Relações intraespecíficas harmônicas
  11. Grupos de relações intraespecíficas harmônicas
  12. Relações intraespecíficas desharmônicas
  13. Grupos de relações intraespecíficas desharmônicas
  14. Qual a diferença entre amensalismo e parasitismo?


O que é amensalismo?

Amensalismo ou antibiose consiste na relação ou interação ecológica entre espécies diferentes (nível interespecífico) e desarmônica, em que uma espécie sai em desvantagem em relação a outra. Nele, uma espécie, seja vegetal ou animal, interfere de forma negativa na outra.

No amensalismo, os organismos expelem substâncias e elementos tóxicos que dificultam o desenvolvimento e crescimento de outras espécies. O organismo que expele é chamado de inibidor, já o organismo que sofre interferência é chamado de amensal. Portanto, este é considerado um processo natural e de sobrevivência.

Relações de antibiose

A antibiose acontece principalmente pelas plantas, animais grandes e insetos. Para entender melhor o que é antibiose, podem ser citados os exemplos:

Um exemplo amplo de amensalismo foi o fato de fungos do gênero Penicillium impossibilitarem a proliferação e desenvolvimento de bactérias. A substância recebeu o nome de Penicilina e atualmente é utilizada pela indústria farmacêutica na produção de antibióticos.

No caso do eucalipto, ao suas folhas caírem no solo, elas expelem uma substância no solo que dificulta a possibilidade de desenvolvimento de outras espécies no ambiente ao redor.

Dessa forma, estas ocorrências de amensalismo resultam na morte dos amensais, reduzem a fecundidade e longevidade. Além disso, impactam no desenvolvimento e crescimento dos organismos.

O que é alelopatia?

Associada ao amensalismo, a alelopatia difere-se pelo fato de beneficiar uma das espécies envolvidas. Assim, uma espécie sofre desvantagem, enquanto a outra beneficia-se. Na alelopatia uma espécie bloqueia a outra, liberando substâncias toxicas. Essas substâncias afetam, principalmente:

Portanto, na alelopatia as plantas liberam as substâncias tóxicas por meio de:

Dessa forma, o nível interespecífico do amensalismo resulta em uma competição entre as espécies. Elas competem pelos recursos, como água e nutrientes, para obterem vantagens e desenvolver-se. Por outro lado, a competição intensiva faz com que espécies desloquem para outro ambiente ou, até mesmo, sofram possibilidade de extinção.


Componentes do ecossistema

Vimos que o amensalismo é formado com a interação entre espécies diferentes e que gera uma desarmonia em uma das partes que se relacionam. Tal situação só é possível de ocorrer quando há um ecossistema plenamente estabelecido.

Mas como se chega a esse estágio? Como é formado um ecossistema?

Um ecossistema é formado basicamente por dois componentes: biótico e o abiótico.

Portanto, para entender como ocorre seu desenvolvimento para tornar possível uma situação de amensalismo, é preciso entender o que são e como se relacionam esses dois componentes.

O primeiro componente diz respeito aos seres vivos de uma comunidade, tais como as plantas e animais.

Esses seres são responsáveis por diversas funções realizadas em um ecossistema. As principais são os trabalhos de produção, consumo e decomposição.

Esses seres vivos, por meio de seus trabalhos, demonstram que vivem em uma relação de interdependência.

Por exemplo, os produtores garantem a entrada de energia no sistema ao produzir elementos que integrarão a dieta dos consumidores. Estes promovem o fluxo de energia e matéria. Os decompositores encerram o ciclo ao garantirem a ciclagem dos nutrientes.

Cada um fazendo o papel que lhe cabe dentro da natureza, acaba voluntaria ou involuntariamente fornecendo subsídios para outras espécies realizarem suas tarefas, sustentar e manter o equilíbrio do ambiente como um todo.

Os componentes abióticos são o oposto dos bióticos. Isto é, se trata dos componentes sem vida de um ambiente. Como exemplos temos o solo, a luz, a atmosfera, a água, etc.

Apesar de serem componentes sem vida, esses elementos são importantíssimos para a manutenção da vida, pois sem eles não é possível garantir a sobrevivência das espécies. Alguns deles, como a água, atuam inclusive no metabolismo dos seres.

Um ecossistema, por definição, se trata de um conjunto de comunidades que vivem em um mesmo local e interagem entre si e com o ambiente.

Ou seja, são grupos de seres vivos, bióticos, que vivem em um mesmo espaço sem vida, abiótico, mas que torna possível a sobrevivência e convivência desses seres, já que interagem e necessitam da interação para desempenharem seus trabalhos, por sua vez alimentando e enriquecendo o ambiente que vivem.

Então, se trata de um ambiente estável, equilibrado e autossuficiente.

O termo ecossistema começou a fazer parte de comunidades científicas e transitar livremente pela sociedade a partir de 1935, ano em que foi cunhado pelo ecólogo Arthur George Tansley.


Exemplos de ecossistema

Sem dúvida, os exemplos de ecossistemas mais famosos são a biosfera e as florestas tropicais.

O primeiro representa todos os locais do planeta Terra onde há vida ativa. Seria como um coletivo de ecossistema, um grande guarda-chuva que cobre todos os ecossistemas existentes, uma árvore frondosa, o título de um livro encerrando todos os capítulos de um universo tão rico quanto diverso.

O outro, as florestas tropicais, são partes desse universo vasto existente na Terra e que se destacam pela biodiversidade que carregam.

Contudo, ecossistemas não são formados apenas por grandes territórios, como florestas. Microcosmos como aquários são exemplos de ecossistema. E podem ser encontrados até em restaurantes.

São espaços com a reunião de seres vivos, biota, peixes, com componentes sem vida, abióticos, mas essenciais para o desenvolvimento e manutenção das espécies existentes no local, como água, luz, etc, e que são autossuficientes.

Até uma única planta da floresta pode ser considerada um tipo de ecossistema. Isso porque há vários seres que se relacionam com os componentes abióticos nela.

As relações ecológicas

Relações por meio de antibiose sem dúvida não são as únicas possíveis na natureza. Há vários tipos de relações e cada uma desempenha papel importante para o equilíbrio de um ecossistema como um todo.

O amensalismo, ou antibiose, está inserido na categoria Relações Interespecíficas Desarmônicas. No entanto, não representa sozinho essa categoria, pois divide espaço com o Predatismo, Parasitismo e Competição.

Contudo, como se trata de relações um pouco mais avançadas na natureza, abordaremos cada uma delas mais adiante. Primeiro vamos elencar as relações mais simples e facilmente identificáveis.

Confira nos próximos tópicos.

Relações intraespecíficas harmônicas

Como o nome já deixa evidenciado, são relações de tipos de mesma espécie e que convivem harmonicamente. Essa categoria é dividida nos grupos: Sociedade e Colônia.

Aqui, se trata da relação de indivíduos de mesma espécie anatomicamente separados, mas que cooperam entre si tendo como principal agente regulador a divisão de trabalho. Os tipos dessa categoria de relação normalmente têm uma estrutura morfológica condizente à atividade que exercem.

Ou seja, o trabalho que desempenham tem influência capital para o desenvolvimento anatômico. Exemplos de representantes dessa espécie são formigas, abelhas e cupins.

A relação de colônia se dá entre indivíduos que se associam anatomicamente.

Por exemplo, seres que se unem para exercer determinada função para parecer um organismo só. Mas, na verdade, destacam a junção de vários organismos semelhantes que se unem no mesmo esforço.

Essa junção de seres morfologicamente coesos não se concretiza apenas com exemplares idênticos, os quais são chamados de colônias isomorfas.

Grupos podem se associar a outros grupos de mesma característica, porém diferentes quanto à estruturação corporal, para juntos formarem uma célula de trabalho. Tal união é classificada como polimorfa.

Os maiores exemplos desse tipo de relação: caravela-portuguesa e algas (algumas).

Grupos de relações interespecíficas harmônicas

Essa categoria trata de seres de outras espécies que se relacionam, mas sem provocar atritos, de maneira pacífica, harmônica, cooperativa.

Principais grupos: mutualismo, inquilinismo, protocooperação, comensalismo.

Interação de espécies distintas que criam vínculos de dependência. Essa inter-relação acaba beneficiando as espécies envolvidas.

Grandes exemplos dessa categoria são os líquens. Eles são formados pela interação entre fungos e cianobactérias. Ou mesmo com algas, e cupim e protozoário.

É o caso quando uma espécie usa outra como abrigo e acaba se beneficiando.

A outra parte (a usada) não se beneficia. Entretanto, também não é prejudicada. Portanto, se caracteriza uma relação harmônica, mesmo que apenas uma das espécies tenha vantagem na relação.

Exemplos: bromélias (associadas a árvores de grande porte) e orquídeas.

Trata-se de espécies que realizam trabalho de cooperação, mas não estabelecem relação de dependência para sobreviverem e nem geram conflitos ou danos entre si. Pelo contrário, as espécies se ajudam exercendo funções que beneficiam uma a outra.

Para exemplificar, na relação peixe-palhaço e anêmona, o primeiro costuma ganhar proteção da segunda, que fica com os restos de alimentos.

Outro exemplo são pássaros que se servem dos carrapatos de bovinos. Dois seres independentes que interagem harmonicamente e não estabelecem relação de dependência para sobreviverem.

No comensalismo, apenas uma das espécies que se associam acaba sendo beneficiada, entretanto, não causa prejuízos à segunda. Talvez o maior exemplo para ilustrar essa categoria seria a relação do peixe-piloto com o tubarão.

Esse peixe se aproveita dos restos de comida que há na fera marítima para se alimentar e também aproveita sua velocidade para se locomover mais agilmente.

Para o tubarão essa ação não lhe trouxe nenhum benefício, talvez o fato de ter ficado mais “limpo”, mas tampouco lhe trouxe problema. Já o peixe-piloto, sem dúvida, teve um passeio agradável.

Relações intraespecíficas desarmônicas

Essa categoria também se trata de relações de espécies do mesmo tipo, entretanto, diferente da primeira, a relação é desarmônica, ou seja, há conflito entre os seres.

Os grupos que compõem essa categoria: canibalismo e competição.

Sem dúvida, um dos tipos de relacionamentos mais conhecidos e controversos. Os componentes dessa categoria se alimentam de outros de mesma espécie.

O nome é apropriado porque define bem a relação dos seres desse grupo: competição, disputa de território, disputa por comida ou por parceiros sexuais.

Grupos de Relações Interespecíficas Desarmônicas

É a classe que se enquadra o amensalismo, portanto, você já deve ter uma ideia sobre a qualidade dessas relações. São espécies diferentes se relacionando, mas não de forma pacífica, harmônica. O contato acaba provocando dano em uma das partes.

Além do amensalismo, há outros grupos que representam essa divisão: predatismo, parasitismo, competição.

Essa é a relação típica entre caça e predador. O rato tem a serpente como sua predadora. Ele sai de sua toca, a serpente o avista e resolve mandar um “alô”.

Ela aguarda o momento certo para fazer uma interação “marcante” e dar um bote certeiro no rato que mal tem chance de se defender.

Nota-se que apenas uma das partes se beneficiou com essa interação nada delicada e, sem dúvida, não foi o rato.

Esse é um exemplo perfeito de uma relação de predatismo.

O parasitismo também privilegia apenas uma das partes: aquela que tem a iniciativa de atacar. A parte atacada fica debilitada.

No entanto, diferente do que ocorre com o predatismo, a interação não chega a ser mortal, ao menos imediatamente.

Um parasita precisa encontrar um hospedeiro para garantir a sua sobrevivência. Assim, ele retira os nutrientes necessários para sobreviver deste hospedeiro.

Contudo, nesse processo de extração de nutrientes, acaba debilitando o ser no qual se instalou para usá-lo como fonte de alimentação.

Um exemplo é o carrapato. Ele se instala em um hospedeiro e fica retirando seu sangue para nutrir-se. O hospedeiro começa a sentir o incômodo desse aproveitamento, contudo, pouco pode fazer para se livrar do parasita. Geralmente necessita da ajuda de um terceiro para se livrar do incômodo.

Outros exemplos de relações parasitárias são lombriga e ser humano / lagarta e folhagens.

Danos e consequências ao hospedeiro

Muitas dessas relações parasitárias não fazem mais do que tornar o hospedeiro do que uma bolsa de sangue ou de alimento ambulante.

Ele ainda consegue ter alguma autonomia, se dirige para onde bem entender, se alimenta, faz as atividades que lhe são convenientes e que consegue executar mesmo na condição de parasitado.

Entretanto, há casos em que o hospedeiro fica completamente a mercê do parasita, não consegue andar ou fazer qualquer outra ação que não dependa da vontade do agente externo, que passa a ser seu controlador. Assim, vira praticamente um veículo de condução sem vontade própria.

Em boa parte dos casos, o hospedeiro fica levemente debilitado, enfraquecido, afinal, seu sangue está sendo sugado, mas alguns parasitas podem ser portadores de doenças ou deixar o corpo vulnerável para penetração de agentes externos infecciosos e assim contribuir para provocar um quadro de enfermidade que pode vir a se manifestar em data futura, mesmo após a sua saída do hospedeiro.

A competição é a disputa de espécies por algo que almejam e que não querem dividir. A disputa pode envolver território, comida ou mesmo parceiro sexual.

Lembrando que para se enquadrar nessa categoria de Relações Interespecíficas Desarmônicas, as espécies em disputa devem ser diferentes.

Quando se trata de seres de mesma espécie pela disputa de algo, a relação se enquadra na categoria oposta, isto é, Relações Intraespecíficas Desarmônicas.

Todas essas categorias, grupos, harmônicos e desarmônicos, representam o que se convencionou chamar de relações ecológicas, termo que engloba todas essas relações que constituem parte indispensável para a formação de ecossistemas.

Qual a diferença entre amensalismo e parasitismo?

Acima, analisando a definição dessas formas de Relações Interespecíficas Desarmônicas, você deve ter reparado que há muitas similaridades entre esses dois grupos. Similaridades até demais, ao ponto de levantar o questionamento: qual a diferença entre amensalismo e parasitismo?

Há alguma diferença?

Sim, certamente, pois do contrário não faria sentido classificá-las em categorias distintas. Mas qual seria essa diferença?

A diferença entre amensalismo e parasitismo é que, no primeiro caso, a espécie que provoca a ação não é beneficiada, apenas prejudica a outra parte. Enquanto isso, no parasitismo, o parasita claramente se beneficia de sua condição, até porque necessita dela para sobreviver.

Para explicar melhor como se dá essa dinâmica do amensalismo na qual a parte que toma a iniciativa apenas prejudica e não se beneficia da ação que perpetra, imagine um elefante andando na floresta.

É muito provável que, durante a sua caminhada, ele acabe esmagando plantas e pequenos seres vivos, sem sequer se dar conta e não obtendo nenhuma vantagem prática, porque conseguiria passar pelo local esmagando ou não outros seres. Sua vida não melhorou ou piorou absolutamente nada.

Temos aí um caso perfeito de amensalismo. O elefante é a espécie que toma a iniciativa, enquanto as plantas e os pequenos seres vivos são os prejudicados. O elefante causador do dano não obteve para si nenhum benefício.

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